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Oliver Stone quer doc sobre presidente do Irã

Depois de estrear em Veneza obra sobre Hugo Chávez, diretor confirma planos de entrevistar Mahmoud Ahmadinejad

Da redação Publicado em 08/09/2009, às 12h49

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Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, continua sendo alvo de investidas de Oliver Stone. Em passagem pelo Festival de Veneza, para apresentar South of the Border (doc sobre outro governante controverso, o venezuelano Hugo Chávez), o cineasta reiterou o desejo de entrevistar o iraniano - negociação que se prolonga desde 2007.

O projeto ainda não chegou às telonas por conflito de calendário, afirmou Stone. Num primeiro momento, Ahmadinejad foi categórico ao responder o convite: nem pensar. O norte-americano, a seu ver, fazia "parte do Grande Satã". O sinal verde veio em seguida, mas Stone filmava, na época, W., cinebiografia de George W. Bush com Josh Brolin. E aí foi a vez de Ahmadinejad recuar novamente. "Quando nós queríamos, ele não podia", emendeu o diretor, em entrevista coletiva reproduzida pelo jornal britânico The Guardian.

O cineasta de As Torres Gêmeas se disse "muito interessado" em levar o ponto de vista do iraniano aos cinemas. "Achei que entraríamos em guerra contra o Irã", justificou, sobre o líder do país que, junto a Coreia do Norte e Iraque, lidera o Eixo do Mal (expressão cunhada, em 2002, pelo ex-presidente Bush, para deliberar aliados do terrorismo, segundo os EUA).

A polêmica em torno da figura de Ahmadinejad nunca esteve fora de questão, mas cresceu substancialmente a partir de 12 de junho. Na data aconteceram as eleições que garantiram ao político seu segundo mandato presidencial - choveram, no entanto, acusações de fraude eleitoral, que desembocaram nos protestos mais ruidosos no país desde 1979, ano da Revolução Islâmica.

A próxima linha foi escrita por Stone a respeito do doc sobre Chávez, em artigo publicado no Guardian, mas pode fornecer pistas para entender o empenho do cineasta em retratar visões que não as de sua terra natal. Após entrevistar sete presidentes latino-americanos, o diretor chegou à conclusão que todos batiam numa mesma tecla: "Americanos devem questionar o papel da nossa mídia em demonizar líderes estrangeiros como nossos inimigos."