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Marcelo Yuka lança autobiografia – e quer deixar, definitivamente, O Rappa para trás

Marcos Lauro Publicado em 14/03/2014, às 12h33 - Atualizado às 12h33

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Na ativa
Yuka vai enfim voltar à música

 - Gabriel de Paiva/O Globo
Na ativa Yuka vai enfim voltar à música - Gabriel de Paiva/O Globo

Aos 48 anos – e 14 após ter sofrido o assalto que resultou em nove balas de pistola instaladas em seu corpo –, Marcelo Yuka está pronto para contar a história da vida por meio dos próprios olhos. Depois de um documentário (No Caminho das Setas, de 2012), chegou às livrarias a autobiografia Não Se Preocupe Comigo (Ed. Sextante), feita em parceria com o jornalista Bruno Levinson. Mas o músico já prepara outros trabalhos ainda para 2014.

Em um trecho do seu livro você diz: “O Rappa é pop. Eu não sou Pop”. Por que você não se acha pop?

Eu gostaria de ser. Eu reconheço a importância estética que eu tive ali [n’O Rappa], não só nas letras. Nunca fui um grande músico, mas eu sempre procuro um conceito no que eu faço. Esse conceito chegou no disco Lado B Lado A. Isso fez com que O Rappa ficasse popular, mas sem nenhum lado pejorativo nisso. Eu só tive um disco depois da saída da banda [com o projeto F.U.R.T.O, de 2005] e o berro que eu precisava dar ali era tão forte que não deixou o grupo acontecer. E eu também não tive condições físicas para tocar uma turnê, fazer divulgação.

Entrevista: Marcelo Yuka volta à música, sempre na busca constante pelo ativismo por meio da cultura.

Você diz que escreveu “Minha Alma” com raiva. No F.U.R.T.O tinha também essa questão de precisar gritar. A raiva move você?

Não, de jeito nenhum. A indignação, sim. Alguns sucessos que eu tive têm acidez, peso e indignação, e as pessoas esperam isso de mim. Neste disco novo que estou produzindo tem muita indignação, mas não só isso.

E como será esse álbum?

Tenho muitos projetos pra 2014. O meu disco vem de uma produção que já dura seis, sete anos, e agora sai. Vai se chamar Marcelo Yuka e A Entidade, com influência da umbanda e do candomblé e muito sintetizador, muito dub. Outro trabalho é mais pesado. O rock nunca me moveu, mas tenho algumas referências em The Clash e Rage Against the Machine. Então, montei o Mestiço, um projeto que mistura duas guitarras pesadas com cantos indígenas. E entre outras coisas ainda tem o que chamamos de “Tribalistas de pobre”, o Ao Cubo, que vai juntar o Marcelo D2, Seu Jorge e eu.

E você ainda se relaciona com os caras d’O Rappa?

Não. É muito doloroso pra mim falar sobre o que aconteceu e isso hoje não toma tempo do meu dia. Só está no livro porque fez parte da minha vida. Hoje tenho até uma memória seletiva sobre tudo e me lembro só das coisas boas. Daqui pra frente não pretendo mais falar d’O Rappa. Quem quiser saber é só ver no livro.

Deixando divergências para trás, O Rappa lança novo disco e deixa em aberto os planos para o futuro.