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Politizada, Leandra Leal vai às ruas não só na novela Saramandaia, mas também na vida real

Carina Martins Publicado em 13/08/2013, às 11h36 - Atualizado às 11h36

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<b>A melhorar</b>
Militante do cinema, Leandra diz que “há poucos filmes conseguindo espaço - Divulgação
<b>A melhorar</b> Militante do cinema, Leandra diz que “há poucos filmes conseguindo espaço - Divulgação

Leandra Leal, 30, é a dona da rua. No ar como a ativista Zélia de Saramandaia, é a personagem dela quem lidera o movimento contra o poder instaurado na cidade fictícia. Na vida real, a atriz foi às ruas durante os protestos de junho, como mui- tos, mas, como poucos, não era novata em manifestações. É comum vê-la engajada, nas ruas e redes sociais, em causas que envolvam direitos humanos e cultura. “Eu fundei o grêmio da minha escola ”, lembra. Mas, no início de todo ano, ela sai de casa por outro motivo: a paixão por blocos de Carnaval, especialmente o Sem Rival, no Rio, e o Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo, comandados respectivamente por ela e o namorado, o empresário Alê Youssef.

Se a gente juntar Saramandaia, Carnaval e protestos, você passou 2013 todo na rua.

Eu gosto mesmo de rua, estou sempre na rua.

Na novela você faz uma ativista. Na vida real, você também sempre esteve em mobilizações. Como isso começou?

Da minha mãe [a atriz Angela Leal]! Ela sempre foi envolvida com política. Foi secretária de Cultura do Rio, então isso sempre foi muito presente. Sempre me interessei por política, fui presidente do grêmio da minha escola. Aliás, eu fundei o grêmio da minha escola.

Em quais causas você está envolvida agora?

Tem temas que eu sempre fico ligada, como temas relacionados à cultura, LGBT, liberdades individuais. Sou a favor da legalização do aborto e da maconha. Agora estou pensando muito na reforma política. Sou a favor de um plebiscito, não em tão curto prazo, com perguntas bem formuladas e esclarecimento dos temas. Defendo financia- mento público de campanha, voto distrital, suplente eleito, fim do voto secreto na Câmara e no Senado e a transformação de corrupção em crime hediondo, que já foi votada.

Vi que você assinou o apoio à Rede, da Marina Silva. Isso significa uma filiação?

Não significa uma filiação, não sou filiada a nenhum partido. Assinei porque acho que o partido dela é importante para a nossa democracia.

Como foi, para você, a experiência da candidatura do Alê Youssef a vereador? Não tem medo desta participação “oficial” na política?

Eu acho que quem tem talento, vocação e é bem-intencionado tem que entrar mesmo. Curto muito política, é um hobby que eu tenho, mas nunca na minha vida entraria. Gosto de produzir, atuar, é o que eu gosto de fazer. Mas todo mundo deveria ter um envolvimento com a política, é uma coisa saudável, é assunto da sociedade, de todo mundo.

Houve muita repercussão a respeito da recusa da atriz Marina Ruy Barbosa em raspar o cabelo para Amor à Vida. Você já mudou, cortou curto, fez cenas de sexo e nudez. Até que ponto acha que deve ir a abnegação do ator em relação ao próprio corpo?

Não sei nada sobre esse caso dela. Tudo varia de obra para obra, de cada personagem, contexto e da linguagem usada. Existem novelas em que o nu é necessário, por exemplo, em outras não. Eu sou uma pessoa que gosta muito de mudar de visual. Quando era mais jovem, mudava a cada cinco minutos. Já tive cabelo laranja, roxo, dread...

Você voltou a fazer par romântico com o Bruno Gagliasso em Mato Sem Cachorro. Como foi?

Foi demais, adoro o Bruno. Adorei fazer o filme, nunca tinha feito comédia em cinema, achei muito maneiro me chamarem. É um roteiro muito redondo, competente.

O que acha da atual produção do cinema nacional, que tem contemplado uma variedade maior, incluindo obras mais leves e comerciais?

Sou muito militante do cinema. Estamos vivendo um momento bacana. Acho que a gente tem que contemplar filmes de todos os tipos. E os autorais também, que são muito importantes para você desenvolver uma linguagem, por exemplo. Mas não acho que está tudo perfeito. Tem poucos filmes conseguindo espaço. O governo deveria articular as salas públicas de cinema e fazer um circuito. Outra coisa que sou contra é isso de um filme pegar todos os horários de uma sala. Tenho uma produtora, fiz um coletivo de três filmes que a gente fez com o custo de um. E estou produzindo e dirigindo As Divinas, documentário sobre a primeira geração de travestis do Brasil. Vou fazer um crowdfunding para finalizar.