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Eternamente exagerado

Cazuza cantou as dores do amor, a liberdade e a boemia com uma verve poética que, 25 anos após sua morte, continua transcendendo a passagem do tempo

Mauro Ferreira Publicado em 10/06/2015, às 15h03 - Atualizado em 06/07/2015, às 16h22

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O cantor foi um dos primeiros artistas a enfrentar a doença sem máscaras - Acervo pessoal/Sociedade Viva Cazuza
O cantor foi um dos primeiros artistas a enfrentar a doença sem máscaras - Acervo pessoal/Sociedade Viva Cazuza

Há pouco tempo, Maria Lúcia da Silva Araújo, de 78 anos, se surpreendeu quando caminhava tranquilamente pelas ruas de Lisboa: por diversas vezes, ela foi parada por desconhecidos na capital de Portugal. A abordagem pouco variava. “A senhora não é a mãe do Cazuza?”, perguntavam. Sim, Lucinha Araújo é a mãe do carioca Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, um dos mais relevantes cantores e compositores da geração pop projetada no Brasil ao longo dos anos 1980. Em intensos nove anos de carreira, Cazuza deixou uma obra duradoura, tendo até escapado das fronteiras do país, como atesta o registro em espanhol de “O Tempo Não Para”, feito em 1992 pelo grupo argentino Bersuit Vergarabat.

"Logo vi que ali dentro a homossexualidade não era um tabu", diz Ney Matogrosso sobre período na Aeronáutica.

Cazuza morreu há 25 anos, em 7 de julho de 1990, mas foi dono de um cancioneiro contundente que continua, desde então, dando sinais de grande vitalidade – ainda este ano será lançado um disco com músicas inéditas dele, finalizadas por nomes como Caetano Veloso e Seu Jorge. Paralelamente ao CD, também está a caminho uma edição revista, atualizada e ampliada do livro Preciso Dizer Que Te Amo (2001), com reproduções e histórias sobre as letras de Cazuza.

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Morto após uma árdua luta contra os males causados pelo vírus da aids, Cazuza vive na memória da música brasileira entre lendas sobre seu temperamento passional. Mas o que lhe garante a posteridade é a obra que transcendeu o universo do rock ao se aproximar da MPB com uma poesia sempre cortante no fio da navalha. Uma obra pautada por um desespero paradoxalmente esperançoso – como definiu certa vez Caetano Veloso – e que cruzava referências de Janis Joplin a Lupicínio Rodrigues, deixando por vezes a impressão de que Cazuza era uma espécie de versão tropical do poeta francês Arthur Rimbaud. Agenor – nome que o artista somente assumiu pra valer quando descobriu que seu ídolo Cartola tinha sido batizado como Angenor – viveu sua temporada no inferno, mas alcançou o olimpo reservado apenas aos deuses da música.

Com o disco O Passo do Lui, lançado há 30 anos, o Paralamas do Sucesso iniciou uma trajetória destinada ao estrelato. Sem tempo para nostalgia, eles celebram a carreira de olho no futuro.

O poeta está vivo na mente do vendedor da loja de discos de Lisboa que cantou para Lucinha Araújo “Exagerado”, música-emblema por sintetizar a intensidade com que Cazuza viveu seus breves 32 anos. Ciente do poder perene dessa obra, uma empresa de telefonia comprou os direitos de “Exagerado” para usar a música este ano em uma campanha nacional veiculada no Dia dos Namorados. Música, aliás, que ganha nova versão, com Cazuza unido a outros músicos, em edição que vai ser colocada à venda nas plataformas digitais.

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“A obra do Cazuza continua tão forte quanto era nos anos 1980”, avalia Ney Matogrosso, que foi namorado, intérprete e confidente de Cazuza. “Ele nos toca até hoje, porque o que disse ali ainda significa muito. O que falou em ‘O Tempo Não Para’, em 1989, serve para hoje, porque o Brasil não muda. Os princípios tortos do país continuam aí.”

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Lucinha Araújo foi uma mãe feliz na convivência passional com seu filho único, e hoje cuida com afinco do legado dele. “Renato Russo que me perdoe, mas Cazuza é o artista mais importante da geração dele. Renato era genial, como Cazuza, mas era geneticamente triste. Cazuza era geneticamente alegre”, compara. Ela imaginava que Cazuza seria ator, mas o descobriu cantor quando o viu soltar a voz em “Odara” (Caetano Veloso) e “Edelweiss” (Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II) em uma montagem transgressora e juvenil do musical A Noviça Rebelde. E o cantor de língua presa, admitido em 1981 como vocalista do então nascente grupo carioca Barão Vermelho, se revelou um compositor de versos pungentes, construindo com seu principal parceiro, Roberto Frejat, uma obra que os elevou à condição de Mick Jagger e Keith Richards do universo pop brasileiro.

