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Rock in Rio 2019: Ficção científica e peso não salvam Muse de frustração

Banda de Matt Bellamy não foi capaz de manter o público do Imagine Dragons

Pedro Antunes Publicado em 07/10/2019, às 02h04

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Muse se apresenta na última noite do Rock in Rio 2019 (Foto: Helena Yoshioka / I Hate Flash)
Muse se apresenta na última noite do Rock in Rio 2019 (Foto: Helena Yoshioka / I Hate Flash)

Foi triste. Decepcionante também. Com um dos shows mais interessantes do Rock in Rio 2019, a banda britânica Muse não foi capaz de se salvar. Frustrante, já que se trata de um trio acostumado com arenas lotadas em todo o mundo. Menos no Rock in Rio.

E a culpa não é da banda. A curadoria do Palco Mundo colocou o grupo como última atração da noite - a última de Rock in Rio, neste domingo, 6. A apresentação foi a mais vazia dentre todos os outros headliners do festival carioca. Isso não quer dizer que não havia fãs da banda, apenas que eles representavam um número muito, muito, muito mesmo, menor do que qualquer outra última atração do Rock in Rio.

É claro, foi incrivelmente problemático ter Imagine Dragons como penúltima atração. A banda de “pop malhação” tem um público mais numeroso e representativo dentro do ecossistema do Rock in Rio. É completamente diferente.

Isso se difere da noite do metal, dedicada ao gênero peso-pesado, na sexta-feira, 4, quando o Iron Maiden foi o headliner no penúltimo horário é o Scorpions segurou boa parte do público para a apresentação seguinte.

Desta vez, não havia diálogo estético algum. E isso se refletiu diretamente na quantidade de público em frente ao Palco Mundo. Quem estava em pé, posicionava-se logo próximo do palco. Mas antes da primeira linha de caixas de som, a quantidade de pessoas já rareava. O que é uma pena, porque Bellamy fez um show impecável.

Teatral, operístico sem perder a essência roqueira, o Muse entregou um dos melhores shows do festival, mesmo que “para ninguém”. Intenso. Performático. Apocalíptico.

O Muse tem seguido um caminho que leva à desolação da humanidade como a conhecemos - musicalmente falando, é claro. Cada canção soa como um apocalipse particular. E isso é potente no palco. Poucas vezes o Rock in Rio, na história, viu o mundo desabar. Poucas vezes um público tão pequeno assistiu à um encerramento de dia. Talvez isso jamais tenha acontecido, aliás.

A culpa não é de Bellamy e cia., é claro. Com muitas ações teatrais, o Muse fez um show de arena impecável. Tocou hits como “Knights do Cydonia”, “Mercy”, “Madness”, “Supermassive Black Hole” e “Upfising”, mas nada disso foi incapaz de segurar o fiasco.

A falha é do Rock in Rio - em colocá-los para encerrar uma noite que já tinha chegado ao fim com o Imagine Dragons.


A Rolling Stone Brasil está no Rock in Rio 2019 a convite da Natura Musical