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Descobrindo a Garagem

Power trio Trummer Super Sub América une integrantes do Eddie e do Vivendo do Ócio

José Julio do Espirito Santo Publicado em 17/09/2014, às 14h51 - Atualizado às 14h59

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<b>Novo camininho</b></b>

(A partir da esq.) Luca Bori, Fábio Trummer e Diego Reis Acontece resolveram investir na parceria.
<b>Novo camininho</b></b> (A partir da esq.) Luca Bori, Fábio Trummer e Diego Reis Acontece resolveram investir na parceria.

Em 2014, o Eddie – representante de Olinda dos primórdios do Manguebeat – completa um quarto de século de existência com seis álbuns lançados e vários shows em comemoração à data. Mas Fábio Trummer, fundador da banda, não vê motivo para descansar. Tão logo terminou a coletânea 25 Anos – ¡1989 . 2014!, ele lançou o disco de estreia do projeto paralelo Trummer Super Sub América. “É muito chato ficar sem fazer nada”, diz ele enquanto se prepara para um longo dia, que inclui uma viagem de São Paulo a Recife para um show.

O que era para ser um trabalho solo, com parcerias de composição e contribuições diversas, virou um power trio quando a cozinha da banda soteropolitana Vivendo do Ócio (Luca Bori no baixo e Diego Reis na bateria) se uniu ao guitarrista. “Surgiu a química”, Trummer explica. “[A princípio] pensei em fazer uma ou duas músicas com eles, mas o interesse deles em tocarmos juntos veio desde o primeiro encontro.” Não à toa, a abreviação SSA alude à sigla do Aeroporto Internacional de Salvador, embora o nome da banda seja inspirado no livro As Veias Abertas da América Latina, do escritor uruguaio Eduardo Galeano. A conexão latina, no entanto, é mais ideológica do que propriamente musical. “Até hoje, a música que faço tende para o punk rock”, diz Trummer. “Mas a gente não queria repetir a receita de ninguém.”

O Trummer Super Sub América não traz o legado de música popular brasileira que o Eddie carrega em seu rock nem é tanto afeito ao pop com riffs setentistas do Vivendo do Ócio. O trio se aproxima do rock de garagem, com letras bem lapidadas. Trummer enxerga a novíssima banda como um saudável retorno às origens – e como uma possibilidade de se apresentar em lugares nos quais o Eddie não cabe mais. “É divertido poder tocar em pubs e inferninhos, mas, na minha idade, não tem mais aquela coisa de fazer um trabalho só por fazer”, comenta.

Trummer põe toda a energia para que a empreitada seja bem-sucedida e já prepara material para um álbum seguinte à estreia homônima e independente. “Vendi o carro que meu pai deixou para mim quando faleceu e banquei o disco”, ele revela. “Ele sempre gostou de música. Virou uma homenagem.”