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Código do silêncio

Rodrigo Salem Publicado em 22/09/2008, às 18h07

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O quarteto é liderado por Chris Martin, à frente - Divulgação
O quarteto é liderado por Chris Martin, à frente - Divulgação

Verão na inglaterra não dá praia. Dá festival. E geralmente o bronzeador é substituído por uma camada marrom de lama. Raramente um festival de rock no Reino Unido escapa das chuvas torrenciais que molham o solo da ilha entre junho e setembro. Mas o próprio céu parecia antever o que aconteceria naquela noite de 17 de agosto de 2003. Nenhuma gota ousou se colocar entre o Coldplay e a platéia de 60 mil pessoas que testemunhava o surgimento do mais forte candidato a maior banda do planeta desde que o Radiohead embarcou no foguete rumo ao espaço. Àquela altura, eu já tinha visto shows de grupos encarados de maneira quase religiosa, como o U2 pela primeira vez no Brasil, e Ramones comemorando 30 anos de carreira em Nova York. No entanto, o sentimento que emanava no V2003, festival produzido pela poderosa Virgin, era de deleite histórico, de fazer parte da história. Foi naquele momento que o vocalista Chris Martin testou os limites de seu carisma, caindo do banquinho ao tocar "The Scientist" e sendo levantado pelo público. Foi ali que ele encarou os fãs ingleses depois da primeira grande confusão de sua vida, quando foi acusado de bater em um fotógrafo na Austrália. Foi esse auge da excursão do álbum A Rush of Blood to the Head (2002) que se tornou o quarto melhor show de todos os tempos segundo a imprensa britânica, perdendo apenas para Radiohead em Glastonbury (1997), Nirvana no Reading (1992) e Oasis em Knebworth (1996). Foi em cima do palco que o Coldplay viu que a maior resposta para críticas, fama, processos judiciais e superexposição seria uma só: o silêncio. Depois daquele show, nada mais seria o mesmo para o quarteto londrino.

Quatro anos depois, o Coldplay chega ao Brasil diferente de sua última passagem pelo país, quando encerrou as atividades de A Rush of Blood to the Head. Desta vez, Chris Martin (vocal e piano), Jonny Buckland (guitarra), Guy Berryman (baixo) e Will Champion (bateria) aterrissam por aqui no fim de fevereiro para testar várias músicas que devem entrar no próximo disco do grupo, previsto para 2008. E até o quarteto subir no palco do espaço Riesco, em Santiago (Chile), primeira data da minitour, é basicamente isso que qualquer mortal sem conexão com a banda sabe sobre o projeto. O mistério faz parte do jogo agora. Uma lição aprendida a duras penas com o trabalho desenvolvido no álbum anterior, X&Y (2005), que, apesar das 10 milhões de cópias vendidas, foi recebido por muitos críticos - em especial, o New York Times - como um trabalho hercúleo de prepotência e egocentrismo. Ninguém duvida que muitas dessas reações vieram das ações tomadas pela banda e sua equipe pouco antes do lançamento da obra, em 2005. Martin era freqüentemente citado na imprensa inglesa se gabando do disco ("a melhor coisa que alguém já fez") e a gravadora transformou a audição do CD numa missão no melhor estilo James Bond encontra Nick Hornby - um encontro era marcado em algum lugar de Londres ou de qualquer capital importante e o jornalista precisava ir pessoalmente receber um pacote nominal, contendo o disco de uma banda desconhecida, chamada The Fir Trees.

