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Banda alienígena

Guitarrista do Animal Collective revela busca por “sonoridade extraterrestre” para manter caráter experimental no décimo disco do grupo

Lucas Reginato Publicado em 30/10/2012, às 19h48 - Atualizado às 19h49

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Animal Collective - Divulgação
Animal Collective - Divulgação

O objetivo era não só fazer algo diferente, missão difícil para uma banda experimental que chega a seu décimo álbum, mas também se apresentar aos terráqueos como uma “banda alienígena”. É o que tinham em mente os quatro integrantes do Animal Collective ao gravar Centipede Hz, lançado em setembro deste ano. O resultado foge do monótono, porque as faixas transitam sobre um mesmo ideal estético de modos variados e exploram a capacidade inventiva dos músicos.

“Existiam um monte de músicas mais antigas que eram incríveis e que tocávamos quase toda noite, mas que acabaram ficando de fora”, conta o guitarrista Josh “Deakin” Dibb sobre a concepção do disco. Duas delas, “Honeycomb” e “Gotham”, foram lançadas neste ano como single justamente porque, segundo o guitarrista, não puderam se juntar harmonicamente às outras.

O conceito do disco foi levado ao extremo. Centipede Hz leva em seu nome as duas letras correspondentes a Hertz, unidade de medida para frequência de ondas de rádio que podem não só servir como meio de comunicação de massa como também na tentativa de contato com seres de outro planeta. E foi por meio de um programa de rádio que o Animal Collective lançou seu décimo álbum.

“Foi uma boa ideia”, resume Dibb, que junto a seus parceiros transmitiu pelo site oficial da banda programas semanais misturando as inéditas com músicas de diversos outros artistas. No fim do processo, a íntegra do trabalho foi disponibilizada para streaming gratuito. “Não é como realmente queríamos fazer, porque bom era o tempo em que você ia a uma loja de discos, escolhia um, corria para casa e escutava assim que chegava”, relembra o nostálgico músico, vencido pela distribuição rápida da música pela internet.

Centipede Hz gerou uma avalanche de comentários em blogs e redes sociais, a grande maioria deles positiva, sobre o primeiro disco de inéditas da banda desde Merriweather Post Pavilion (2009). “Eu tento evitar [ler opiniões alheias]. Um monte de coisa positiva, um monte de coisa negativa – não que eu não ligue para o que as pessoas pensem, mas é só um batalhão de opiniões”, afirma. Talvez seja a postura distante do que costumam fazer outras bandas que isole o Animal Collective em nicho quase exclusivo do mercado. “Nós nos sentimos sós, mas não de uma forma negativa. De uma forma estranha nós somos assim, independentes.”

E se em algum lugar do Brasil você sentir vibrações estranhas ou visualizar um objeto voador não identificado, pode ser que seja o Animal Collective chegando para tocar no país. “Queremos muito ir, mas não tenho certeza de quando. Talvez no meio do ano que vem, estamos conversando bastante sobre isso, mas não podemos ficar na estrada tanto tempo como gostaríamos.”

Veja o clipe de "Today's Supernatural", uma das músicas de Centipede Hz: