Accept no Monsters of Rock 2015 - Gustavo Vara

Monsters of Rock 2015: sem se prender ao passado, Accept mostra força do metal alemão no fim de tarde

Com formação quase toda diferente, banda valoriza singles recentes e encerra com o hit “Balls To The Wall”

Lucas Brêda Publicado em 26/04/2015, às 18h56 - Atualizado às 20h20

Grande parte dos presentes no Monsters of Rock conhecem o disco de maior sucesso comercial da banda alemã Accept, Balls To The Wall, de 1983. O grupo, que retornou à ativa em 2009 – e desde então vem lançando discos com frequência –, entretanto, não se prendeu às canções antigas, promovendo um show firme e coerente no fim de tarde do segundo e último dia do festival.

Unisonic é impecável em apresentação que lembra a dupla Kiske-Hansen nos melhores tempos de Helloween.

A potência das novas faixas foi apresentada logo de cara, com a dupla “Stampete” (de Blind Rage, 2014) e “Stalingrad” (Stalingrad, 2013), longo épico politizado e com diferentes humores.

Virtuose sueco Yngwie Malmsteen traz "metal ostentação" ao festival.

Do grupo que ganhou corpo tocando sob o nome Accept nos anos 1970, apenas o guitarrista Wolf Hoffmann e o baixista Peter Baltes seguem em atividade com a banda. O vocalista Mark Tornillo – cuja maneira de cantar remete tanto ao antigo frontman do Accept, Udo Dirkschneider, quanto ao de Brian Johnson, do AC/DC – entrou para a banda no fim da década passada, enquanto o baterista Christopher Williams e o guitarrista base Uwe Lulis estão na formação há nem um ano.

O heavy metal nervoso com toques de misticismo e riffs pesados da banda cresceu com as recentes “Final Journey” (Blind Rage), “Pandemic” e “Teutonic Terror” (ambas de Blood of the Nations, de 2010, disco de retorno do quinteto), sendo a última especialmente celebrada pela plateia.

Steel Panther vive “sonho glam” em show com seios femininos à mostra e um solo de cabelo.

As raízes do metal alemão do Accept ganham destaque com as performances do guitarrista Wolf Hoffmann. Ele é a alma da banda, mostrando pegada e feeling praticamente impecáveis ao guiar fraseados oportunos e sempre precisos.

É das mãos de Hoffmann que provêm os momentos de catarse do público, que faz coro junto aos solos em músicas como “Final Journey”, “Princess of the Dawn” e “Fast as a Shark”. Na última delas, o músico faz um dueto detalhadamente ensaiado e em “Pandemic” ele encontra o ápice de sua performance solando ajoelhado – para o delírio da plateia.

Primeiro “monstro” do festival, Judas Priest fez show seguro e grandioso.

Quando o Accept revisita o passado, o faz com esmero: “Princess of the Dawn” soa mais pesada ao vivo e o hino “Metal Heart” traz grandiloquência. No encerramento, “Balls To The Wall” – única do disco homônimo do repertório – levanta até o mais indiferente integrante da plateia.

Se o completamente reformulado Accept não tem a mesma representatividade de décadas atrás, os novos integrantes dão sequência à história da banda com dignidade. Ao vivo, o quinteto alemão ainda ganha o reforço de hits antigos e essenciais. O Monsters of Rock agradece.

O segundo dia do Monsters of Rock 2015 acontece na Arena Anhembi, em São Paulo, neste domingo, 26 de abril. A Rolling Stone Brasil está acompanhando o festival e faz a cobertura completa no site, Twitter, Facebook e Instagram.

música brasil crítica formação resenha monsters of rock pandemic arena anhembi monsters 2015 metal heart blood of teutonic terror balls to the wall princess of the dawn accept wolf hoffmann balls blind rage final journey fast as a shark

Leia também

50 anos de Sabotage: Projeto celebra rapper 'a frente do tempo e fora da curva'


Jennifer Aniston pode estar trabalhando em nova verão de Como Eliminar Seu Chefe


Anderson Leonardo, vocalista do Molejo, morre aos 51 anos


Zendaya considera retomar carreira musical: 'Talvez um dia'


Zé Nogueira, saxofonista e produtor musical, morre aos 68 anos


Novela: Céu lança 6º álbum de inéditas, gravado nos Estados Unidos