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OMS denuncia desigualdade: Apenas 2% das vacinas contra covid-19 foram aplicadas na África

Segundo a OMS, reservas de países para vacinas de reforço e restrições de exportação dificultam avanço da imunização na África e aumentam desigualdade

Redação Publicado em 16/09/2021, às 11h02

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Vacinação contra a Covid-19 (Foto: David Greedy / Getty Images)
Vacinação contra a Covid-19 (Foto: David Greedy / Getty Images)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em coletiva na terça, 14, que, das mais de 5,7 bilhões de doses contra covid-19 aplicas mundialmente, apenas 2% foram administradas na África. No continente, só 3,5% da população completou o esquema vacinal com duas doses.

Segundo o site Metrópoles, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, alertou para a desigualdade entre as regiões do mundo, evidenciada pela pandemia de covid-19 e as vacinas contra a doença:

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“Não é algo que prejudica apenas as pessoas da África, mas a todos nós. Quanto mais tempo essa desigualdade continuar, mais o vírus vai continuar circulando e se mutando. Posso parecer um disco arranhado, mas não ligo, vou continuar pedindo igualdade na distribuição das vacinas,” disse.

Apenas dois países da África alcançaram 40% da população com as duas doses. Tedros Adhanom criticou a situação atual de distribuição das doses contra covid-19, e afirmou que o continente africano foi “deixado para trás pelo resto do mundo”.

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Conforme noticiado pelo Correio Braziliense, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da África, John Nkengasong, comentou sobre a importância das doses para o continente africano: "As vacinas são a solução para sairmos dessa pandemia coletivamente. E isso precisa ser feito rapidamente".

Vera Songwe, Secretária Executiva da Comissão Econômica para África na ONU, também disse sobre a importância do financiamento para a entrega de imunizantes para os países africanos: "Precisamos produzir essas vacinas e esperamos trabalhar com a OMS, Covax e Unicef."

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O enviado especial da União Africana para covid-19, Strive Masiyiwa, afirmou que, além de doações, os países também querem comprar os imunizantes: “Apreciamos as doações, mas queremos comprar também. Pedimos aos países que colocaram restrição nas exportações de vacinas ou de ingredientes que as retirem, elas dificultam muito. Poderíamos ter lidado com a situação de forma muito diferente, e agora vamos começar a instalar nossas próprias fábricas.”

Apesar de os fabricantes de vacinas afirmarem que há imunizantes suficientes para cobrir a população mundial, uma grande parte está reservada para os países ricos que planejam aplicar a terceira dose. A OMS pediu novamente, durante a coletiva, que os países ricos só direcionem pensem na dose de reforço depois de todo o mundo atingir pelo menos 40% da população inteiramente imunizada.

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Katherine O’Brian, diretora de imunizações da OMS, explicou: “Não é uma questão só de segurar as doses, nós não temos evidências que o uso é necessário, as vacinas são suficientes até agora. Não estamos no momento de recomendar o booster.”