Aomi Muyock (Electra), Karl Gusman (Murphy) e Klara Kristin (Omi) em <i>Love</i> - Reprodução/vídeo

Com transexual brasileira no elenco, Love ilustra os dramas do amor com cenas intensas de sexo

“Ouvi mais pessoas falando que choraram do que pessoas dizendo que ficaram excitadas”, diz o diretor Gaspar Noé

Lucas Borges Publicado em 10/09/2015, às 11h31 - Atualizado às 11h39

Pipoca na mão, óculos 3D na cabeça. Mas essa não se trata de uma experiência cinematográfica normal. Logo que se senta na poltrona, o público é recebido por imagens de masturbação, sonorizadas com música clássica, no polêmico Love, nova obra do franco-argentino Gaspar Noé.

De Belém para o mundo: conheça Stella Rocha, a atriz transexual brasileira que parou Cannes.

O diretor de Irreversível (2002), que gerou uma onda de choque graças a uma cena de estupro de nove minutos, diz não entender tamanha comoção em torno de seu mais recente longa, que chegou ao Brasil em 6 de setembro. “O propósito é retratar o quão triste a paixão pode ser”, defende.

Exclusivo: teaser do drama erótico em 3D Love percorre o tortuoso caminho da paixão.

Ainda que atualmente o sexo explícito esteja ao alcance de um clique, como lembra o diretor, é impossível não se impressionar com Love. A sinceridade do filme é resumida em um close na ejaculação do ator principal, algo incomum para se presenciar em 3D.

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Noé retrata o redemoinho do amor, dividido pelos conflitos de posse e desejo carnal. Apresentados desde o início da trama como um par fracassado de jovens namorados – o segredo da tristeza da história –, os personagens interpretados por Aomi Muyock (Electra) e Karl Glusman (Murphy) acrescentam à relação uma bela vizinha, vivida por Klara Kristin. A experiência grupal foge ao controle e deságua em um grande drama explicado, claro, por meio do sexo. Por todos esses conflitos, o diretor não admite que resumam Love a pornografia. “Eu ouvi mais pessoas falando que choraram do que pessoas dizendo que ficaram excitadas.”

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“Meu sonho é fazer filmes com sangue, sêmen e lágrimas”, diz em certo momento Murphy, cineasta iniciante, fã de Taxi Driver e uma espécie de alter ego de Noé. “É uma paródia de mim mesmo, o nome dele é o sobrenome da família da minha mãe”, confessa.

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A recepção do longa no já escaldado festival de Cannes, agitado em 2013 por outro sucesso com cenas eróticas, Azul É a Cor Mais Quente, foi mista, mas as primeiras exibições na Riviera Francesa atraíram muita atenção. Foi lá que ganhou os holofotes a atriz transexual Stella Rocha, que integra o elenco e é mais uma representante brasileira na equipe, que conta também com o produtor Rodrigo Teixeira. “Gaspar Noé é um monstro do cinema. Quando cheguei para os testes e ele disse ‘Quero você’, quase tive um troço”, conta Stella, que há 14 anos trabalha em Paris como performer.

O diretor não revela como conseguiu transpor para a tela momentos sexuais tão intensos (“Uma parte é real, outra não, mas um bom mágico não revela seus truques”, diz ele), mas Stella, cuja personagem se envolve intimamente com o casal protagonista, entrega – ou quase. “Ficamos no hotel por umas quatro horas durante a filmagem fazendo várias coisas.”

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