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“Sou atraído pela dicotomia ‘humano e animal’”, diz protagonista do novo Tarzan

Com a A Lenda de Tarzan – atualmente nos cinemas brasileiros –, Alexander Skarsgård estrela primeiro grande filme na carreira

Lucas Brêda Publicado em 22/07/2016, às 19h49 - Atualizado às 20h05

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Alexander Skarsgård (Tarzan) e Margot Robbie (Jane) em <i>A Lenda de Tarzan</i> - Reprodução
Alexander Skarsgård (Tarzan) e Margot Robbie (Jane) em <i>A Lenda de Tarzan</i> - Reprodução

John Clayton III tomando um chá com o Primeiro Ministro de Londres. Quem se pegar no cinema vendo uma das primeiras cenas do mais novo filme do ator sueco Alexander Skarsgård pode desconfiar de estar realmente assistindo a uma adaptação da famosa história de Tarzan. “Quando eu li [o roteiro], foi meio surpreendente”, conta ele, referindo a A Lenda de Tarzan, que estreou na última quinta, 21, no Brasil. “Achei que era interessante começar em Londres e meio que reverter a jornada dos livros ou das adaptações antigas.”

No novo longa, Tarzan deixa a Europa para voltar ao antigo povoado no qual morou, na África, anos antes de se mudar para Londres. Ele, a esposa Jane Porter (vivida por Margot Robbie) e o curioso norte-americano George Washington Williams (interpretado por Samuel L. Jackson) voltam à selva e acabam encontrando muito mais do que a saudosa visita que eles imaginavam que fariam ao local. A conhecida história original – a morte dos pais, a criação com gorilas, o primeiro encontro com Jane –, contudo, é contada em flashbacks, de maneira a situar o espectador.

“Sou fã do Tarzan desde criança”, comenta Skarsgård, lembrando que o pai – o também ator Stellan Skarsgård – assistia com ele aos filmes antigos do “rei da selva”. “Quando soube do projeto, eu fiquei muito animado de estar nele. Mas também fiquei curioso para ver como eles iriam abordar isso, porque o romance é tão famoso e a história já foi contada tantas vezes ao longo dos anos que eu queria saber, qual vai ser a diferença?”.

Para o ator, o que dá originalidade a A Lenda de Tarzan é a jornada inversa: o ser humano que entra em contato com seu lado animal – e não o oposto, como na história original. “Sempre fui atraído por essa dicotomia entre humano e besta”, confessa o sueco. “É fascinante: tentamos ser civilizados, às vezes conseguimos, mas às vezes não. Vivemos em grandes cidades, mas também temos esses instintos animais primários”. Skarsgård assume que tentou expressar a infelicidade do protagonista como um aristocrata britânico.

“No começo, ele é muito civilizado e tenta domar o [lado] animal”, diz ele, elogiando de tempos em tempos o diretor David Yates, responsável pelos últimos quatro filmes de Harry Potter. “Porque ele sente um dever, uma obrigação, já que os pais dele morreram na selva. Mesmo com a esposa mais incrível – a qual ele ama muito – e uma linda casa, ele não está mais contente com ele mesmo, porque não está mais em contato com seu lado animal.”

Alto e com um típico físico imponente, Skarsgård – que deu a entrevista à Rolling Stone durante evento em um hotel em São Paulo – não aparenta ter o mesmo tamanho que em Tarzan, em que aparece assustadoramente forte e robusto. “Não queria que ele ficasse como alguém que vai à academia”, aponta o ator, que teve de ganhar peso consideravelmente para o papel, além de passar por modificações nas mãos, a fim de passar a conotação “animalesca” adquirida por ele ao ser criado com os gorilas. “Cada músculo teria de ter uma razão para estar ali.”

Diante do papel mais importante da carreira – ele ficou conhecido anteriormente pela atuação na série True Blood, da HBO –, Skarsgård demonstra desconforto ao falar em ser lembrado para sempre por viver o icônico Tarzan. “Estou vivendo um personagem marcante em um grande filme – tenho consciência disso”, admite o sueco. “Isso provavelmente vai me seguir pelo resto da minha vida. Mas eu me diverti tanto fazendo o filme, e amei as pessoas com quem trabalhei. Seria muito pior se eu não tivesse gostado do projeto e ficasse: ‘Foi uma bosta e vou ficar preso a isso por 50 anos! [Risos].”