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5 PERGUNTAS - Sem Graça Alguma

Jeff Tweedy, do Wilco, fala sobre o novo álbum, vícios e a música pop séria

Austin Scaggs Publicado em 10/11/2011, às 13h25 - Atualizado em 15/12/2011, às 19h22

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<b>SEM PIADA</b> Tweedy leva as músicas do Black Eyed Peas a sério - JASON MOORE/ZUMAPRESS.COM
<b>SEM PIADA</b> Tweedy leva as músicas do Black Eyed Peas a sério - JASON MOORE/ZUMAPRESS.COM

Quando o Wilco chegou ao loft, em Chicago, para gravar o primeiro álbum da banda em sua recém-formada gravadora, dBpm Records, não havia exatamente uma falta de músicas. “Não escrevia tanto material para um disco desde Being There [disco duplo de 1996]”, diz o líder Jeff Tweedy. Portanto, não é de surpreender que The Whole Love – oitavo álbum do Wilco – cubra todos os modos do grupo multifacetado: estouros pop ensolarados (“Born Alone”), baladas cheias de arrependimento (“Sunloathe”), festas de rock de garagem (“Standing O”) e experimentos esquisitos (“Art of Almost”). “Soa como o Wilco”, afirma Tweedy, de 44 anos, que fala de Indianápolis, primeira parada da turnê norteamericana da banda, “mas com algo que parece novo e fresco”.

“Art of Almost” é uma das minhas músicas preferidas do Wilco. Você a está escutando muito?

Ah, as pessoas disseram que este é o melhor álbum do Wilco. Não sei se estão certas ou erradas, mas há uma certa facção de fãs do Wilco que, acho, sentiu-se traída pela retidão dos últimos discos. “Art of Almost” cuida dessa coceira delas.

Em “Born Alone”, você canta: “Please come closer to the feather smooth lens fly” (Chegue mais perto da mosca de lente lisa como pena). Os outros membros da banda olharam para você como se estivesse louco quando ouviram esses versos?

[Risos] Não, eles são modernos. Gostam da expressão. Às vezes pergunto se estou exagerando – “Isso te dá arrepios?” – mas eles confiam muito em mim para lidar com as letras. Também sabem que sou o cara que vai aguentar as críticas.

Você usou a palavra “opioid” (opioide) em “Born Alone” e, em “Sunloathe”, canta: “I kill my memory with a cheap disease” (Mato minha memória com uma doença barata). Esses versos são seus problemas com analgésicos?

Faz sete anos que fui para o hospital, mas ficar bem não te faz esquecer o impacto de um vício ou a memória da angústia que você pode vivenciar. Uma boa parte de “Sunloathe” é tirar sarro do abismo do vício fabricado internamente. É uma corrente comum em muitas de minhas músicas – ficar bravo com minha pena de mim mesmo, pena de si mesmo em geral, diante do sofrimento real no mundo.

Recentemente, você foi desafiado a cantar “I Gotta Feeling” e “My Humps” do Black Eyed Peas durante um show solo. Você é fã?

Acho que eles são gênios do mal [ri]. Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Para mim, é perturbador as pessoas pensarem que eu acharia engraçado subir ao palco e tirar sarro do Black Eyed Peas. Não tive essa intenção. Sinceramente, tentei muito levar aquilo a sério.

O Wilco ficou de folga na maior parte de 2010 – o que você fez?

Fiz alguns shows acústicos, mas na maior parte passei muito tempo em casa, levando meus filhos para a escola e tendo uma rotina normal. Foi o primeiro ano do Spencer [filho de 15 anos] no ensino médio, então foi uma boa época para se ter o pai por perto.