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Dá para viver de rock no Brasil? Jimmy London (Matanza) responde

Vocalista conseguiu sucesso e transformou música em renda com sua banda, que teve atividades encerradas em 2018 após duas décadas em destaque no cenário nacional

Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 11/05/2023, às 09h00 - Atualizado às 18h30

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Jimmy London (Foto: Felipe Diniz)
Jimmy London (Foto: Felipe Diniz)

Músicos de rock sempre encontraram dificuldade para transformar suas bandas em profissão, especialmente no Brasil. Não é fácil viver de arte no país, especialmente do estilo musical guiado por guitarras distorcidas.

Por isso, é interessante ouvir a opinião de quem conseguiu. Um desses raros casos é o de Jimmy London, ex-vocalista do Matanza, hoje comandando o Matanza Ritual, além de integrar o projeto Jimmy & Rats. Em entrevista ao jornalista Marcelo Vieira, o cantor foi convidado a refletir se “dá para viver” de rock no Brasil. Logo de cara, mostrou-se receoso com a expressão utilizada na pergunta, mas ofereceu uma boa resposta.

“‘Dá para viver’ é uma expressão complexa, porque tem pessoas que vivem de coisas super específicas e tem outras que vivem com bem pouco. Ou seja, dá pra viver de vários jeitos diferentes. Mas acho que existe um ponto de equilíbrio entre fazer algo que as pessoas curtam e se dedicar intensamente à parte que ninguém quer abraçar, que é ser o empresário da sua música. E aí, sim, dá pra viver disso, mas esse é um longo papo que fica pra uma próxima conversa.”

Em outro momento, London apresentou seu ponto de vista sobre o sucesso do próprio Matanza, banda com atividades encerradas desde 2018. Embora nunca tenha estourado para um público massivo, o grupo conseguiu fazer carreira no estilo e se tornou uma das referências do rock no país nos anos 2000. Perguntado sobre as razões para isso, ele respondeu:

“Acho que a banda teve um ótimo lugar ‘mid stream’, ou seja, não foi um grande sucesso pop mas também conseguiu romper a barreira do underground. Isso se deve a dois fatores: um show no qual a gente deixava até a última gota de suor no palco e muito trabalho interno, do escritório. Ou seja, arrumar muitos shows [para fazer] e depois valorizar cada um deles, sempre dando o máximo possível.”

A música no mundo virtual

O Matanza surgiu em tempos onde havia menos oportunidades, mas veículos de comunicação com públicos maiores. Além das rádios, a MTV exercia grande influência no gosto musical das pessoas.

Jimmy London (Foto: Caio Bicaglio/Reprodução Instagram)
Jimmy London (Foto: Caio Bicaglio/Reprodução Instagram)

Hoje, o trabalho de um músico precisa estar direcionado ao meio digital. Porém, há seus prós e contras: embora o ambiente virtual tenha democratizado a divulgação das obras musicais, a concorrência também se tornou maior.

Como Jimmy London enxerga esse momento atual? E como isso se compara com o trabalho de divulgação de um artista no passado? Durante a entrevista, ele questionou até mesmo o sucesso obtido pelas mídias tradicionais naquele período e enxergou com bons olhos o ambiente online.

“Não sei se as grandes mídias são exatamente termômetros ou causadores de sucesso. Não dá pra saber o que veio antes, o jabá ou os pedidos de ouvintes numa rádio. Mas hoje em dia vejo nichos que passam despercebidos e que, na verdade, são gigantescos. Inúmeras bandas fazendo carreiras de sucesso sem necessariamente estarem aparentes à grande mídia. Antes, isso era meio impossível.”