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Rock e algo mais

Trabalho do fotógrafo inglês Ross Halfin se divide entre astros lendários do rock e paisagens naturais

Paulo Cavalcanti Publicado em 16/10/2012, às 10h05 - Atualizado em 09/11/2012, às 18h05

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Ross Halfin era um jovem inglês fã de bandas de rock, que na metade da década de 70 decidiu enveredar pela fotografia. Começou a trabalhar no meio clicando bandas punk, mas sempre carregou uma queda pelo hard rock. Anos depois, foi para os Estados Unidos acompanhar as megaturnês dos medalhões do gênero e acabou ajudando a fundar a lendária revista inglesa de heavy metal Kerrang . Hoje, aos 55 anos, Halfin já trabalhou com absolutamente todos os artistas que importam e é referência no universo da fotografia roqueira.

Falando de seu escritório em Londres, Halfin apela para a modéstia. “Não me considero uma lenda, como dizem por aí. Para mim, lenda era o falecido Jim Marshall, ainda é o Mick Rock”, diz. “Sou um cara que está na hora certa no lugar certo e procura fazer seu trabalho da melhor maneira possível.”

“Certamente as pessoas têm uma visão romântica de como é a vida ao lado de uma estrela do rock”, ele diz, desmistificando o lado devasso do rock and roll. “Tudo não passa de um grande negócio. As bandas hoje em dia são megacorporações. O Iron Maiden e o Metallica, grupos com os quais eu trabalhei e até já publiquei livros, são na verdade empresas gigantescas. Eu, quando estou com eles, sou apenas uma peça na engrenagem. Com o passar do tempo, é normal existir certo grau de amizade. Mas nunca presenciei nenhum tipo de loucura. Talvez esse estilo de vida louco tenha ficado para trás, em algum lugar dos anos 70.”

Halfin afirma que ganhar a confiança (e obviamente não traí-la) é essencial para o trabalho com os astros do rock. “Se você está com eles dia e noite, tem que respeitar os limites e não ultrapassar certas barreiras. Minhas fotos são bem naturais, não coloco nada que possa atrapalhar o momento. Não uso flash”, explica. Mesmo com um currículo invejável, o retratista número 1 dos roqueiros confessa carregar frustrações: “Obviamente, gostaria de ter fotografado Jimi Hendrix e outros que se foram antes do meu tempo. Minha decepção foi não ter podido trabalhar com o Jeff Buckley. Eu já tinha agendado algo com Jeff, mas infelizmente ele faleceu antes que isso pudesse se concretizar”.

Apesar de ainda acompanhar bandas novas de perto, como o Kings of Leon, Halfin enfatiza que o rock não faz mais parte de seu estilo de vida. Esse lado zen pode ser comprovado em sua outra faceta profissional, que é a de fotógrafo de paisagens e cenários naturais (foto ao lado). O trabalho está presente em Sojourner – Ross Halfin Travels , livro lançado nos Estados Unidos pela Genesis Publication (sem previsão de lançamento no Brasil). “Eu também sou pintor e quero que as pessoas enxerguem meu trabalho como pinturas. Para mim, estas fotos são como se eu estivesse fazendo as imagens de uma janela”, conta. Outra obsessão atual de Halfin é a reformulação de seu portfólio online, no site rosshalfin.com. “Estou expandindo minha participação na web. Vou disponibilizar mais fotos, colocar material inédito e ampliar meu contato com o público.”