Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Ringo Starr fala sobre como ainda se diverte gravando com Paul McCartney: “Somos amigos, mas não vivemos grudados”

Com participação do baixista, o novo disco do baterista, Give More Love, saiu em 15 de setembro

Andy Greene Publicado em 29/09/2017, às 11h34 - Atualizado às 11h52

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Paul McCartney e Ringo Starr em estúdio - Reprodução
Paul McCartney e Ringo Starr em estúdio - Reprodução

Para o 19º disco solo da carreira, Ringo Starr planejava gravar seu primeiro trabalho country desde Beaucoups of Blues (1970). Porém, quando sua agenda impossibilitou uma longa viagem a Nashville, ele simplesmente decidiu trabalhar na sala de estar de casa, convidando velhos amigos para colaborar, entre eles Peter Frampton, Dave Stewart, o cunhado Joe Walsh e Paul McCartney. “Acabou se tornando um álbum normal do Ringo, com uma balada, uma faixa country, um rock”, conta o baterista, cujo novo disco, Give More Love, sai em 15 de setembro. “Sempre é informal. Com o Pro Tools, você não precisa de tanto espaço quanto tínhamos em Abbey Road. Às vezes, o cachorro late e isso acaba aparecendo na faixa.” Ringo, de 77 anos, está prestes a completar 30 anos no comando da All-Starr Band, cuja formação de longa data inclui Steve Lukather (Toto) e Todd Rundgren, e comenta seu amor pela estrada nesta entrevista.

Como Paul acabou participando das sessões para o novo álbum?

Bom, liguei para ele e disse: “Tenho esta música chamada ‘Show Me the Way’ e quero que você toque nela”. Como é muito amigo meu, disse que viria a Los Angeles para isso. É sobre [minha esposa] Barbara [Bach]. Ela me mostra o caminho. Queria que fosse muito pessoal. Enquanto ele estava lá, também tocou em “We’re on the Road Again”. Foi muito gentil da parte dele.

Vocês ainda soam ótimos juntos.

Ele é um músico incrível. Também é incrível cantando e como compositor, mas, para mim, como baixista, é o melhor e o mais melódico. Sempre é divertido quando estamos tocando juntos. Toquei em vários discos dele, principalmente nos anos 1990. As pessoas vivem dizendo: “Ah, faz tanto tempo”, mas não faz tanto tempo assim. Fizemos aquele show com músicas dos Beatles há três anos, em um evento do Grammy. Então, ainda somos amigos, mas não vivemos grudados.

Em “Electricity”, você menciona Johnny Guitar, da Rory Storm and the Hurricanes, sua banda pré-Beatles.

Quando mudei meu nome para Ringo, o Rory mudou o dele para Johnny Guitar. Eu tinha saído [do meu emprego] da fábrica e esse foi o primeiro trabalho de verdade como músico. Tenho ótimas lembranças sobre estar naquela banda. Se você olhar meus discos solo recentes, sempre há alguma menção a Rory and the Hurricanes. Não quero escrever um livro – escrevo nas músicas. Se quiser ler meu livro, você terá de comprar 15 CDs e juntar tudo.

Qual foi seu papel na elaboração do box de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band?

Giles Martin remasterizou, enviaram para mim e falei que amei. Há outro CD bônus com partes diferentes – o grande piano em que todos tocamos para aquele único acorde [em “A Day in the Life”]. Isso é muito interessante, até para mim, que faço parte da coisa. É um pouco como o [documentário] Eight Days a Week, que o Ron Howard fez em 2016. Fiquei tão comovido olhando para aquilo e, pelo amor de Deus,

estou nele.

Foi interessante ver um filme dos Beatles que focava apenas nas turnês.

Ele simplesmente nos mostrou como quatro rapazes. Sempre nos mandavam tocar em estádios, já que não podíamos fazer shows normais. Paramos com as turnês porque sentimos que não estávamos tocando tão bem assim. Eu não conseguia ouvir o que os outros três faziam. Tinha de olhar para as ações deles e pensar: “Ah é, entramos nessa parte agora”. Então, claro, terminamos, mas acho que [fazer turnês] sempre fez parte de nós quatro – é o que ainda gostamos de fazer.

Vocês pretendem lançar edições deluxe dos outros álbuns?

Espero que façam do Álbum Branco e de Abbey Road.

E quanto a Revolver e Rubber Soul?

Não sei. Vamos dizer que sim! [Risos] Se não fizermos, peço perdão.

Você está saindo em turnê com a All-Starr Band este ano. Imagina ainda estar fazendo isso daqui a três anos, quando chegar aos 80?

Quero estar, amo isso. É o que faço. Enquanto conseguir segurar as baquetas, poderemos continuar por muito tempo.