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Mamonas Assassinas foi “muito censurado” em sua época, diz Rick Bonadio

Sem especificar restrições aplicadas à banda, produtor musical se manifestou em apoio a Fábio Porchat, que criticou decisão judicial contrária ao humorista Léo Lins

Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 25/05/2023, às 16h00

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Mamonas Assassinas (Reprodução)
Mamonas Assassinas (Reprodução)

Um dos grandes fenômenos da música brasileira nos anos 1990, os Mamonas Assassinas surgiram em um período onde artistas, especialmente de rock, ainda “testavam” os limites da sociedade pós-ditadura militar. Muitas músicas do grupo sequer seriam lançadas nas décadas anteriores, onde órgãos censores estabeleciam quais músicas a população poderia ou não ouvir. Porém, já em 1995, o único disco do grupo paulistano chegou a público sem qualquer restrição.

Ainda assim, de acordo com o produtor Rick Bonadio (via Whiplash), os Mamonas sofreram o que ele classificou como “censura” no curto período em que os músicos, falecidos em um trágico acidente de avião em 1996, estiveram na ativa. O assunto foi abordado pelo profissional de estúdio em uma publicação no Twitter sobre um tema que nada tem a ver com música: a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em retirar do YouTube o especial de comédia Perturbador, do humorista Léo Lins, devido a piadas com escravidão, religião e minorias.

Outro comediante, Fábio Porchat, havia se posicionado de forma contrária à determinação judicial ao defini-la como “inaceitável” e “vergonha”. Em uma segunda publicação, no Twitter, ele explicou: “Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura. Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem”.

Diante da repercussão, Porchat declarou que tem “conversado e trocado com muita gente legal” sobre o assunto, resultando em “muito aprendizado”. Foi aí que Rick Bonadio entrou na conversa, em apoio a Fábio. O produtor musical declarou ter vivenciado a censura nos tempos em que trabalhava com os Mamonas Assassinas, sem especificar exatamente o que ocorreu com a banda.

“Amigo, todos nós podemos conversar eternamente sobre o assunto, mas ou você apoia a censura ou você apoia a piada. Na música é a mesma coisa. Falo por vivência. Na época dos Mamonas fomos muito censurados e hoje vemos que eles eram uma banda de piada boa e gente legal. Não pode castrar o humor, nem impor limites. Essa é a essência de qualquer piada, e da música também. Abraço”

Reações na seção de comentários

Na área em que internautas se manifestam sobre a publicação, as reações se dividiram entre apoio e, em maioria, contestação à fala de Rick Bonadio. Houve ainda quem considerasse que os Mamonas Assassinas também seriam alvo de censura nos dias de hoje.

Mamonas Assassinas (Reprodução)
Mamonas Assassinas (Reprodução)

“Eu fico imaginando o Mamonas, os mestres do deboche, hoje em dia. Um ataque por segundo”, disse um internauta. “Rick merece um disco de ouro nessa resposta sobre a censura. Aí vai Rick!”, afirmou outro.

No campo da oposição, o principal argumento é de que os Mamonas nunca foram, de fato, censurados. Usuários da rede social relembraram que as músicas da banda em rádios e emissoras de TV com frequência, inclusive em programas com indicação para todas as idades.

“Censurado? Não seja hipócrita! Passava Mamonas 12h no ‘Domingo Legal’ e todas as crianças vendo. Na época, minha irmã de 10 anos era super fã com os amiguinhos”, declarou uma seguidora. “Em que momento foi a censura? Na minha memória, mamonas tocava em todas as rádios, ficavam horas em todas emissoras de TV, faziam shows em qualquer local”, disse outro. “Acho que você está confundindo cometer crime com fazer piada, e aí acaba confundindo ser processado por cometer crime com ser censurado”, comentou um terceiro.