Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Peter Hook revive repertório antigo do New Order e do Joy Division em São Paulo

O baixista britânico ainda recebeu o vocalista do The Mission, que cantou "Temptation"

Paulo Terron Publicado em 05/10/2013, às 13h14 - Atualizado às 17h41

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail

Peter Hook criou uma banda, The Light, para realizar uma missão: executar ao vivo todas as músicas que ele escreveu, do Joy Division ao New Order, passando pelo Monaco e Revenge. A proposta é clara, mas longe de simples: além de não ser cantor, Hook tem cruzado com músicas que nunca foram tocadas em um show. Isso acontece na turnê atual - na qual mostra a íntegra dos álbuns Movement (1981) e Power, Corruption & Lies (1983), os dois primeiros do New Order –, que passou pelo Cine Joia, em São Paulo, nesta sexta, 4.

Entrevista: “Eles são tão New Order quanto eu sou Joy Division”, diz Peter Hook sobre ex-banda.

Antes mesmo de a noite começar oficialmente, Hook subiu ao palco com a banda – apresentado como Slaves of Venus – para tocar um set curto de músicas do Joy Division. “Vamos começar chutando os seus dentes”, anunciou, sorrindo, antes de faixas como “Transmission”, “Digital” e “Shadowplay”, fechando com “In a Lonely Place”, do New Order. Já suado ao fim das oito músicas, o britânico tirou a camiseta apertada e a jogou para a plateia.

Cerca de 15 minutos depois, o The Light estava de volta ao palco para a atração principal. Não é um show fácil: as músicas da primeira fase do New Order são densas, em especial as de Movement, ainda em período de luto e recuperação depois da morte de Ian Curtis, o que levou o Joy Division ao fim. Exatamente por isso, ao serem executadas assim, como um pacote, exigem um pouco mais da paciência do público. É mais uma exibição de arte do que um show de entretenimento. E, no outro extremo, já na parte dedicada a Power, Corruption & Lies, faixas mais alegres, como “Ecstasy”, quando tocadas nesse contexto soam como meros tapa-buracos.

Os trabalhos foram apresentados integralmente, com faixas avulsas, da mesma época, complementando o setlist – incluindo o hit monstruoso “Blue Monday” no bis e “Ceremony” (a conexão perfeita entre Joy Division e New Order, como os músicos dessas bandas costumam sempre lembrar), que abriu o show principal. O The Light pode não ser uma banda perfeita – em mais de uma ocasião uma música precisou ser recomeçada -, mas tem mais energia e dedicação para executar o material do que o New Order atual.

Já no bis, depois do aquecimento com uma versão gravada de “The Beach”, Hook recebeu Wayne Hussey, do The Mission, para cantar “Temptation” – lendo a letra em um pedaço de papel e tão empolgado quanto hesitante. Para premiar o paciente e dedicado público, versões fieis de “Blue Monday” e “Love Will Tear Us Apart” fecharam a apresentação. “Vocês vão roubar o meu emprego”, brincou Hook ao escutar o coro vindo da plateia lotada.