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Barroso comenta ameaças de golpe de Bolsonaro: ‘Nos envergonha perante o mundo’

O presidente do TSE Luís Roberto Barroso fez discurso nesta quinta, 9, e rebateu afirmações “mentirosas” de Bolsonaro

Redação Publicado em 09/09/2021, às 12h22 - Atualizado às 12h26

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Montagem de Luís Roberto Barroso (Foto: Reprodução/Instagram) e Jair Bolsonaro (Foto: Andressa Anholete / Getty Images)
Montagem de Luís Roberto Barroso (Foto: Reprodução/Instagram) e Jair Bolsonaro (Foto: Andressa Anholete / Getty Images)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso fez discurso nesta quinta, 9, dois dias após os atos pró-governo federal realizados em várias cidades do país. Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Barroso disse que as ameaças de golpe de Jair Bolsonaro (sem partido) envergonham o país “perante o mundo”.

Segundo reportagem do O Globo, durante sessão do TSE, Barroso chamou as afirmações de Bolsonaro de “inverídicas” e “mentirosas”, além de lamentar a situação em que o Brasil se encontra com declarações falsas:

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“Já começa a ficar cansativo no Brasil ter que repetidamente desmentir falsidades para que não sejamos dominados pela pós-verdade, pelos fatos alternativos, para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela se tornou verdade. É muito triste o ponto a que chegamos,” afirmou o ministro.

Durante o discurso, o presidente do TSE disse que Bolsonaro usa uma linguagem abusiva e mentirosa ao falar sobre as eleições de 2022, além de ferir o trabalho dos profissionais que integram a Justiça Eleitoral:

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“Insulto não é argumento. Ofensa não é coragem. A incivilidade é uma derrota do espírito. A falta de compostura nos envergonha perante o mundo. A marca Brasil sofre neste momento, triste dizer isso, uma desvalorização global. Não é só o real que está desvalorizando,” disse.

Barroso continuou: “Somos vítimas de chacota e de desprezo mundial. Um desprestígio maior do que a inflação, desemprego, queda de renda, alta do dólar, queda da bolsa, do que desmatamento da Amazônia, do número de mortos pela pandemia, do que a fuga de cérebros e investimentos. Mas pior de tudo. A falta de compostura nos diminui perante nós mesmos. Não podemos permitir a distribuição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo.”

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Ao falar sobre a situação atual da democracia brasileira, o ministro explicou que é um momento delicado: “A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. O que nos une na diferença é o respeito à Constituição, aos valores comuns que compartilhamos e que estão nela inscritos. A democracia só não tem lugar para quem pretenda destruí-la.”

Durante o discurso, o ministro do STF Alexandre de Moraes, atacado por Jair Bolsonaro recorrentemente, também estava presente. A ministra Cármen Lúcia, suplente de Barroso, também participou.

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Moraes, assim como Barroso, foi alvo de novos ataques de Jair Bolsonaro durante discurso do presidente nos atos de 7 de Setembro. Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), também recebeu ameaças do chefe de Estado.

Em frente ao Congresso em Brasília, em 7 de Setembro, Bolsonaro fez ameaças de golpe e mandou recado a Alexandre de Moaraes: "Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil."

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