A estratégia para o quarto disco é a mesma adotada por Martin depois da encrenca com o paparazzo australiano: revelar sinais do que pode vir a ser o novo projeto apenas no palco - na ocasião do V2003, a banda adiantou "Pour Me" e "The World Turned Upside Down", gravadas dois anos depois. Trocamos dezenas de e-mails e telefonemas nacionais e internacionais com a gravadora, batemos na porta do novíssimo estúdio de gravação da banda no frio inverno londrino e entramos em contato com a própria BBC. Nada. O Coldplay não falaria sobre as apresentações nem adiantaria detalhes do próximo álbum, apesar de ter visitado os escritórios da Rolling Stone norte-americana e o vocalista ter assumido, por um dia, o programa do DJ Zane Lowe, da BBC 1. A explicação sobre esta turnê às avessas veio de forma oficial, no site da banda. "Tendo recebido uma resposta fenomenal na última turnê latino-americana, a banda pessoalmente escolheu retornar à região" para testar as músicas em apresentações estruturadas para locais pequenos. O Via Funchal, em São Paulo, que já seria apertado para o Coldplay, ainda teve a capacidade de 6 mil pessoas reduzida para menos da metade para a colocação de cadeiras. Os ingressos para os três dias de shows se foram em menos de 48 horas, mesmo os mais caros chegando a insanos R$ 400. Nenhuma surpresa para um grupo que toca o coração dos roqueiros mais alternativos e ainda emplaca música em novelas da Globo.

O início da carreira não tem nada a ver com disputa por ingressos e discos que atingem as ações da gravadora na bolsa de valores. "Nosso primeiro show", revelou o baterista Will Champion em entrevista à Rolling Stone norte-americana, "custou 3 libras (cerca de R$ 15) com o flyer e 5 libras (R$ 25) sem. E todo mundo da escola apareceu". O nome da banda ainda era Starfish e só haviam seis canções no repertório. Diante da recepção positiva dos amigos, os "Estrelas-do-Mar" ainda voltaram para um bis e deixaram o clube Laurel Tree, em Camden Town, com um cheque de 80 libras (R$ 400) nas mãos. A apresentação foi resultado de poucas semanas de ensaio no andar superior de uma casa, cujo quarto Jonny Buckland dividia com Chris Martin e dois amigos. "Era um pardieiro", recorda Martin. "Mas amávamos aquilo. Era somente parar de tocar antes da meia-noite que ninguém reclamava."

A paixão do vocalista por esse importante período da vida do Coldplay revela uma dedicação que fez o grupo partir à frente de muitos outros que surgiam no rastro da revolução detonada pelo Radiohead e seu Ok Computer há dez anos. "Nós tínhamos um pacto", confessa Will Champion. "Não poderíamos parar enquanto não fizéssemos sucesso." Ironicamente, esse pacto quase levou o baterista para fora do mundo do Coldplay. Champion entrou na banda pela porta dos fundos, quando acompanhou um colega baterista na gravação de algumas faixas para o Starfish. O amigo precisou sair depois de uma música e o jovem de Southampton assumiu as baquetas. "Eu não sabia tocar bateria", diz o músico, que foi sacado do recém-batizado Coldplay pouco antes de entrarem em estúdio para registrar o disco de estréia, Parachutes. Uma semana depois, Chris Martin voltou rastejando, pedindo para Will reassumir sua posição. "Dormimos com alguns bateristas", lembra o vocal. "Mas aprendemos que você não pode foder com a química de nossa banda." O estrago, contudo, atingiu a cabeça do instrumentista desprezado, que só ganhou uma auto-estima de rockstar quando o Coldplay foi vaiado e atingido por garrafas num festival em Washington D.C., em 2001, por uma audiência hostil que esperava a principal atração da noite, o Foo Fighters. "Dave Grohl se aproximou de Will e falou que ele era um baterista incrível. Isso mudou a vida dele", diz Martin.

Ironicamente, o próprio dave grohl terminou virando uma referência para a grandiosidade do Coldplay. Quatro anos depois do encontro informal na capital dos Estados Unidos, as duas bandas se reencontraram em dois momentos cruciais para os ingleses. O primeiro foi no já citado V2003, quando o Foo Fighters aqueceu o palco principal para o Coldplay fechar a noite antológica. A segunda foi em julho de 2005, quando ambos chegaram ao festival Fuji Rock Festival, no Japão, como headliners e disputando as paradas com os discos recém-lançados, In Your Honor e X&Y. Depois de descobrir que o Coldplay havia tirado o Foo Fighters do número 1 da Billboard, Grohl chegou junto de Champion e soltou, simpático: "Estamos fechando uma noite do Fujifest. Mas quem toca antes da gente? A maior banda no mundo hoje? Óóótimo".