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Frejat se apressa em dar o veredicto sobre a parceria dele com Cazuza. “Nosso trabalho conseguiu manter a relevância. As sugestões que a gente deu naquela época ainda estão valendo. A gente está ali, no primeiro escalão”, afirma, sem receio de soar pedante. “Como poeta, o Cazuza construiu um universo de rebeldia, transgressão. Ele misturou informações brasileiras e internacionais com estilo particular, único. Nossa afinidade se constituiu de forma meteórica. Essas coisas são carmáticas. Em nove anos, construí com ele uma amizade que eu tinha somente com meus melhores amigos de infância.”

A partir de sua entrada para o Barão Vermelho, indicado por Leo Jaime, que era o primeiro candidato ao posto de vocalista do grupo, Cazuza gravou três álbuns com a banda, da qual saiu de forma intempestiva em 1985, durante as gravações do quarto disco. Foi então que iniciou uma carreira solo que rendeu cinco álbuns, além do póstumo Por Aí (1991). Ao se afastar progressivamente do rock à la Rolling Stones do Barão, Cazuza foi se aproximando cada vez mais do universo da MPB e, sem abrir mão da linguagem pop de sua poesia rascante, criou através de músicas como “Brasil” (rock-samba composto em 1988 com George Israel e Nilo Romero) a trilha sonora de um país afundado na lama da inflação e da corrupção. Abriu parceria com Gilberto Gil (“Um Trem para as Estrelas”, feita em 1987 para o filme homônimo do cineasta Carlos Diegues), gravou Caetano Veloso (“Esse Cara”) e forçou até parceria com Cartola, de quem aproveitou versos de “Autonomia” na letra de “Azul e Amarelo” somente pelo prazer de dividir os créditos de uma música com o sambista carioca.

O que não mudou foi a forma impulsiva com que Cazuza levou sua louca e breve vida. Único baterista de todas as formações do Barão Vermelho, Flávio Augusto Goffo Marquesini, conhecido como Guto Goffi, testemunhou e vivenciou as loucuras de Cazuza. Guto recorda a tarde em que ele e Dé Palmeira, baixista da formação original do Barão, foram visitar Cazuza quando o artista já convivia com os efeitos colaterais do AZT, o primeiro medicamento usado no combate ao vírus da aids. Antes, Goffi e Dé se calibraram tomando um LSD. “Passamos aquela tarde ótima junto ao amigo que ainda não sabia como controlar as reações da forte medicação. Rimos muito, ouvimos música, conversamos à beira da piscina em sua cobertura na Lagoa, que ele havia comprado com o que ganhou como cantor profissional”, relembra.

“Nesse dia ele estava, com seu jeito inteligente, sempre nos testando. Com o inseparável copo de uísque na mão, me ofereceu: ‘E aí, quer um gole? Ou está com medo de beber no meu copo?’”, continua Goffi. “Essas situações eram foda, pela nossa falta de conhecimento, na época, de como se transmitia o vírus. Mas segui em frente e, claro, aceitei: bebi e ele sorriu. Papo vai, papo vem, percebi que a água da piscina estava meio turva, com aquele brilho caleidoscópio de protetor solar misturado a água, e com a ajuda do ácido [risos]... Achei que não estavam limpando direito e resolvi entrar na piscina e tirar a tampa para aquela água escorrer.” O baixista diz que os empregados adoraram e comentaram que já estava mesmo na hora de limpar a piscina. “Depois de horas e vários baseados, contamos que estávamos viajando de ácido e ele, muito puto, gritou: ‘Seus filhos da puta, vieram aqui curtir com a minha cara só porque não posso enlouquecer. Vão embora daqui agora’. E nos empurrou para a porta de saída.”

Goffi sempre soube que, por trás de qualquer loucura de Cazuza, havia amor em profusão. “O amor sempre foi o carro-chefe dele. Ele amava a todos e era amado por todos nos lugares por onde andava. Era um príncipe de Ipanema, do Posto 9, com sua turma, sempre em bandos espalhados pela areia. Cazuza era gay e bem resolvido com a sua sexualidade. Era ariano e, às vezes, um pouco careta, como

todo ariano é na essência: bem louco e bem careta”, caracteriza Goffi.

A homossexualidade de Cazuza não demorou a ser notada em casa. A mãe foi a primeira a perceber, e confrontou o filho diretamente: “Você é viado?”, perguntou. O pai, João Araújo, um dos mais importantes executivos da indústria fonográfica brasileira, não tardou a ter ciência da orientação sexual do filho, a quem defendia com as garras de um leão, mesmo indo contra suas convicções. “João era o último machão brasileiro. Deve ter sido uma violência interna para ele defender o Cazuza, mas ele sempre o fez”, conta Lucinha. “João e Cazuza tinham uma relação de pai e fi lho mesmo. Já comigo, era a falta de respeito total. Cazuza me mandava à merda, mas não tinha a audácia de xingar o João. Diante do João, ele botava o rabo entre as pernas.”

