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Estrela em ascensão, Alessia Cara quer desconstruir o pop teen

Leia também a crítica do primeiro disco da dona do hit “Here”.

Paulo Cavalcanti Publicado em 05/04/2016, às 18h48 - Atualizado às 18h58

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Alessia Cara - Meredith Truax/Divulgação
Alessia Cara - Meredith Truax/Divulgação

A todo instante aparecem novos artistas revelados na internet, especialmente por meio do YouTube. A canadense Alessia Cara é uma delas. A cantora de 19 anos, que despontou no ano passado com o hit “Here”, pelo menos mostra fôlego para permanecer. Depois da repercussão do primeiro hit, ela lançou o EP Four Pink Walls, uma prévia do álbum de estreia. Em novembro de 2015 saiu Know-It-All, que acabou de sair no Brasil pela Universal.

Há alguns anos, quando era uma mera adolescente, a jovem, proveniente de uma família italiana, começou a colocar no YouTube vídeos de covers acústicos de estrelas com Adele, Amy Winehouse e outras de que ela gostava. Por telefone, ela explica um pouco deste início: “Minha mãe e o resto da minha família incentivaram muito. Pediam para que eu cantasse para eles. Eu era tímida, mas eu sabia que tinha que vender isso se eu quisesse ter uma carreira“. Os vídeos caseiros de Alessia começaram a gerar interesse dentro da indústria. Depois de ser contratada pela Def Jam, ela começou a frequentar o estúdio de gravação, embora não contasse isso para ninguém. Os amigos perceberam a ausência dela na escola, mas Alessia não quis entregar que estava dando inicio a uma carreira musical para valer.

Com o êxito de “Here”, os sonhos dela começaram a se tornar realidade. Mas da mesma forma como acontece com a neozelandesa Lorde, Alessia é uma artista adolescente que, em vez de apelar para o lado festeiro e dançante da música pop, projeta uma aura levemente antissocial e sombria em suas criações. “Here”, que detalha uma festa tediosa, reflete uma parte da realidade da vida dela, conforme a própria explica: “Eu fui à festa de um amigo há uns dois anos. Não eu que deteste festas, pelo contrário, eu gosto. Mas aquela estava particularmente chata. E nada é pior do que quando todo mundo está meio de cara cheia, menos você”.

Aos poucos, o nome de Alessia foi ganhando destaque na imprensa e o trabalho dela tem sido reconhecido pelos colegas do mundo musical. Um dos pontos altos da trajetória da artista aconteceu quando ela participou de um show de Taylor Swift, no final do ano passado, em um estádio em Tampa, na Flórida, lotado com 55 mil pessoas. Alessia confessa que foi uma emoção dupla: primeiro, por em dividir o palco com Taylor, a maior estrela pop do momento. Segundo, porque foi a chance de cantar “Here” para um publico tão grande. “Foi um momento de pura adrenalina, mais uma coisa legal dentre as muitas que andam acontecendo comigo.”

No momento, Alessia, ainda segue divulgando Know-It-All, fazendo apresentações nos Estados Unidos, Europa e Canadá. Neste momento, já está sendo disponibilizado mais um single deste primeiro trabalho. A faixa “Wild Things” estreou no serviço de streaming Spotify e também ganhou um videoclipe. Assista abaixo.

“Here”

“Wild Things”

Crítica: pop da cantora convence e vai além do hit

Por André Aloi

Alessia Cara veio com Know- It-All (Universal, ***1/2) depois de figurar entre os postos mais altos das paradas com "Here". A faixa, um R&B contemporâneo com um toque de cabaré, narra uma festa do ponto de vista de alguém que esnoba o anfitrião e os outros convidados. As músicas da compositora e intérprete canadense são um diário aberto: falam sobre romances que estão acima do bem e do mal, o medo de se apaixonar e a montanha-russa de emoções de quem acabou de sair da adolescência – com mensagens carregadas de cinismo. As melodias apresentam compassos fáceis de acompanhar com o estalar dos dedos. O despertar de sorrisos começa logo no abre-alas, a metalizada “Seventeen” e segue com a dançante “Four Pink Walls”. A poderosa “I'm Yours” (que ao lado de "Overdose" disputa o título de mais pop comercial do disco) e a evocativa “Wild Things” são outros destaques. Independente das melodias, que por ora vêm numa balada mais melosa (“Stars”) ou até mesmo com um pé na country music ("Stone", com Sebastian Cole), a identidade e a força desta jovem estão na confiante voz.