Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Modo solar

Duo recupera a tradição de criar canções

Márcio Cruz Publicado em 01/03/2007, às 00h00 - Atualizado em 11/09/2007, às 11h41

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
La Barbera (de gorro) e DiMonaco: retrô moderno com suingue e melodia - André Porto
La Barbera (de gorro) e DiMonaco: retrô moderno com suingue e melodia - André Porto

Gian Paolo La Barbera, 37, e Fabrício DiMonaco, 33, se conheceram na faculdade de publicidade. O duo forma o Modo Solar, cuja sonoridade parece ter saído de uma banda com meia dúzia de músicos com pelo menos três guitarras, duas percussões, bandolim, piano, flauta, cítara e sintetizadores.

Barbera começou a tocar aos 16 anos e sempre teve banda. DiMonaco começou a ouvir música aos 9 anos e a tocar aos 11. Barbera teve forte influência do rock, principalmente o feito nos anos 70. O primeiro disco de DiMonaco foi Creatures of the Night (1982), do Kiss. Quando a última banda de Barbera se dissolveu, ele decidiu mergulhar na música brasileira. "Estudei violão popular na Universidade Livre de Música Tom Jobim. Antes de terminar, a última banda de DiMonaco misturava rock com soul e rap.

A infelicidade nas bandas os levou a projetos solo. "Lidar com pessoas para tomar decisões é um saco", diz Barbera, que, sozinho, investiu em horas de gravação em estúdio em um disco que não saiu. Enquanto isso, DiMonaco criava utilizando computadores e ferramentas eletrônicas. "Foi mais um exercício de compor e escrever", explica. De repente, os dois se apaixonaram um pela música do outro e decidiram se unir. "A gente se encontrou em uma manhã para tentar escrever. Começamos às 10 horas e ao meio-dia a gente saiu com uma música pronta." Era "Modular", um portal sonoro que dá acesso a experiências sensoriais como um pôr-do-sol na praia e um mojito nas mãos.

"A gente compõe canções", explica DiMonaco. Alheios aos samplers e críticos do modus operandi dos processos criativos modernos que privilegiam a produção e não a composição, o duo, hoje influenciado pelo jazz-funk, funk e soul norte-americanos (Marvin Gaye, Stevie Wonder), africanos (Hugh Masekela e Letta Mbulu) e brasileiros (Robson Jorje & Lincoln Olivetti, Tim Maia, Marcos Valle, Deodato e João Donato), gravou com a colaboração dos percussionistas Juninho e Marcos Banana e da flautista Gabriela Machado.

O MySpace do Modo Solar já recebeu cerca de 4 mil visitas e acumula comments elogiosos e comparações com Azymuth e Clube da Esquina. Barbera empolga-se. "A gente recebe mensagens da Finlândia, da Argentina, dos Estados Unidos, do Japão..."

Ainda sem acordo com gravadora ou selo, o duo não tem pressa - aguarda pelo momento certo. Até lá, não sabe nem como se referir ao CD demo com cinco músicas. "A gente nem considera isso um disco, mas várias pessoas consideram", diz Barbera. "A música que a gente materializa é o Modo Solar. É tudo o que sabemos", despede-se DiMonaco.