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Vivendo no limite

O aquecimento global causará o desaparecimento de ilhas como as Maldivas em um futuro não muito distante

Érico Hiller Publicado em 13/02/2012, às 12h37

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Vivendo no limite - Érico Hiller
Vivendo no limite - Érico Hiller

As Maldivas fazem parte de um grupo de países que pode, ainda neste século, ganhar o status de “estado sem território”. Assim como acontece com outras nações insulares (Nauru, Tuvalu e Kiribati, entre outras), as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global ameaçam transformar o arquipélago, localizado no Oceano Índico, em uma mera lembrança no globo terrestre. Com altitude média de 1,5 metro, o país irá simplesmente desaparecer se for confirmado o aumento do nível dos oceanos em até um metro para o ano de 2100. A constante ameaça aos 350 mil habitantes das Maldivas é o retrato de como atitudes em certas regiões do planeta possuem influência a milhares de quilômetros de distância.

Com uma área de 298 quilômetros quadrados (aproximadamente cinco vezes menor do que a da cidade de São Paulo) e com habitantes em pouco mais de 200 de suas 1.192 ilhas, a República das Maldivas tem uma participação pequena na questão do aquecimento global. Mesmo assim, o governo local possui a meta de zerar suas emissões de carbono até 2020. São os gases do efeito estufa lançados por países altamente industrializados os maiores responsáveis pelo aumento das temperaturas anualmente e, junto com elas, do mar, que carrega cada vez mais gelo transformado em líquido – no último século, o nível das marés subiu de 10 a 20 centímetros. Mas não são apenas os moradores de ilhas que sofrerão os efeitos das águas: cerca de 70% da população mundial vive em áreas costeiras. Obviamente, quem vive em pequenos estados cercados por um oceano tem muito mais a temer: apenas 1,5° C de elevação nas temperaturas globais já é capaz de inundar essas nações.

Grande parte da população das Maldivas, no entanto, não parece preocupada. Protegidos do mar por gigantescas estruturas de concreto – soluções paliativas para os ataques do oceano Índico –, eles conduzem sua vida como sempre fizeram. Pescam, rezam para Alá e torcem para que seus descendentes tenham terra onde pisar. Para reverter tal situação, temos muito mais a fazer deste lado de cá do mundo do que eles próprios.

E agora, têm no momento outra preocupação: o ex-presidente Mohamed Nasheed acabou de renunciar - segundo ele, de maneira forçada, sob a mira de uma arma - e quem está no comando é o vice, Mohamed Waheed Hassan Manik.

Na galeria acima você vê três fotos da matéria. Mais imagens estão publicadas na edição de fevereiro da Rolling Stone Brasil.