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Simple Minds lança disco com 'otimismo em tempos extremos'

'Directions of the Heart' é o 18° album de estúdio da banda e conecta diferentes eras do grupo de 45 anos

Eduardo do Valle (@duduvalle) Publicado em 23/10/2022, às 12h06

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Simple Minds (Foto: Dean Chalkley)
Simple Minds (Foto: Dean Chalkley)

"E se o mundo parasse de girar?" Quem pergunta é Jim Kerr, frontman do Simple Minds, na polifônica "First You Jump", segundo single de Direction of The Heart. É também a expressão literal do momento inédito pelo qual o grupo veterano - e, bem, o mundo todo - experimentou durante a produção de seu 18° disco, em plena pandemia.

"É apenas o Simple Minds neste momento da história. Mas estes são tempos extremos, é claro", diz Kerr sobre o conceito do álbum. "O disco foi feito durante o período da Covid e foi um momento profundo. E tivemos de achar formas de trabalhar apesar dele. Mas o que estávamos determinados a fazer era um disco otimista, positivo e animado."

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Não é mero discurso. O otimismo proposto aparece mesmo em "Vision Thing", a primeira faixa divulgada do novo álbum - uma homenagem de Kerr a seu pai, falecido em 2019, meses antes da gravação. Uma "celebração à vida", definiu o hepteto no lançamento da faixa, que ganhou vídeo no Taormina, icônico teatro clássico na Itália. 

Integrantes do Simple Minds em gramado com algumas árvores ao redor
Simple Minds (Foto: Divulgação)

Diante do impulso de classificá-los como veteranos do rock, o Simple Minds entrega no disco uma versão renovada de si - que usa da experiência de seus 45 anos de estrada a favor de uma resposta a 'extremos', como classifica Kerr.

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E também uma banda diferente daquela que escreveu a clássica 'Don't You (Forget About Me)', música-tema do filme Clube dos Cinco (1985) a pedido do diretor John Hughes. Se, àquela altura, suas letras refletiam anseios de efemeridade, hoje eles aproveitam a longevidade inclusive para revisitar músicas de outras eras - nomeadamente do início da carreira, como em "Act of Love", uma das primeiras faixas escritas pelo Simple Minds, em 1978:

"Um disco que refletisse os tempos antigos do Simple Minds, mas que também contivesse a experiência e a sabedoria que temos agora, com todo esse repertório de anos gravando e nos apresentando."

É sobre o Directions of the Heart, novo disco do Simple Minds, seu legado e sobre a experiência escrevendo o clássico oitentista "Don't You (Forget About Me)", que batemos um papo rápido com Jim Kerr. Confira abaixo:


Rolling Stone Brasil: Apesar de ser lançado em 2022, 'Direction of the Heart' inclui faixas escritas nos anos 1970. Como vocês selecionaram a tracklist para este álbum e o que ela diz sobre o disco, como um conceito?
Simple Minds: O conceito do disco, eu não sei... É apenas o Simple Minds neste momento da história. Mas estes são tempos extremos, é claro. Porque o disco foi feito durante o período da Covid e foi um momento profundo. E tivemos de achar formas de trabalhar apesar dele. Mas o que estávamos determinados a fazer era um disco otimista, positivo e animado. Um disco que refletisse os tempos antigos do Simple Minds, mas que também contivesse a experiência e a sabedoria que temos agora, com todo esse repetório de anos gravando e nos apresentando. Tudo isso e mais está nesse disco, nosso 18° álbum de estúdio. 


Rolling Stone Brasil: Temos visto clássicos dos anos 80 serem redescobertos pela Geração Z. Faixas como "Running Up That Hill", de Kate Bush, ou "Sweet Child O'Mine" do Guns N'Roses viralizando no TikTok e alçando novos voos em 2022. Como você enxerga a recepção deles ao Simple Minds?
Simple Minds: Sabe, quando nós fazemos turnês, quando nós tocamos, costumamos ver três ou quatro gerações diferenças na plateia. Isso é ótimo! Primeiramente temos, é claro, a geração que cresceu conosco, mas pais trazem os filhos, entende? Adolescentes querem vir, eles descobrem o som por trilhas de filmes, por programas de TV ou por propagandas... ou, como você, diz, pelo TikTok ou pelo Instagram, onde quer que as músicas toquem. Mas isso é ótimo, quando eles conseguem encontrar algo em uma música feita muitos anos, ou décadas, antes, mas que ainda refletem emocionalmente algo que eles estão passando agora.  


Rolling Stone Brasil: E já que estamos falando de hits, é impossível não mencionar "Don't You (Forget About Me)," que toca regularmente em rádios brasileiras até hoje. Aqui eu teria duas questões: como foi a conversa com o diretor John Hughes, diretor do filme O Clube dos Cinco (1985), para o qual a faixa foi composta? E se vocês pretendem celebrar o 40° aniversário deste lançamento, em alguns anos?
Simple Minds: A chave foi o diretor John Hughes, que não apenas era obviamente um grande diretor de cinema, como também um cara legal. No tempo que passamos com ele vimos que ele era, como nós, um grande fã de música. Acho que quando ele escrevia os roteiros ele sempre estava ouvindo música - particularmente new wave, música britânica daquela época. O que parece estranho para um cara de Chicago, um cara desses baseado em Chicago, todas as trilhas sonoras sejam principalmente britânicas. Mas ele era um grande fã de música, ele quem nos persuadiu a nos envolver e somos muito agradecidos por isso. Infelizmente, John não está mais conosco para que ele possa celebrar os 40 anos de seu filme, mas todas essas coisas acabam sendo celebradas de qualquer forma, e estou certo que o filme e a música "Don't You Forget About Me" terão novos holofotes novamente quando o aniversário chegar.