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Por que é horrível trabalhar com a geração Z, segundo Jodie Foster

Atriz não poupou críticas aos mais jovens, mas não deixou de reconhecer que momento atual da sociedade é melhor

Jodie Foster (Foto: Getty Images)
Jodie Foster (Foto: Getty Images)

A geração Z compreende pessoas nascidas entre a segunda metade da década de 1990 e o início dos anos 2010. Há quem considere, mais especificamente, digno da classificação quem chegou ao mundo entre 1997 e 2010. Ou seja: são aqueles que estão entre seus 12 e 27 anos de idade.

Muitas dessas pessoas já estão entrando no mercado de trabalho. E a atriz e produtora Jodie Foster não tem gostado muito disso.

Foster, que curiosamente começou sua carreira ainda na infância, revelou seus pensamentos a respeito das experiências de jovens atores que estão apenas começando a entrar em cena. Em entrevista ao The Guardian (via Consequence), a vencedora do Oscar por Acusados (1988) e O Silêncio dos Inocentes (1991) revelou que a geração Z até manda bem na autenticidade, mas vacila ao simplesmente não saber relaxar.

O assunto foi abordado porque o filme mais recente de Foster, Nyad, aborda como é para uma mulher envelhecer em Hollywood. Quando a reportagem lhe pede um conselho para atores mais jovens, ela diz:

“Eles precisam aprender a relaxar, a não pensar tanto nisso, a saber como trazer algo que seja deles. Posso ajudar [os atores da geração Z] a descobrir isso, o que é muito mais divertido do que ser, com toda a pressão por trás disso, o protagonista da história toda.”

Mesmo se oferecendo para ser uma espécie de “mentora”, Jodie não aliviou nas críticas. A atriz declarou:

“Eles (os mais jovens) são realmente irritantes, especialmente no local de trabalho. Eles ficam tipo: ‘nah, não estou de bom humor hoje, vou chegar às 10h30’. Ou, tipo, em e-mails, eu digo a eles: ‘Isso tudo está gramaticalmente incorreto, não é? Verifique sua ortografia’. E eles dizem: ‘Por que eu faria isso? Isso não é um tipo de limitação?’.”

Exceção à regra

Para toda regra, há exceções. No caso citado por Jodie Foster, há Bella Ramsey. Parte do elenco da série The Last of Us, Bella recebeu vários elogios da veterana, que relembrou um evento patrocinado pela revista Elle.

“Entrei em contato com Bella, porque não nos conhecíamos, e disse: ‘quero que você apresente este evento’. Era um evento maravilhoso sobre atores e pessoas no cinema, mas também é uma coisa de moda. Os organizadores estavam muito orgulhosos de si mesmos porque havia todas as etnias, mas eu pensei: ‘sim, mas todos os participantes ainda usam salto alto e cílios’. Existem outras maneiras de ser mulher e é muito importante que as pessoas vejam isso.”

Foster, então, trouxe Ramsey — que se identifica como não-binário — por mostrar como a narrativa poderia ser diferente. O discurso feito por Bella foi destacado por Jodie como “o melhor”, assim como seu visual, que envolvia o uso de “um terno perfeito, lindamente cortado, com divisão no meio e sem maquiagem”.

Por fim, a veterana atriz contou por que algo similar não poderia ter sido feito por ela ou seus colegas de gerações anteriores à Z.

“Porque não éramos livres… não tínhamos liberdade. E espero que seja isso que o vetor de autenticidade que está acontecendo oferece: a possibilidade de liberdade real. Tínhamos outras coisas que eram boas. E eu digo: fiz o melhor que pude pela minha geração. Eu estava muito ocupada tentando entender onde me encaixava e onde queria estar em termos de feminismo. Mas minha lente não era ampla o suficiente. Eu vivi em um mundo incrivelmente segregado.”