Interpol no Lollapalooza 2015 - Divulgação/I Hate Flash

Lollapalooza 2015: tarde cinzenta cria atmosfera favorável para melancolia do Interpol

Banda se apresentou neste domingo, 29, no palco principal do festival

Lucas Brêda Publicado em 29/03/2015, às 17h35 - Atualizado às 18h10

Quando foram anunciados os horários dos shows do Lollapalooza Brasil 2015, muitos fãs viram com desconfiança a escalação do Interpol às 15h25, em plena tarde – com possibilidade de sol forte. Neste domingo, 29, quando subiu ao palco, entretanto, o grupo norte-americano contou com a sorte: uma chuva fina consolidou a tarde cinzenta que emoldurou o horizonte do Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

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Poderia ser um empecilho – uma forma de “esfriar” os fãs – para algumas das bandas de repertório mais acalorado. Mas no universo do Interpol, quanto mais escuridão e frieza, mais confortáveis estão seus integrantes (quando entrou em cena, o vocalista Paul Banks fez um aceno com a cabeça e abriu um dos poucos sorrisos de toda a apresentação, ao visualizar o ambiente propício).

“Say Hello To The Angels” foi o pontapé inicial, calcada na seriedade anunciada pelos trajes predominantemente pretos do trio, que no palco vira um quinteto (o guitarrista Daniel Kessler chegou a vestir terno e gravata). “Anywhere”, do recente El Pintor (2014), deu sequência, abrindo caminho para uma viagem pela carreira da banda: “Leif Erikson” (do álbum de estreia Turn on the Bright Lights), “Evil” e “Narc” (Antics), e “Rest My Chemistry” (Our Love to Admire).

“Não temos palco elaborado, só tentamos fazer do show algo único”, diz guitarrista do Interpol.

Após alguns anos de oscilações, o Interpol parece voltar a adquirir a relevância que teve nos primeiros momentos da carreira. Prova disso é boa recepção pela plateia das novas canções, como a pessimista “Everything Is Wrong” e principalmente “All the Rage Back Home”, penúltima no setlist.

Tido como um grupo sóbrio em cima do palco, o Interpol por vezes é visto frequentemente como um nome que não se encaixa em festivais como o Lollapalooza. O grande e participativo público – que não pulou, nem berrou, mas bateu palmas e cantou –, contudo, provou o contrário, apreciando os vocais de Banks (com ecos de Ian Curtis) e as guitarras agudas e constantes de Kessler – particularmente inspirado no solo dissonante de “The New”, que ele divide com o vocalista.

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“Muito obrigado, vocês são demais”, disse Banks, em uma das raras interações com o público. “Slow Hands” deu fim ao show, que não poderia combinar mais com a tarde do segundo dia de Lollapalooza. Nos pingos de chuva e no cinza do céu, o Interpol encontrou lugar para sua melancolia inerente – e provou que é possível soar interessante em um festival mesmo com um som tão introspectivo.

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