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Foo Fighters, Drake e IZA: os 9 melhores shows do Rock in Rio - até agora

Acabou o primeiro fim de semana de Rock in Rio depois de três dias intensos na Cidade do Rock

Redação Publicado em 01/10/2019, às 04h00

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Drake (Foto: Theo Skudra / I Hate Flash), IZA (Foto: Vans / I Hate Flash) e Dave Grohl, do Foo Fighters (Foto: Wesley Allen / I Hate Flash)
Drake (Foto: Theo Skudra / I Hate Flash), IZA (Foto: Vans / I Hate Flash) e Dave Grohl, do Foo Fighters (Foto: Wesley Allen / I Hate Flash)

Depois de três dias, o Rock in Rio 2019 entrou em um intervalo. O festival volta somente na quinta-feira, 3, em noite capitaneada por Red Hot Chili Peppers. A edição de 2019, contudo, tem se mostrado histórica. 

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Além da música, o sempre conservador festival tem se mostrado aberto ao novo e às minorias. Não exatamente no Palco Mundo, o espaço das maiores atrações que passam pela Cidade do Rock, é claro - lá, a curadoria ainda mantém um olhar nas escolhas certeiras. 

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Mas o funk ganhou espaço no festival - e muito. E Elza Soares, IZA, Ivete Sangalo, Karol Conká e Xênia França tomaram o protagonismo para si. São novos tempos - e, aos poucos, o Rock in Rio entende isso.  

No festival à convite da Natura Musical, a equipe da Rolling Stone Brasil, formada por Pedro Antunes, Nicolle Cabral e Igor Brunaldi, elencou os melhores shows assistidos ao longo dos primeiros três dias de Rock in Rio. Vamos a eles? 

Heavy Baile com MC Carol & Tati Quebrabarraco

O Espaço Favela é a maior surpresa positiva e negativa do Rock in Rio 2019, sem dúvida. Aquela alegoria que simula uma comunidade recheada de estereótipos, contudo, trouxe uma música que normalmente não tem espaço num festival com curadoria musical bastante conservadora.

Portanto, é incrível ver esses artistas ocupando um espaço que antes lhes foi negado. Ótimos shows ali, alguns deles mereciam um espaço maior, dada à presença massiva do público. É o caso da apresentação do Heavy Baile, com MC Carol e Tati Quebrabarraco, na noite sexta, 27 setembro, foi um estouro. Tesão e tensão num funk que não faz concessões. As duas MCs se consagraram ali. Foi histórico, realmente. (Pedro Antunes)


Foo Fighters

O Rock in Rio não é sobre rock. Nunca foi sobre rock. Nem deveria ser sobre rock. Mas o gênero, combalido, está lá, é quase obrigatório. Dessa vez, contudo, o festival preferiu fugir da fórmula "qualquer coisa traz o Metallica" e resgatou o Foo Fighters, banda que havia se apresentado no evento carioca em 2001.

Dezoito anos depois, na noite de sábado, 28, o Foo Fighters é a mais jovem banda a integrar o rol dos gigantes das guitarras. Dave Grohl dominou 100 mil pessoas com a mesma facilidade que uma faca quente corta um naco de manteiga. Embora as versões alongadas das músicas incomode, elas também transformam o Foo Fighters nessa banda perfeita para arena e catarses coletivas em sequência. (Pedro Antunes)


Elza Soares

Elza Soares enfrenta o tempo com as armas que tem. Sentadinha, em seu trono no topo da estrutura montada para si no Palco Sunset, no domingo, 29, Elza abriu as portas para artistas com idades para serem seus netos, mas, infelizmente, lutam as mesmas batalhas que a cantora combateu ao longo da vida.

Mas assistir Elza e uma nova geração (formada por Edgar, As Bahias e a Cozinha Mineira, Kell Smith e Jéssica Ellen), combatendo juntos, as desigualdades e o preconceito, com música e discurso, é revigorante. Ao falar ao microfone, Elza também falou bonito e direto. 'Não sabemos votar', disse ela, recebida com palmas.

Elza é rainha, todos nós somos os seus súditos. (Pedro Antunes)


Drake 

Na abertura do festival, 27, a Cidade do Rock recebeu vários representantes da cultura negra e do hip-hop. Um deles, era a estrela da noite: Drake.

Mesmo com todos os boatos e especulações que circularam até o momento que o artista subiu ao palco, o canadense, debaixo de chuva intensa, fez história no festival.

Com 27 músicas no setlist - hits estrondosos - o artista fez uma apresentação de um pouco mais de uma hora, e claro, para dar tempo de tudo, cortou as músicas. Mas fez isso com excelência ao organizar uma sequência sintonizada de beats, flows e melodia. Em momento algum, o público, mesmo com a chuva, se dispersou ou perdeu o ânimo. (Nicolle Cabral)

IZA e Alcione 

IZA consagrou o posto de estrela do pop quando subiu ao palco Sunset do Rock in Rio no último domingo, 29. Com um palco estrutrado com escadas, um grupo de dançarinos extremamente coreografados e uma banda, o show foi um espetáculo surpreendente para quem estava na platéia. 

