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Gravadoras resistem ao SMD, alternativa ao CD

Bruno Natal Publicado em 13/08/2007, às 17h43 - Atualizado em 14/08/2007, às 17h45

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Ralf, o criador do SMD - DIVULGAÇÃO
Ralf, o criador do SMD - DIVULGAÇÃO

"O CD vai acabar" - essa é uma das afirmações mais repetidas atualmente pelos futurólogos de plantão. Acreditando no fim que se aproxima, mas apostando na importância de um suporte físico para música, o músico e inventor Ralf Richardson da Silva criou o SMD (Semi Metalic Disc).

A nova mídia é similar ao CD e toca nos mesmos aparelhos, porém tem um custo de produção e, conseqüentemente, preço final muito menor. Vendido em envelopes, sem a caixa de acrílico e com encartes simplificados, os discos chegam ao consumidor pelo preço cobrado, em média, pelos piratas: R$ 5.

"Sempre achei o CD muito caro e as cópias ilegais significam trabalho escravo para os artistas, que passam a sobreviver apenas de shows", explica Ralf, mais conhecido como uma das metades da dupla Christian & Ralf. "Com uma nova tecnologia e um novo produto, ofereço ao consumidor o mesmo preço dos piratas, só que protegendo todos os direitos autorais", diz. Os clientes da novidade têm perfis bem diferentes, indo da própria dupla de Ralf ao rapper Don Negrone, passando pelo Movimento Popular de Libertação de Angola, que lançou seu hino nesse formato. "Não sei até que ponto a tecnologia torna o SMD tão mais barato. Parece que foi a vontade de fazer um produto acessível", teoriza MPC, do Digitaldubs, que também lançou disco em SMD. Por enquanto, poucas gravadoras demonstraram interesse pela mídia.

O motivo pode ser uma das exigências para se fabricar um SMD: todos os discos saem da fábrica com o preço de R$ 5 impresso na capa. Pedro Seiler, produtor da gravadora Biscoito Fino, diz que baixar o preço não é meramente uma questão de custos de produção: "Temos convênios com editoras sobre preço mínimo de pagamento de direitos autorais. Os artistas também têm que aceitar receber seus direitos sobre um preço menor". O criador Ralf não se preocupa. "Não fiz esse projeto para as grandes gravadoras, e sim para o artista, mas me sentiria muito honrado se elas aderissem. As empresas de maior faturamento no mundo, como as de telefonia, sobrevivem bem recebendo centavos". Em tempos de download, Ralf ainda confia na força dos discos.

"O pirata continua vendendo, provando que o suporte físico tem que existir. Só que legalmente e com um preço justo."