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Marca da Modernidade

Experimentalista, Arnaldo Antunes repassa carreira em CD e DVD ao vivo

Antônio do Amaral Rocha Publicado em 12/12/2007, às 00h00 - Atualizado em 14/01/2008, às 19h00

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Arnaldo Antunes: redescobrindo o antigo repertório - Fernando Laszlo
Arnaldo Antunes: redescobrindo o antigo repertório - Fernando Laszlo

Com 25 anos de carreira, dez deles junto aos Titãs, Arnaldo Antunes partiu para a carreira solo em 1992 "com o desejo de experimentar coisas que não caberiam naquele contexto de banda". Lançou Nome (1993), um trabalho que envolvia diversas linguagens e livros de poesia, mas continuou fazendo música para o antigo grupo. Depois, produziu Ninguém (1995), O Silêncio (1996), Um Som (1998), Paradeiro (2001), Saiba (2004) e Qualquer (2006). O repertório deste último deu origem a Arnaldo Antunes ao Vivo no Estúdio, que sai simultaneamente em versão CD e DVD. "É a primeira vez que tenho um CD e DVD gravados ao vivo, um desejo já antigo", diz Antunes. "Eu quis que o registro fosse uma visão abrangente da minha carreira." Cheio de participações especiais de parceiros de fases diversas (Edgard Scandurra, Branco Mello, Nando Reis, Marisa Monte, Dadi Carvalho e Carlinhos Brown), o lançamento traz trabalhos da fase Titãs, da carreira solo, do disco com os Tribalistas ("minha segunda banda") e composições de outros autores.

Dirigido pelo videomaker Tadeu Jungle, o DVD foi gravado em preto-e-branco, uma opção impulsionada pela atmosfera da música desenvolvida no estúdio, criando um clima diferente do registro de show habitual - menos TV e mais cinema. "Foi buscada uma textura de imagem que fosse diferenciada, uma luz mais contrastada, algo do cinema expressionista alemão", concorda Arnaldo. O ponto alto é a canção "Hotel Fraternité", um poema de Hans Magnus Enzensberger traduzido por Aldo Fortes, feita para a trilha do filme Achados e Perdidos, de José Joffily.

O timbre grave e quase sussurrado da maioria das faixas ainda pode causar certo estranhamento aos que esperavam o estilo visceral da época dos Titãs, mas Arnaldo se justifica: "No momento em que saí da banda, pude experimentar formatos, formações instrumentais. Essa coisa de cantar na região natural da minha voz, que é mais grave, foi acontecendo aos poucos. Quando gravei o Qualquer, escolhi uma instrumentação que fosse adequada a esse canto, porque na época dos Titãs tinha uma massa sonora mais cheia e eu escolhia tons mais altos para cantar". E comemora: "Agora é muito confortável, nunca tive tanto prazer em cantar como nesse show". Os novos desafios de uma carreira que vai na contramão do showbizz e sem fazer concessões ao apelo fácil fazem Antunes admitir que pode vir a gravar um disco de rock no futuro. "Eu me sinto livre para qualquer coisa. A cada disco, o desejo de mudança é constante. Não pretendo ficar repetindo o mesmo formato que estou fazendo agora."