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P&R - John Mayer

O guitarrista supera um problema na garganta e fala sobre a atual namorada, Katy Perry

Patrick Doyle Publicado em 14/02/2013, às 12h04 - Atualizado às 12h05

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<b>DESPRENDIMENTO</b> Mayer diz não se interessar mais pela  - Divulgação
<b>DESPRENDIMENTO</b> Mayer diz não se interessar mais pela - Divulgação

No ano passado, médicos disseram a John Mayer – atração do Rock in Rio, em setembro – que ele poderia demorar anos até cantar de novo. “Não havia muita esperança”, conta o músico, que já havia passado por uma cirurgia fracassada para reparar um granuloma na garganta. “Disseram que teria sido mais fácil me livrar de um câncer.” Só que uma segunda rodada de cirurgias em agosto funcionou e, em 16 de janeiro, Mayer fez seu primeiro show em dois anos, em que soou rouco, mas feliz. A seguir, ele abre o jogo sobre sua nova voz.

Como você se adaptou a ser um músico que não fazia shows?

Fiquei mais sossegado. Preferiria não estar sossegado em vez de tocar música o tempo inteiro, para ser sincero, mas não era uma opção. Não conseguiria me visualizar simplesmente como músico. Sabe, quando você se percebe como músico, pode inventar muitas desculpas para as coisinhas estranhas e interpessoais que tem com os outros, e quando não se tem isso pensa: “Ok, vamos nos concentrar no fato de que verei amanhã as pessoas que vejo hoje”.

É possível que o granuloma volte?

Claro. Todos passam por isso – aos 35 anos, você percebe que não dá mais para fazer o que quer em termos de dieta, sono e excessos. Tem de prestar contas. É uma proporção de um para um entre o que entra e o que sai. Nunca saí dos trilhos, mas como cantor você realmente precisa prestar atenção no que consome, especialmente antes de se deitar e ir dormir. Não percebe que, quando sai, toma uns drinques, volta para casa e cai na cama, está inundando seu esôfago de ácido. Se você faz isso todas as noites e, depois, canta oito horas por dia enquanto está gravando um álbum, vai começar a corroer tudo em sua garganta.

Depois das cirurgias, como sua voz mudou?

Tudo mudou na minha voz. Não tenho projeção. Minha risada mudou. O jeito que eu ria era como aquele riso agudo de “estou envergonhado”. Não é mais bem assim. Encontrei novas maneiras para tudo – novos jeitos de falar, de rir.

Antes da pausa você foi criticado por falar demais. E houve a situação com a Taylor Swift. Foi por isso que se afastou?

Não sei se pensei nisso como um curativo para qualquer coisa. Só vi como um protetor contra coisas futuras. Não estava fugindo, porque teria ficado feliz em voltar a fazer uma turnê. Só que o que acabou acontecendo foi que não fiz uma turnê, e pensei: “Vou começar a fincar raízes aqui”. Mas não, naquele momento não pensei “vou me afastar”.

Daí você começou a sair com a Katy Perry. Isso torna difícil ter uma vida particular também.

Torna difícil ter uma vida em que as pessoas não sabem quem você é, mas não venho tendo problemas. O único talvez seja ter gente me rastreando pelo mundo, mas é só isso. Para mim, é uma questão de as pessoas saberem onde estou em certo dia e avaliarem meu estilo quando não há um estilo para ser avaliado. Mas não considero isso uma violação de minha vida pessoal. É só essa ideia de saber onde e quando estou.

Como está o relacionamento para você?

Está... estou bem feliz. Estou feliz em todos os aspectos da minha vida. Estou muito feliz em todos os aspectos da minha vida. E também acho que a forma como a mídia participa da vida de todos mudou bastante nos últimos anos. As pessoas estão menos preocupadas com o que acontece com os outros. Acho que estão muito menos interessadas no que acontece na vida das celebridades, e as celebridades estão um pouco menos preocupadas com o que acontece na vida das pessoas que pensam nelas o dia inteiro [risos].

Que tipo de ideias você não quis dividir comigo nessa entrevista?

Ah, não sei, mas também não me importo mais com o que penso. Não estou mais tão interessado em minhas opiniões.

O que isso quer dizer?

Estou mais interessado em viver uma vida invisível para todos e mais vibrante para pouca gente. Não preciso que pensem alguma coisa que quero que pensem. Estou fora desse jogo, e acho que ter 35 anos... É um ótimo momento.

Onde gostaria de estar daqui a 20 anos?

Simplesmente tocando, lançando álbuns, tendo uma vida boa e deixando as outras pessoas tomarem o mesmo caminho que eu.