A questão de ser gay sempre foi bem resolvida na amizade com o parceiro heterossexual Frejat. “A gente nunca teve uma relação sexual, mas trocávamos coisas íntimas, revelações. Cazuza era um livro aberto. Se ele visse um homem que o deixasse interessado, ele ia à luta na hora, na rua, sem se importar com o que iam pensar”, conta o atual vocalista do Barão. Ele também pondera: “Mas Cazuza tentava ao máximo não dar gênero aos personagens e às coisas. Ele gostava de ir a uma boate gay, mas também de ir a uma boate que não fosse gay”.

Com Ney Matogrosso, namorado e depois amigo, a relação também foi geralmente harmoniosa. “Sempre convivi bem com o Cazuza, porque eu não queria mudá-lo. Eu gostava dele justamente como ele era. Quando ele ficava muito bêbado, eu me afastava e ia embora para minha casa”, confessa. “Nunca fui de ficar dando conselho. Uma única vez nós tivemos uma conversa mais íntima nesse tom, pois Cazuza me disse que estava transando com todo mundo sem camisinha e eu falei que a hora era errada para ter aquele tipo de comportamento. Mas ele não me ouviu. Foi uma pena”, Matogrosso resigna-se.

Mesmo sem rótulos ou gêneros, os amores de Cazuza inspiraram músicas motivadas por paixões por homens. Um pacto de sangue com um namorado de 1986 gerou “Mais Feliz”, primeira parceria de Cazuza com Bebel Gilberto e Dé Palmeira. Cazuza e seu namorado, na época, furaram o dedo para jurar fidelidade um ao outro. A jura rendeu a canção gravada por Bebel em EP lançado ainda em 1986 e, 12 anos depois, popularizada por Adriana Calcanhotto no álbum Maritmo (1998).

Da mesma safra de “Mais Feliz”, e também composta por Cazuza com Dé e Bebel, é “Preciso Dizer Que Te Amo”, primeira incursão de Marina Lima pelo cancioneiro de Cazuza. Feita um ano após o registro sem repercussão de Bebel, a gravação de Marina foi lançada no cultuado álbum Virgem (1987), ganhou prêmio e expôs um Cazuza mais próximo da canção, trilha seguida com naturalidade por quem sempre se declarou fã das compositoras Dolores Duran e Maysa. “Me alegra pensar que o Brasil tem Tom Jobim, Nelson Cavaquinho e Vinicius de Moraes, mas tem também o Cazuza”, pontua Marina.

Ela fala que tinha intimidade com Cazuza para ouvir e dizer tudo o que pensava, embora não tivesse com ele uma convivência diária. “Tínhamos desejos, locais e horários completamente diferentes. Agora, como poeta, ele me ganhou”, relata. “Tudo que não me atraía na vida pessoal dele, na poética se realizava esplendorosamente.”

Embora não revele histórias de sua intimidade com Cazuza, sabe-se que a cantora carioca também teve de conviver com as manhas e os exageros de um temperamento já caracterizado como “deliciosamente inesperado” por outra cantora, Joanna, parceira de Cazuza no blues “Nunca Sofri por Amor”. A própria gravação de “Preciso Dizer Que Te Amo” por Marina foi vítima dos arroubos temperamentais de Cazuza. Marina solicitou uma breve intervenção do cantor na faixa. Na ideia dela, Cazuza faria apenas um contracanto em um verso, entoando “Que amigo...” Mas Cazuza queria cantar toda a música com Marina e fez birra. Resultado: a gravação saiu sem a voz dele. Mas ficou tudo em paz. Quando “Preciso Dizer Que Te Amo” foi eleita a melhor canção na edição de 1988 do Prêmio Sharp, Cazuza, Marina, Bebel e Dé subiram juntos ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para receberem seus respectivos troféus. Nessa mesma premiação, aliás, Cazuza foi eleito o melhor cantor e, no discurso de agradecimento, o dedicou a seus pais, com a ressalva de que nunca havia ganhado uma medalha no colégio.

Pelo talento precoce, Cazuza já merecia uma medalha somente por ter composto a letra e a música de “Down em Mim”, aos 18 anos, em 1976, quando ainda nem pensava em ser cantor profissional. Explicitada no título, a inspiração veio quando ele descobriu Janis Joplin, que gravou em 1967 uma música tradicional chamada “Down on Me”. “Quando eu ouvi aquela mulher, descobri que ela era genial. Aí eu entendi o que era o blues e, por meio da Janis, descobri a Billie Holiday e a Dalva da Oliveira. Tudo aquilo que eu já curtia, mas que achava cafona. Aliás, sou cafona e assumo. Gosto de palavras como ‘ingratidão’. Sou meio Augusto dos Anjos: ‘Escarra na boca que te beija’”, pontuou certa vez o próprio Cazuza, dando a pista de sua formação musical.

