Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Chris Cornell relembra várias "encarnações" em São Paulo

Vocalista do Soundgarden mostrou músicas da banda, do trabalho solo, do Audioslave e do Temple of the Dog no festival Best of Blues

Paulo Terron Publicado em 14/06/2013, às 01h49 - Atualizado às 01h57

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail

"Para quem não me conhece, sou Chris Cornell e estou tocando em um festival de blues", apresentou-se o cantor norte-americano logo que subiu ao palco do WTC Golden Hall, em São Paulo, na noite de encerramento do festival Best of Blues, na última quinta, 13. "E tudo bem, não ligo!" O artista – atual vocalista do Soundgarden e que também cantou no Audioslave e na superbanda Temple of the Dog – manteve o clima íntimo de voz e violão, interligando as músicas com pequenas histórias sobre elas.

O repertório passou por todas as fases de Cornell, ainda dando espaço para covers bastante variadas, como "Billie Jean" (de Michael Jackson, "que ficou com um tom sombrio e deixou de ser dançante", na explicação do vocalista), "Imagine" (John Lennon, curiosamente a mais cantada pelo público) e "Thank You" (Led Zeppelin).

Da carreira solo, o ícone grunge cantou, entre outras, "Can't Change Me" (de Euphoria Morning), "As Hope and Promises Fade" (de Scream) e "Seasons" (da trilha de Singles – Vida de Solteiro). Os barulhentos admiradores de Audioslave da plateia puderam cantar junto com "I Am the Highway", "Like a Stone" e "Doesn't Remind Me".

O único álbum do Temple of the Dog – que reunia músicos do Soundgarden e Pearl Jam em uma homenagem a Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone morto depois de uma overdose de heroína – foi lembrado em uma sequência de três canções, começando com "Wooden Jesus". Antes de "Call Me a Dog", Cornell falou sobre a origem do hit "Hunger Strike". "O disco tinha nove faixas, mas eu precisava que fosse um número par porque tenho TOC. Então essa foi a última que escrevi. Ensaiamos e, na hora de gravar, um cara que na época era um amigo recente enfiou o nariz no microfone e começou a cantar", explicou, referindo-se a Eddie Vedder, que havia acabado de se mudar para Seattle para integrar o Pearl Jam. "Se vocês quiserem, podem tentar cantar a parte dele", brincou - mas a tarefa mostrou-se inviável devido a uma mudança no andamento da música.

O repertório mais recente do Soundgarden, registrado em King Animal, foi completamente (e estranhamente) ignorado. Das músicas do quinteto, vieram poucas – como "Fell on Black Days" e "Black Hole Sun". Para as últimas músicas da noite, Chris Cornell pediu para que o público abandonasse as cadeiras e se aproximasse do palco – e foi prontamente atendido por um grupo que se espremeu para vê-lo e ouvi-lo mais de perto. A empolgação só não contagiou o músico que, depois de "Imagine", saiu do palco e não retornou para um bis. "Nos veremos muito em breve", disse.