Com um vocal potente, a artista trouxe os hits da carreira "Dona de Mim", "Brisa", "Corda Bamba" e "Ginga", que transitam do pop ao soul, e no encontro, além de convidar uma das mais notórias artistas do samba no país, Alcione, IZA surpreendeu o público quando convidou Luara, de 9 anos, para subir ao palco.

A 'mini Iza' apareceu vestida com um conjunto prateado igual ao da Iza e roubou a cena quando dançou a coreografia de "Brisa". 

Na sequência, Alcione entrou no palco ao som de "Não Deixa o Samba Morrer", e as duas artistas, em plena sintonia, mostraram a força da música brasileira para a Cidade do Rock. (Nicolle Cabral)

BK'

Mesmo com as ressalvas acerca do Espaço Favela, BK'trouxe ao microfone as vivências negras representadas no elogiado disco Gigantes, de 2018, e as angústias pessoais de Castelos & Ruínas, lançado em 2016, e fez com que essas histórias ressoassem nas caixas de som para o Rock in Rio ouvir no último domingo, 29. 

Acompanhado por um banda, o rapper se diferencia ao conseguir materializar a atmosfera dos dois álbuns em cima do palco com os instrumentos orgânicos. O repertório foi equilibrado entre os dois projetos solos citados acima, "Pia, Brota" do Pirâmide Perdida, e "O Show Nunca Acaba", single lançado no dia 30 de agosto. 

BK' é dos nomes mais relevantes do rap nacional e foi peça importante para despertar, ao lado de outros artistas representantes da cultura hip-hop presentes no line-up desta edição, a atenção para um gêneros mais populares do mundo atualmente. (Nicolle Cabral)


Karol Conka, Linn da Qubrada e Gloria Groove

A MC de Curitiba tocou logo no primeiro dia de Rock in Rio 2019, no Palco Sunset, e com certeza saiu de lá com a tranquilidade de quem cumpriu a missão que tinha em mente: cantar mensagens urgentes para um Brasil intolerante ouvir.

Além de, como já era esperado, brilhar em cima do palco quando era a única protagonista no comando das rimas, Karol Conka aproveitou aquele espaço para criar ali mesmo uma trindade sagrada da música brasileira atual.

A rapper dividiu o espaço com as convidadas Linn da Quebrada e Gloria Groove. A sintonia entre as três foi tão intensa e as energias tão compatíveis que, além do êxtase no fim da apresentação, deixou apenas a vontade de vê-las colaborando em muitas outras ocasiões. Bem que "Alavancô", música recém lançada por elas e que foi tocada ao vivo pela primeira vez no festival, podia ser apenas o começo de um novo projeto musical, né?

E isso tudo sem mencionar o peso essencial da própria presença de cada uma delas, presentes em um palco protagonizado e ocupado por representantes das culturas negra, periférica, transexual e das drag queens. (Igor Brunaldi)


Weezer

Apenas o fato do Weezer tocar no Rock in Rio 2019 depois de, por motivos misteriosos e incompreensíveis, ter ficado 14 anos sem se apresentar no Brasil, já é motivo louvável o suficiente para o quarteto entrar para esta lista.

Brincadeiras a parte, a banda californiana, que havia se apresentado uma única vez em território nacional antes de 2019 (mais especificamente em Curitiba), fez valer a pena cada segundo do show no Palco Mundo e mostrou que mereceu o posto de última atração a se apresentar lá antes do encerramento feito pelo Foo Fighters.

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A setlist foi escolhida estrategicamente para agradar aos fãs de longa data e também entreter os roqueiros que não faziam ideia da existência deles (apesar dos já quase 30 anos de estrada) e estavam lá só na espera de Dave Grohl

Entre os maiores hits autorais, como "Buddy Holly", "Hash Pipe", "Island in the Sun" e "Say It Ain't So", eles encaixaram genialmente clássicos históricos como "Africa" da banda Toto, "Lithium" do Nirvana, "Take On Me" do A-ha, "Paranoid" do Black Sabbath e "Happy Together" do The Turtles. (Igor Brunaldi)


Mano Brown, que se apresentou no Palco Sunset no começo da noite da última sexta, 28, levou em grande estilo o show do disco Boogie Naipe para o dia inaugural do Rock in Rio 2019.

Em uma hora de apresentação, a lenda do rap nacional fez do local uma festa groovy com participações ilustres das igualmente lendas Hyldon de Souza e Bootsy Collins, mestres do soul brasileiro, e do funk norte-americano dos anos 1960 e 1970, respectivamente.

Além deles, que são os destaques mais óbvios, é importante parabenizar a performance da banda, formada por 14 músicos incríveis, que comandaram o clima da apresentação do começo ao fim de maneira impecável. O instrumental soul grandioso guiou as rimas de Brown e se mostrou essencial para todo o flow do show.


A Rolling Stone Brasil está no Rock in Rio 2019 a convite da Natura Musical