“Para nossa geração, era ousado afirmar que se gostava de Maysa e Dolores. Isso, naquele momento, era ser careta”, contextualiza Frejat. “Cazuza se odiava careta. Ele não gostava dele careta. Ele bebia para se transformar no que queria ser e no que gostaria de ser. Era um processo complexo. Cazuza tinha a cabeça bem aberta. Era extremamente malicioso nas relações interpessoais. Ao mesmo tempo, era ingênuo e utópico. Ele acreditava que o mundo poderia se transformar. ‘Ideologia’ é uma música linda, mas é ingênua. Se tem uma contradição na obra dele, é essa”, interpreta Frejat.

Entre rebeldias e contradições de um adolescente posto em colégio de padres quando a família descobriu um cigarro de maconha nos seus pertences, pairava o gosto pela leitura e pela poesia. Nesse colégio religioso, Cazuza chegou a formar com colegas, como o jornalista Pedro Bial, uma espécie de “sociedade dos poetas mortos”. Nesse clube fechado e clandestino, os rapazes se embriagavam dos versos de poetas como Fernando Pessoa e do já citado Augusto dos Anjos. O que ajuda a explicar a maturidade precoce com que, aos 22 anos, Cazuza escreveu os versos de “Todo Amor Que Houver Nessa Vida” para uma melodia de Frejat. “A letra é de uma capacidade de articulação impressionante para um rapaz daquela idade. Sempre me emociono quando a canto”, ressalta Frejat.

Parceiro de Cazuza em “Exagerado”, música que deu o pontapé inicial na carreira solo do cantor e que também se tornou uma espécie de apelido sintomático dele, o compositor Leoni identifica nos versos do ex-Barão um talento mais de poeta do que de letrista. “Cazuza tinha uma postura rock and roll de vida, mas ele não veio do rock; foi jogado no meio dele. De todos os letristas do rock nacional, ele era o mais brasileiro”, define. “A gente tinha amigos em comum, mas eu não era do grupo dele que ficava no RÁ [apelido do bar e restaurante Real Astória, um dos points preferidos da geração que curtia a boemia no circuito carioca identificado como Baixo Leblon], bebendo e tudo mais. Fora dessa coisa da noite, Cazuza era uma pessoa tímida. Ele perdia a inibição justamente quando bebia ou quando subia ao palco.”

A ideia de juntar Cazuza e Leoni na composição de “Exagerado” foi de Ezequiel Neves, jornalista e produtor musical carioca que atuou como espécie de mentor do Barão Vermelho e também da carreira solo de Cazuza. Neves achava que o vocalista precisava de um single forte em seu primeiro disco sem o Barão. Por isso, insatisfeito com uma melodia feita por Frejat, indicou Leoni para compor outras frases melódicas em cima de uma letra longa em que Cazuza citava frases de Neves, creditado como parceiro por causa de tais menções. Leoni, na época, enfileirava hits nas paradas no posto de principal compositor do grupo carioca Kid Abelha. “Ezequiel achava que eu era um hitmaker”, recorda o músico. “Na época, eu dividia um apartamento com o Leo Jaime. Cazuza e Ezequiel apareceram lá com um poema grande, que não tinha definido o que era parte A, refrão... Cazuza queria que eu fizesse um bolero, mas eu o convenci de que a gente deveria ficar na praia do rock. Estruturei a letra, fiz a música e cheguei com ela no dia da gravação. ‘Exagerado’ ficou tão marcada com o Cazuza que, quando eu canto a música nos meus shows, as pessoas pensam que eu estou simplesmente fazendo uma cover dele”, conforma-se Leoni.

A força de Cazuza continua por aí, como sentenciou o título do álbum póstumo lançado em 1991. Idealizador do tributo Agenor (2013), álbum em que a música de Cazuza ganhou abordagens de Kassin, Do Amor e Qinho, entre outros nomes da cena pop carioca contemporânea, o DJ Zé Pedro chegou a declarar que sentia que Cazuza iria gostar de se misturar com aquela turma. “Cazuza sempre foi o meu compositor preferido da minha geração porque eu conseguia entender a poesia cotidiana dele”, diz Zé Pedro.

Sim, Cazuza continua por aí. “Ele está comigo todos os dias. A gente teve tantas noites, tiradas e gargalhadas, que volta e meia sinto até o cheiro daqueles momentos. Isso acontece direto. Cazuza está por aí, continuando a fazer bagunça”, acredita Frejat. De uma forma ou de outra, o poeta está vivo.