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História do "saravá metal" da banda Gangrena Gasosa é registrada em documentário

"Tem história de espancamento, atropelamento, tem gente que morre durante as filmagens", revela o diretor Fernando Rick, que comandou filme sobre o folclórico grupo carioca dos anos 90

Lucas Reginato Publicado em 10/05/2013, às 16h47 - Atualizado às 18h16

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Gangrena Gasosa - Divulgação
Gangrena Gasosa - Divulgação

“A Gangrena é muito folclórica, então atribuem à banda coisas que não aconteceram”, explica Ângelo Arede, vocalista do Gangrena Gasosa, banda que, ao misturar elementos do metal e da umbanda, marcou época no Rio de Janeiro dos anos 90, não apenas pela musicalidade agressiva e inusitada, como pelas vestimentas (ou falta delas) e pela interatividade desajeitada com o público. Ou, como eles preferem descrever, pela “escrotice da Gangrena”. Tanta coisa atraiu o cineasta Fernando Rick para montar documentário sobre a história da banda, e ele batizou o projeto com um nome à altura: Desagradável.

Tanto a história do grupo criador do chamado sarava metal como a história do documentário nasceram, na verdade, do Ratos do Porão. “Eu fiz o documentário do Ratos de Porão e o Gangrena foi uma banda que nasceu para abrir o show deles. O [ex-vocalista] Chorão me escreveu um e-mail gigantesco e assinava no final ‘Chorão do Gangrena Gasosa’”, conta Fernando Rick, que dirigiu o filme Guidable - A Verdadeira História do Ratos de Porão, em 2009. A ideia inicial era gravar um show e um minidocumentário – “acabou que o show tem 1h30 e o documentário tem 2h”, ressalta Ângelo.

Não podia ser diferente. A quantidade de causos acumulados em mais de vinte anos de carreira já seria naturalmente grande para qualquer grupo, ainda mais para um com a inconsequência punk de integrantes que costumavam se vestir de entidades da umbanda no palco e jogar na plateia despachos furtados de encruzilhadas durante as madrugadas. Algumas das passagens narradas são bastante surreais. “De cara, eu não imaginava que teria tanta coisa. Pô, tem história de espancamento, atropelamento, tem gente que morre durante as filmagens”, revela Rick.

Mas nem todas as histórias conseguiram chegar à versão final do filme. Algumas por falta de documentação, outras por questões éticas. “Tudo o que está lá é real, a gente não maquiou nada, mas tem coisa que acabou não entrando para defender a integridade moral das pessoas”, afirma o diretor. Acontece que durante os anos, o Gangrena Gasosa teve muitas formações diferentes, e diversos ex-integrantes hoje levam vida “normal”. “Tem muita história que é o ‘proibidão da Gangrena’, de sexo, drogas, etc”, diz Arede, que afirma que atualmente “a Gangrena está light”. Isto não quer dizer, contudo, nem que histórias do tipo não constam no filme, nem que a banda hoje faz shows “convencionais”, como poderá ser visto neste sábado, 11, em São Paulo.

A estreia de Desagradável acontecerá dentro do festival In-Edit e será acompanhada de um show do Gangrena. “Vamos ter participações especiais de ex-integrantes e preparamos umas performances um pouco diferentes que acho que vão impactar o público. Vai chocar um pouquinho, mas é surpresa”, diz Arede, que afirma que a banda ainda neste ano começa a pensar em novo disco, além de sonhar com um acústico. “É só a gente acabar de divulgar o DVD [do filme e do show] que vamos pegar firme com essas músicas novas para gravar um disco.”

Estreia do documentário Desagradável em São Paulo

Sábado, dia 11 de maio, às 17h

Cine Olido - Avenida São João, 473 – República

Show do Gangrena Gasosa às 19h30

Entrada franca