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Psicodelia à brasileira: Jornalista investiga em livro a origem do movimento psicodélico no Brasil

Lindo Sonho Delirante: 100 Discos Psicodélicos do Brasil (1968-1975) ganha lançamento nesta terça, 22, na Livraria da Vila, em São Paulo

Gabriel Nunes Publicado em 21/11/2016, às 20h35 - Atualizado em 23/11/2016, às 14h08

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Araujo diante da sua coleção de discos. - Divulgação
Araujo diante da sua coleção de discos. - Divulgação

O primeiro contato de Bento Araujo com a música psicodélica brasileira aconteceu em meados dos anos 1990. Enquanto “garimpava” em meio a pilhas empoeiradas de vinis, o paulistano tropeçou em uma peça até então rara: o LP de 1968 de Ronnie Von, relíquia do gênero que leva o nome do hoje apresentador de TV e que abriu uma trilogia (o vinil foi relançado há poucos anos). Desde a oportuna descoberta, o jornalista tem se embrenhado no estudo dos alicerces da nossa história musical para entender a pouco explorada psicodelia nacional.

Para resgatar e tornar mais acessível esse rico momento da música brasileira, o jornalista lança nesta terça, 22, na Livraria da Vila, em São Paulo, o livro Lindo Sonho Delirante: 100 Discos Psicodélicos do Brasil (1968-1975). “Ultimamente a psicodelia ganhou projeção dentro do Brasil, com bandas como Boogarins e Anjo Gabriel, entre outras”, pontua Araujo. “No entanto, pouco sabemos sobre as origens desse gênero no país. Então, por que não fazer um livro disposto a explorar o tema?”

Para compor Lindo Sonho Delirante, que só foi publicado graças a uma campanha de financiamento coletivo, o paulistano da Pompeia – bairro de origem da banda Os Mutantes – valeu-se de rigorosos critérios de seleção, de forma que fosse possível compilar pontualmente toda a magnitude e relevância do movimento sem correr o risco de que trabalhos substanciais fossem excluídos da obra.

“Quem não manja muito sobre psicodelia brasileira pode até pensar: ‘Pô, existiram 100 discos psicodélicos no Brasil?’”, analisa Araujo. “Não só existiram, como muitos álbuns acabaram ficando de fora de Lindo Sonho... Por isso, optei por deixar de lado bandas que eram uma espécie de ‘xerox’ genérico do rock psicodélico anglo-saxão e dar prioridade aos grupos que souberam assimilar as influências estrangeiras à música de raiz brasileira.”

Com diagramação, arte, texto e tradução para o inglês executados por Araujo, Lindo Sonho Delirante ganha distribuição nos mesmos pontos em que são vendidos exemplares do lendário poeira Zine, publicação independente e bimestral elaborada há mais de dez anos pelo jornalista. “Minha ideia é exportar o livro. Lá fora existe um interesse maior em relação à psicodelia brasileira. Aqui, o movimento passou meio batido, tanto que só começamos a reconhecê-lo como gênero apenas a partir dos anos 2000. Mas, graças ao caráter cíclico da música, muita gente vem redescobrindo esse estilo. Vivemos um momento bom para a psicodelia.”