Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Brett Ratner filmará documentário sobre Roman Polanski

Projeto dará continuidade a Wanted and Desired, doc de Marina Zenovich sobre o cineasta preso, na semana passada, acusado de drogar e estuprar garota de 13 anos em 1977

Da redação Publicado em 30/09/2009, às 12h57

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail

Brett Ratner (X-Men - O Confronto Final) irá dirigir um documentário sobre Roman Polanski, diretor franco-polonês detido na semana passada, em Zurique (Suíça), onde chegou para receber homenagem do festival de cinema local. O cineasta foi preso por conta de uma acusação, feita em 1977, de abuso sexual contra uma adolescente de 13 anos.

Segundo o tabloide The New York Post, horas após a detenção, Ratner gravou uma entrevista para o "Movie Geeks United", seção do blog Talk Radio, com o aviso de que realizará uma sequência para o doc Roman Polanski: Wanted and Desired ("Roman Polanski: procurado e desejado"), de Marina Zenovich.

O filme de 2008, inédito no circuito brasileiro, investigou todas as polêmicas que voltam agora à tona, com o encarceramento do diretor de Bebê de Rosemary. A documentarista pôs em xeque os fatos que sucederam a prisão de Polanksi em 1977, após violentar uma jovem na casa de Jack Nicholson, que protagonizou um filme seu, Chinatown, três anos antes.

O acusado fugiu dos Estados Unidos no começo de 1978, para nunca mais voltar - nem mesmo para apanhar seu Oscar de melhor diretor por O Pianista, em 2003.

Amigos

Brett Ratner e Polanski são, na verdade, velhos amigos. Em setembro do ano passado, os cineastas, ambos de origem judaica, visitaram Auschwitz - campo de concentração onde parentes de Polanksi (mãe inclusive) morreram, durante a Segunda Guerra Mundial.

Se Polanski não topou participar de Wanted and Desired, ele pode mudar de posição dessa vez. Acontece que o filme teve impacto sobre o caso - e pode, no fim, ajudar o cineasta na corte, ao apontar falhas no sistema legal da Califórnia, que exige extradição imediata do fugitivo.

"A família perdoou [Polanski]. A vítima [Samantha Geimer] o perdoou. O resto do mundo o perdoou", disse Ratner. "O sistema judicial de Los Angeles é corrupto. Isso é horrível."

Embora reforce a culpa do diretor, Samantha, que vive agora no Havaí, já se manifestou contrária à sua prisão em diversas ocasiões.

"Marina projetou o filme na minha casa, e eu convidei amigos de Roman, como Bob Evans e Warren Beatty", contou Ratner - curiosamente, íntimo de Michael Jackson, outro sujeito que penou com acusações de abuso sexual contra menores. "Vários amigos dele vieram assistir ao filme antes sequer de Roman. Ele queria que [o doc] fosse um retrato honesto do que aconteceu. E acho que Marina fez um trabalho brilhante."

Depois de fugir da justiça norte-americana, Polanski, hoje com 76 anos (ele tinha 43 anos quando cometeu o crime, do qual se declarou culpado) se instalou na França, país que não tem acordo de extradição com os EUA.

Casado com a atriz Emmanuelle Seigner (O Escafandro e a Borboleta), o cineasta mantinha, inclusive, casa na Suíça, onde passava algumas semanas todo ano - o país mantém com os EUA compromisso de extraditar acusados.

Polanski - cuja ex-mulher, Sharon Tate, grávida de oito meses, assassinada por seguidores de Charles Manson, em 1969 - já afirmou, por meio de seu advogado, que irá lutar contra o retorno ao solo norte-americano, onde pode ser condenado à cadeia.

O caso tem sido espinha na garganta da diplomacia internacional. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, já se mostrou simpático ao diretor. Espera-se que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, interceda às autoridades suíças nos próximos dias.

Enquanto isso, a classe artística se movimenta. Woody Allen (curiosidade: ele é casado com a ex-enteada), Pedro Almodóvar, Martin Scorsese e o brasileiro Walter Salles são alguns dos mais de 130 nomes no abaixo-assinado que pede "libertação imediata" do colega, segundo a CNN.