É nesse momento que entra o lado popstar de Chris Martin para saber equilibrar o surrealismo de ser um gigante do rock e manter a qualidade musical. Casado com uma estrela do cinema, Gwyneth Paltrow, com quem tem um casal de filhos (uma menina chamada Apple e um menino batizado de Moses), é um vegetariano que come peixe ("Notei que ninguém ia para minha casa comer hambúrguer de tofu", explica a exceção) e filho de uma professora com um contador. Ganhou um violão quando era criança, mas se apaixonou pelo piano da família, em que compôs seu primeiro número musical, uma canção instrumental baseada no tema de Um Tira da Pesada. Conheceu o resto da banda na Universidade de Londres e, desde o princípio, virou uma espécie de guru do sucesso, ditando regras e atitudes que levariam o Coldplay a se tornar o novo U2.

Ou o novo Radiohead. "Lembro de um artigo que li sobre eles assim que virei fã", declara o líder da banda. " [o guitarrista] Jonny Greenwood falou que todas as músicas do Ok Computer eram uma tentativa de soar como outros artistas. É assim que acontece conosco algumas vezes." Alguns rumores ainda davam a entender que Martin não aceitava nenhum membro se envolvendo com drogas porque essa era a maneira de Thom Yorke controlar o Radiohead. Ele não nega a inspiração. "Somos como cachorrinhos latindo em volta de seus calcanhares", brincou, em entrevista à Newsweek. "Há pessoas que gostam disso e outras que nos chutam. Uma delas é o Radiohead." Bem, pelo menos Yorke não tem o título de "vegetariano mais sexy do globo", segundo a organização de proteção aos animais, PETA. "Eu não me importo em não ser cool", diverte-se Martin. "Essa eleição é o máximo que consigo em ser tão bacana quanto Brad Pitt. Os maiores desafios de minha vida são estes: tentar ser o Radiohead e Brad Pitt."

Enquanto não consegue cumprir as tarefas (se bem que há afoitos que consideram o Coldplay melhor que o Radiohead na atualidade), o vocalista mistura uma dose de desejo em relação ao próximo CD e uma simpática arrogância disfarçada de humildade quando é questionado sobre sua banda ser a maior banda do mundo. "Eu acho que estamos subindo entre as dez mais", exalta. "Tenho esperança que o disco seguinte nos valide ainda mais. Levamos os falsetes e as baladas no piano até onde dava. Agora podemos tentar algo diferente. É libertador." A preocupação de Martin não é garantir o salário dos executivos da gravadora ou destruir recordes. "Estamos só no terceiro disco, nos sentimos como a nova gíria do momento."

A humildade misturada com uma dose bem-humorada de auto-humilhação é uma das características mais marcantes do vocalista e anda meio perdida no turbilhão de egos envolvendo o sucesso do Coldplay. Ao mesmo tempo em que pode falar que "fez um disco sem erros" (sobre A Rush Of Blood to the Head), não esconde que "costumava andar de modo engraçado e era um imbecil" e "que nem eu gostaria de mim mesmo." O duelo entre a insegurança católica (Chris foi criado como um bom cristão e não esconde sua paixão por corais de igreja) e a megalomania do principal compositor do Coldplay gera atitudes inesperadas como os shows brasileiros de fevereiro. "Adoro ser desafiado", adianta o músico. "Acho empolgante a idéia de que há um monte de pessoas dependendo de mim como compositor. Algumas resenhas do X&Y bateram muito forte, mas depois disso eu pensei: 'Por quê? Estamos apenas escrevendo músicas e não inventando a doutrina nazista'." Então qual razão explicaria essa turnê-teste longe das grandiosas casas de shows sempre receptivas à banda nos Estados Unidos e Inglaterra? Na verdade, é assim que o grupo se livra do nervosismo. "Apenas tocamos. Tocamos em vários locais pequenos. Acho melhor sempre voltar a espaços menores, porque é ali que você se sente musicalmente nu. É como o início de O Exterminador do Futuro, quando Arnold Schwarzenegger aparece. Ele parece bem, com todos aqueles músculos, mas não veste uma peça de roupa e não faz idéia do que está fazendo. Nos sentimos da mesma maneira. Ainda não temos nossas roupas e ainda não sabemos direito o que estamos fazendo."

A nova roupagem, no entanto, já tem seu estilista. O ex-Roxy Music e colaborador usual do U2, Brian Eno, revelou ao programa Front Row, da rádio BBC 4, que deve assumir a produção do "disco quatro" do Coldplay. Segundo Eno, o álbum será "bastante original e bem diferente do que o Coldplay fez antes", mas os boatos de que o quarteto poderia entrar na moda dos anos 80 que domina a Inglaterra foram descartados: "Engraçado, falei com David Byrne há pouco tempo e brinquei dizendo que estamos tentando ficar o mais distante possível do Talking Heads". A entrada de Eno, contudo, mostra mais uma coincidência entre as carreiras do Coldplay e U2. Bono, que foi flagrado falando que "o Coldplay escreve músicas que curam o coração", já iniciou Chris Martin nos "prazeres" do engajamento social. "Há poucas pessoas e 'coisas' que me intimidam e que ainda coloco em outro nível em meu cérebro. Uma delas é o U2", paparica Martin, devolvendo a rasgação.

Porém, enquanto Bono encontra líderes de países poderosos e cria ações humanitárias, Chris Martin se dedica à organização Make Trade Fair, que pede um comércio justo entre nações de primeiro e terceiro mundos. No V2003, o vocalista pegou uma caneta hidrocor preta e pintou o nome da organização no braço. No Brasil, logo depois, ele já subia ao palco com ela. Durante a tour do X&Y, usava apenas o símbolo da campanha (um sinal de igual) e bandagens coloridas ao redor dos dedos para chamar atenção para o símbolo. Numa das apresentações beneficentes, Martin deu uma pista sobre como pode soar o novo disco. O evento foi na Union Chapel, de Londres, em 27 de novembro do ano passado. O líder do Coldplay chamou um violinista, sentou no piano e cantou uma canção que ele chamou de "Bucket For a Crown", escrita na noite anterior. Após dois minutos de uma composição no estilo de "The Scientist" (com uma letra provisória homenageando Noel Gallagher), o vocalista parou e disse: "Se for uma merda, daremos ela para o Killers. Se for boa, gravamos." Os fãs do Killers não precisam chorar. Martin é fã da banda de Las Vegas e tocou "When We Were Young" no violão no começo do set. Não é preciso nem dizer que tudo está na internet.

O que não pode vazar para a web é a experiência de Martin em outros passos de Bono. Ou melhor, pode. O músico, assim como o ídolo, viajou para a África para compreender a importância da organização que apóia. "Se não soubermos sobre o que estamos falando, ninguém se interessará em conversar conosco sobre isso", explica. O cantor aproveitou para gravar um documentário para a Make Trade Fair colocar na rede. Nele, conversa com fazendeiros de Gana e testemunha o nível de pobreza do interior do país. "Foi triste, porque você podia ver como uma nação pode ser destruída por homens em escritórios a 1.500 quilômetros de distância." A excursão quase acabou em tragédia quando o avião do rockstar por pouco não se espatifou no chão, fazendo Martin pensar em 1) como sua filha cresceria nas mãos de um padrasto; e 2) no disco novo do Coldplay. "Algo assim nos faz ficar mais focados e apreciar tudo que temos", filosofa sobre a experiência de quase-morte e dando uma resposta que agradaria a qualquer nerd de Jornada nas Estrelas sobre uma solução drástica e revolucionária. "Quando olho para o espaço, tudo que vejo são coisas positivas. A raça humana nunca poderá arruinar o espaço sideral." Antes que alguém o coloque ao lado de Tom Cruise, o músico não é cientólogo. "Nosso baterista é um fanático por Guerra nas Estrelas e um de meus melhores amigos, Simon [Pegg, ator de Todo Mundo Quase Morto] é cercado por adoradores desse gênero. Acho que está ao meu redor."

