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Flea: tirar educação musical das escolas é “abuso infantil”

“A única razão pela qual eu ia ao colégio era porque eu gostava de tocar na banda”, diz o baixista do Red Hot Chili Peppers

Rolling Stone EUA Publicado em 14/08/2017, às 18h47 - Atualizado às 18h56

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No principal show da noite, foi o baixista Flea quem comunicou-se mais enfaticamente com o público. - Stephan Solon / Planmusic
No principal show da noite, foi o baixista Flea quem comunicou-se mais enfaticamente com o público. - Stephan Solon / Planmusic

Flea tem palavras fortes para políticos que querem cortar os programas de educação musical das escolas públicas norte-americanas: “É abuso infantil”, diz ele. “Está errado.”

O baixista do Red Hot Chili Peppers fundou a escola Silverlake Conservatory of Music em 2001, depois de saber do estado do ensino de música nos Estados Unidos (falta de instrumentos e aulas nas escolas). A entidade sem fins lucrativos começou pequena, mas já se expandiu para um prédio em Los Angeles e oferece, além de aulas gratuitas, cursos pagos de instrumentos populares ou de orquestra.

Flea financiou tudo do próprio bolso, mas depois começou a organizar eventos anuais para arrecadar dinheiro, nos quais já se apresentaram nomes como Pearl Jam, Metallica, Patti Smith e Tracy Chapman, entre outros. O deste ano acontece em 9 de setembro, com shows de Randy Newman, Anderson .Paak e, claro, Red Hot Chili Peppers, além de leilões com materiais de Thomas Houseago, Alison Mosshart, Shepard Fairey, Ed Ruscha e Jonas Wood, entre outros.

Observando os cortes de investimento em arte da atual administração de Donald Trump, Flea ficou instigado a abrir outra escola. “Preocupo-me muito com as coisas que aquele cara diz, mas isso afeta meu modo de ver o mundo pessoalmente”, diz. “Não é só música, mas arte em geral.”

O jeito de lutar contra os cortes, segundo ele, é trabalhar em nível comunitário. “Você realmente vê o resultado, o que é incrível”, continua. “Encorajo todos a entrarem em contato com a comunidade que vivem e fazerem o que podem para ajudar. Há pessoas que não têm dinheiro, pessoas que não têm comida, educação e nem serviço de saúde. E, sim, mudar as coisas em nível fundamental e institucional é algo incrível, mas nós podemos pessoalmente fazer coisas na nossa comunidade que ajudam profundamente.”

“Quando eu era criança, tinha tudo para ter um monte de problemas”, ele acrescenta. “Corria pelas ruas, roubava, invadia casas, usava drogas. Eu estava matando aula e fumando maconha – basicamente destinado a ter problemas. E uma coisa que me manteve inteiro e que me fez seguir em frente foi a música. A única razão pela qual eu ia a escola era porque eu gostava de tocar na banda.”