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Calendário Pirelli chega a meio século de existência com livro comemorativo e ensaio inovador

Fenômeno fashion anual, publicação serve de referência cultural e estética

LUCAS BORGES Publicado em 11/11/2015, às 17h56 - Atualizado em 30/11/2015, às 15h15

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Icônica foto de lábios reluzentes capturada pelo suíço Hans Feurer para o calendário de 1974 - HANS FEURER © THE PIRELLI CALENDAR
Icônica foto de lábios reluzentes capturada pelo suíço Hans Feurer para o calendário de 1974 - HANS FEURER © THE PIRELLI CALENDAR

Em 1964, o braço britânico da fabricante italiana de pneus Pirelli decidiu promover a marca a partir de um calendário. Um calendário de modelos femininas. O fotógrafo escolhido para registrar as primeiras imagens foi o londrino Robert Freeman, responsável pelas icônicas capas de Help! e Rubber Soul, entre outros discos dos Beatles. Ele inaugurou a obra com fotos sóbrias: saias, shorts, camisas e biquínis discretos e eventuais barrigas e pernas desnudas nas praias da ilha espanhola de Maiorca.

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Freeman e a Pirelli mal poderiam imaginar que aquela compilação se tornaria um fenômeno fashion anual, servindo de referência cultural e estética e presenteado apenas para vips, clientes e executivos muito especiais ligados à marca. De lá para cá, ícones da fotografia e da moda como Richard Avedon, Peter Beard, Patrick Demarchelier, Nick Knight, Karl Lagerfeld, Inez van Lamsweerde, Vinoodh Matadin, Annie Leibovitz, Peter Lindbergh, Sarah Moon, Mario Sorrenti, Bert Stern, Mario Testino e Bruce Weber enfocaram algumas das mais célebres mulheres do planeta em nome do duradouro projeto.

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Os trajes encurtaram e a criatividade ganhou asas ao longo de todas estas décadas, durante as quais o calendário só não foi produzido de 1975 a 1983. Em 2015, a editora alemã Taschen, especializada em livros de arte, lança uma obra comemorativa dos 50 anos dessa iniciativa que subverteu a soma de mulheres, calendários e pneus.

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O Brasil faz parte dessa história. Em 2013, Isabeli Fontana, Adriana Lima, a atriz Sonia Braga e a cantora Marisa Monte foram clicadas por Steve McCurry (o responsável pela famosa imagem da garota afegã de véu vermelho e olhos claros publicada na capa da revista National Geographic) com o Rio de Janeiro como pano de fundo. Além da Cidade Maravilhosa, que já havia sido palco para os ensaios da Pirelli em 2005, as praias de Trancoso, na Bahia, também já serviram de cenário, em 2010. A megaestrela Gisele Bündchen se deixou fotografar em duas oportunidades: em Nápoles, no Sul da Itália, e no Mediterrâneo francês.

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Durante as andanças pelo mundo todo, musas e artistas ilustraram histórias sobre os anos dourados de Hollywood, criaram tramas fetichistas, fantasias sexuais, expuseram a cronologia da arte, celebraram a beleza negra e inúmeras outras temáticas. Corpos jovens como o de Naomi Campbell, fotografada com os seios à mostra aos 16 anos, em 1987 (com autorização da mãe); corpos maduros como o de Sophia Loren, mostrado em todo o seu esplendor aos 72 anos, na edição de 2007. Alessandra Ambrósio, Laetitia Casta, Cindy Crawford, Penélope Cruz, Milla Jovovich, Heidi Klum, Angela Lindvall e Kate Moss – todas elas foram impressas nas folhas do calendário.

A edição de 2016, a ser lançada em 30 de novembro, marcará mais um passo ousado na história do livreto. Yoko Ono, Patti Smith, Serena Williams e Amy Schumer questionarão a estética convencional em um ensaio captado pelas lentes da lendária fotógrafa norte- -americana Annie Leibovitz.

50 Anos de 12 Belos Meses

Os 50 anos do calendário Pirelli foram colocados em retrospectiva neste volume histórico, assinado pelo historiador de arte, escritor e marchand francês Philippe Daverio. A publicação é da editora alemã Taschen, especializada em arte e moda e responsável, por exemplo, por lançar obras do brasileiro Sebastião Salgado. Fotos inéditas do meio centenário da publicação da fabricante de pneus fazem parte do livro. Entre elas, imagens da edição-piloto do calendário (1963), que nunca viu a luz do dia, e uma seleção de fotos consideradas ousadas demais para suas respectivas épocas. O volume inclui ainda uma introdução assinada por Daverio e entrevistas com os diretores de arte Derek Forsyth e Martyn Walsh. São duas edições, sendo que a de luxo custa US$ 3000.