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Pink Floyd: clipe de “Louder Than Words” faz homenagem ao tecladista Richard Wright

A faixa está no disco The Endless River, o primeiro da banda em vinte anos

Redação Publicado em 12/11/2014, às 11h43 - Atualizado às 12h46

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Cena do clipe “Louder Than Words”, do Pink Floyd - Divulgação
Cena do clipe “Louder Than Words”, do Pink Floyd - Divulgação

O Pink Floyd lançou o clipe da faixa “Louder Than Words”, que compõe o disco The Endless River – o primeiro da banda em vinte anos e que chegou às lojas brasileiras nesta quarta-feira, 12. As notas de abertura da canção – sinos de Igreja tocando – lembram os sons derradeiros de “High Hopes”, de The Division Bell. “We bitch and we fight / Diss each other on sight / But this thing we do’, canta Gilmour – com uma voz que parece não ter mudado desde 1994 –, em meio a uma atmosfera que remete ao clássico “Hey You”.

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“With world weary grace /We’ve taken our places /We could curse it or nurse it or give it a name /Louder than words /this thing that we do”, canta a banda. Por volta de 3min30, Gilmour dá início a um solo de guitarra tradicional dele no Pink Floyd – possivelmente pela última vez (leia mais abaixo). “[A compositora] Polly [Samson] escreveu a letra de ‘Louder Than Words’ para expressar que havia algo mágico na música que nós três fazíamos juntos. Um fluxo mágico que é sintetizado, se você gostar, pelas frases ‘Louder Than Words’”, diz Gilmour sobre a faixa.

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Além disso, a música é uma homenagem ao tecladista Richard Wright, que morreu em 2008. No vídeo, o músico aparece em cenas gravadas durante filmagens feitas nas sessões de estúdio de The Division Bell (1994). Há também imagens recentes de David Gilmour gravando os vocais da canção. Outro destaque do clipe fica por conta da arte que integra o encarte do disco. Assinada pelo egípcio Ahmed Emad Eldin, de apenas 19 anos, a canoa que aparece na ilustração ganha vida navegando entre nuvens e barcos enferrujados.

Veja o clipe de “Louder Than Words” abaixo:

“É uma pena, mas é o fim”

The Endless River, o primeiro disco do Pink Floyd desde The Division Bell (1994), será também o último da banda, como confirma David Gilmour. "A coisa toda se tornou maior do que eu queria", diz ele. "Eu não estava curtindo a falta de conexão com o público." O cantor e guitarrista focou sua energia na criação dos filhos mais novos e, ocasionalmente, gravando um disco solo. Mas havia um assunto não resolvido do Floyd: as sessões em estúdio de 1993.

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A banda – que, na época, já estava sem o fundador e compositor principal Roger Waters há quase uma década – editou 20 horas de gravação em um disco de música ambiente que seria inserido em The Division Bell, um plano que eles eventualmente descartaram. Há alguns anos, Gilmour ficou surpreso ao encontrar as gravações. “Eu percebi que havia coisa boa a ser extraída de tudo isso”, ele diz. Para a surpresa de todos, Gilmour decidiu ressuscitar o material. Ele e o baterista Nick Mason gravaram por cima de algumas faixas e transformaram aquele antigo material em um novo disco, majoritariamente instrumental, intitulado The Endless River, lançado em alguns países nesta sexta-feira, 7.

Gilmour jura que o álbum marca o fim do Pink Floyd. "Tudo que tínhamos de bom está neste disco", diz ele. "Tentar fazer de novo significaria usar material pior, e isso não é bom o suficiente para mim." Fãs não devem esperar uma turnê de divulgação de The Endless River – não sem o tecladista Rick Wright, que morreu de câncer em 2008. “Sem ele, isso seria impossível”, diz Gilmour. “Eu estou realmente curtindo a minha vida e minha música. Não há espaço para Pink Floyd. O pensamento de fazer alguma coisa a mais me faz suar frio.”

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De muitas maneiras, The Endless River é um tributo a Wright. Sem vocais, o órgão dele ressoa em quase todas as faixas. “Roger e eu fazendo tanto barulho nos álbum e na mídia que Rick acabava sendo esquecido”, diz Gilmour. “Mas ele era tão vital quanto os outros. Ele criou um cenário sonoro em tudo que dizemos. Isso é algo que você não consegue reproduzir em nenhum lugar.” A música soa como o clássico Floyd, evocando passagens instrumentais de “Welcome to the Machine”, “Echoes”, “Shine On You Crazy Diamond” e coisas dos trabalhos mais antigos deles, do final dos anos 1960 e começo dos anos 1970.“Há muitas revisitações aqui”, diz Mason. “É engraçado como você se vê diante de uma tela em branco e, de repente, termina realizando algo familiar, não importa o quão duro você tente fugir disso. Eventualmente, você entende isso e apenas se sente confortável nesta posição.”

O disco tem 18 faixas e é dividido em quatro partes diferentes. “Eu procurei no Google: ‘Quanto dura um movimento na música clássica?’, disse Phil Manzanera, guitarrista do Roxy Music, co-produtor do álbum. “Dura praticamente o primeiro lado do vinil, por volta de 15 minutos. Então ficamos quatro desses. No começo, estávamos apenas trabalhando nas gravações antigas. Então David decidiu que eles deveriam tocar novas partes. Foi aí que ele realmente tomou o comando desse navio fantasma que é o Pink Floyd.”

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O álbum é encerrado com “Louder Than Words”, a única canção com letra. Os versos foram escritos pela esposa de Gilmour, Polly Samson, novelista que também compôs muitas das faixas para The Division Bell. A faixa parece fechar a cortina para toda a saga do Pink Floyd, com toda o histórico de rusgas entre Waters e os antigos companheiros de banda. “We bitch and we fight,” canta Gilmour. “Diss each other on sight/But this thing we do?.?.?.?it’s louder than words.”