Uma das coisas que chris martin aprecia hoje é o benefício do sucesso. Sua única briga com a imprensa faz parte do passado ("A verdade é que nunca bati em ninguém") e o casamento com Paltrow ("Quando você se torna amigo ou se apaixona por alguém famoso é porque consegue vê-lo apenas com um ser humano") e a exposição dos filhos são encarados com naturalidade. Durante a turnê passada, ele pegava o jatinho da banda para retornar para casa sempre que podia e não teve cerimônia em levar Apple nas apresentações do Live 8. "Em outra ocasião, teria ficado com raiva. Adoro andar com minha filha e sou tão orgulhoso quanto qualquer outro pai", declara o papai coruja.

Os 28 milhões de discos vendidos numa carreira de três trabalhos do pai deve credenciar a pequena Apple para vôos mais longínquos. A não ser que o Coldplay feche as cortinas e pendure as chuteiras. E isso não é uma conjectura tão fantasiosa quanto muitos imaginam. A primeira grande crise entre os membros da banda aconteceu assim que as gravações de X&Y tiveram sinal verde. Seguindo os 16 meses na estrada promovendo A Rush of Blood to the Head, os quatro amigos não deram uma pausa para respirar e se meteram no estúdio. "Só queríamos ver nossas famílias e amigos - ser normais", confessa o baterista Champion. "Não que estivéssemos nos odiando. Mas ninguém falava nada e as coisas começaram a se despedaçar." Oito meses de trabalhos frustrantes e canções insatisfatórias levaram o grupo a uma reunião de emergência para colocar as tensões para fora. Cada integrante explicou o que estava sentindo e procurou resgatar o sentimento que carregava no início da carreira. "Decidimos que deveríamos nos separar ou voltar a como era antigamente, apenas quatro caras sem distrações, sem grandes ajudas ou grandes estúdios. Nos tornamos mais próximos depois dessa bebedeira", ressalta Martin, sendo seguido pelo baixista Guy Berryman. "De alguma maneira, foi até um disco rápido de se fazer. O que demorou foi descobrir o que estávamos querendo fazer."

A segunda crise foi mais séria. Abalado com as críticas ao terceiro álbum, Martin teria dito a amigos que poderia parar de escrever músicas. A boataria se deliciou ainda mais quando o vocalista recebeu o Brit Awards em fevereiro de 2006 e disse: "Não veremos vocês em muito tempo. Falo sério. Adeus". Assim como o lançamento de X&Y valorizou as ações da EMI, essa declaração estabanada desvalorizou os papéis da gravadora em 1,58%. A assessoria do grupo foi acionada e consertos foram feitos. "Eles estão apenas tirando um merecido descanso", anunciou a porta-voz em julho do ano passado, ao final da tour Twisted Logic, no Japão e Austrália. Martin, por outro lado, começou a flertar com shows acústicos, gravações com Jay-Z e aparições em séries de TV.

A resposta não poderia ter vindo da maneira mais rápida, com o anúncio da turnê na América Latina para adiantar o novo caminho do Coldplay. "Tudo que aconteceu conosco nos últimos dois anos mudou a percepção de como as pessoas nos vêem", divaga o cantor. "De repente, precisaríamos tomar a decisão de gravar, mesmo sendo desonestos com nossas emoções. Mas Jonny (Buckland) me falou: 'Não, continue a escrever sobre o que está na sua cabeça, mesmo que signifique que as pessoas vão criticar e interpretar erroneamente'. Então, eu canto sobre o que acredito." Se isso continua sendo verdade, que tal aproveitar a letra de "Talk" e abrir o jogo aqui no Brasil? Não é você mesmo, Chris, que diz "Vamos conversar"?