André Abujamra como "O Homem Bruxa". - Edubarcellos/Fotocontexto

“Desajustado”, André Abujamra desafia a chatice em O Homem Bruxa

Comemorando 50 anos, músico apresenta "show-filme-espetáculo" no Auditório do Ibirapuera

Thiago Neves Publicado em 16/05/2015, às 11h07

Aos (recém-completados) 50 anos, André Abujamra é indecifrável. Cantor de ópera, o multifacetado artista também é ator, compositor, produtor, entre muitas outras coisas. Para festejar a diversa trajetória, Abujamra sobe ao palco do Auditório do Ibirapuera no próximo domingo, 17, para lançar o álbum O Homem Bruxa, o quarto registro solo dele. “Estou na segunda metade da vida, já passei por muita coisa e quero levar um pouco de cada uma delas para a apresentação”, afirma o protagonista do "show-filme-espetáculo".

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O formato da performance é desafiadora. Sozinho no palco, André Abujamra tocará todos os instrumentos, que, em comunhão com projeções, prometem causar um ambiente nada ortodoxo, como é a mente do autor. “Ainda tenho dificuldades em explicar o que é o show de O Homem Bruxa, não que isso me preocupe, mas é preciso assistir para entendê-lo”, afirma.

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Segundo Abujamra, a proposta de gravar todos os instrumentos é cultivada desde a década de 1980, quando ele foi ver a gravação de Amigos Invisíveis, de Edgard Scandurra. Livre para criar, o artista atribui ao tempo de estrada o sentimento de independência. “Passei muitos anos pensando sobre o que estava fazendo de errado. Com o tempo fui perceber que essa era uma questão sem sentido e que tenho possibilidades infinitas”, conta o responsável pela trilha de Bicho de Sete Cabeças. “Outro dia me perguntaram se o título do disco não estava errado, se o certo não seria O Homem Bruxo. Estou com 50 anos, o projeto é meu, dou o nome que quiser, certo?”, brinca Abujamra.

Em homenagem desintencional, a figura de Antônio Abujamra, pai de André, que morreu no último dia 20 de abril, assume caráter extremamente simbólico na obra. “A menção foi pensada, meu pai representa uma parcela muito importante da minha formação artística”, pontua. Conhecido pelo papel do bruxo Ravengar em Que Rei Sou Eu?, o também ator Antônio Abujamra participou da faixa “O Espelho do Tempo”, na qual recita um poema.

Difusamente criativo, André Abujamra não impôs barreiras para a execução de O Homem Bruxa, “Até trompete desafinado eu todo no disco”. “O conceito do meu CD é ser desajustado para ajustar, assumir os erros como acertos e ir na contramão desta vida cada vez mais desajustada”, explica o músico. “Vivemos em uma sociedade que prima pela assepsia, na qual qualquer desvio é tido como absurdo, uma chatice só”, finaliza Abujamra.

O Homem Bruxa

Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer - Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 2 do Parque do Ibirapuera – São Paulo

Ingressos: R$ 20 (há meia-entrada)

Informações: (11) 3629-1075

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