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Rei da Dor

Sting tem uma vida invejável e acaba de lançar um ótimo disco de rock, o primeiro no estilo em mais de uma década. Então, por que ele não consegue parar de pensar na morte?

Stephen Rodrick Publicado em 10/04/2017, às 20h27 - Atualizado às 20h33

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<b>Um inglês em Nova York</b><br>
Sting em retrato feito em outubro de 2016 - Danny Clinch
<b>Um inglês em Nova York</b><br> Sting em retrato feito em outubro de 2016 - Danny Clinch

Sting senta em um banquinho em um espaço de ensaio na Sunset Boulevard, em Los Angeles. Segura o baixo e espera o baterista Vinnie Colaiuta fazer a contagem em “50,000”, um lamento sobre David Bowie, Prince, Lemmy Kilmister e outros astros que morreram recentemente. É uma faixa de 57th & 9th, o primeiro álbum de rock dele em 13 anos, que servirá de base para o show único que fará no Brasil em maio, em São Paulo. Sons abafados e intempestivos atravessam as paredes. O Kiss está tocando na sala ao lado. “Conhece o Gene Simmons?”, Sting pergunta mais tarde. “Um cara interessante.”

Colaiuta começa a contagem e uma equipe de filmagem australiana que registra o processo se aproxima para um close. Sting interrompe a banda por um momento e manda os dedos em uma jornada não tão secreta.

“Ok, nada de meleca.”

Um assessor de imprensa ri nervosamente, mas Sting dá um sorriso maroto e não liga: “É sempre bom checar”.

Nos três dias que passei com o músico, ele foi o oposto do clichê do deus do rock que tem uma noção excessivamente elevada de sua importância. Ainda assim, Sting parece gostar da ideia jocosa de que é um egomaníaco praticante de sexo tântrico e que toca alaúde. Agora, usa essa imagem com um timing cômico. Durante uma pausa no ensaio, toca um riff estendido de seu muito criticado álbum de alaúde, Songs from the Labyrinth (2006), que, faz questão de enfatizar, vendeu 1 milhão de cópias. “As pessoas me detonaram”, diz enquanto sentamos de pernas cruzadas no estacionamento do estúdio para tentar fugir dos vocais de Simmons. “‘Não quero ouvir a porra do alaúde’, diziam. Eu perguntava: ‘O que há de errado com o alaúde?’” Sting faz uma pausa e sorri. “Acho que o disco sofre da ‘Monty Pythonização’ do alaúde.”

Essa leveza só vai até certo ponto. Depois de um intervalo, a banda, incluindo o guitarrista de longa data Dominic Miller, toca “50,000”, que contém o animado trecho:

Estou me sentindo um pouco melhor hoje,

Embora o espelho do banheiro me mostre outra coisa.

Estas rugas de estresse,

Um olho vermelho,

A palidez doentia de um fantasma perturbado.

Onde coloquei o estojo dos óculos?

Estou meio cego e surdo como uma porta.

Ok, Sting nunca será o equivalente roqueiro do palhaço do escritório que espirra cerveja pelo nariz na festa de Natal da empresa. “Acho que a morte é o assunto mais interessante em qualquer tipo de arte, seja literatura, poesia ou ópera”, ele me diz um mês antes enquanto fala sobre “50,000” em sua casa na Central Park West, em Nova York. Tinha acabado de me mostrar uma foto de 1962 da rua onde cresceu, em Newcastle, na Inglaterra, com um estaleiro no final do quarteirão. Tudo naquele bairro virou pó: sua casa, seus pais, o estaleiro. Olhar para a foto o tinha deixado melancólico, um estado emocional no qual, admite, fica um tanto absorto.

“A música pop supostamente deve ser sobre namoradas e carros e a cor dos sapatos”, afirma. A banalidade do pop é uma metáfora familiar a Sting que o fez ser acusado de se levar a sério demais desde os dias de “King of Pain”. Ele acaricia seu cão, um pointer chamado Compass. “Tenho 64 anos. A maior parte da minha vida já passou. Mas, como a maioria de nós quando um ícone cultural morre, fico como uma criança.” Ele alonga os braços com as mãos espalmadas. “Porque você pensa ‘como ele ou ela pôde morrer?’”

Sting animadamente admite ser workaholic; é conhecido por ter dormido durante o nascimento do primeiro filho. Pergunto se achava que tinha tempo suficiente para os seis filhos – dois dos quais são músicos – entre turnês e gravações. “Boa pergunta”, rebate. “Se meus filhos reclamassem sobre isso, eu diria, meio sério, meio brincando: ‘Por algum motivo, você me escolheu como pai’. Não te escolhi, você me escolheu. Porque isso os vitimiza menos. Todos viraram adultos lindos. Dou todo o crédito às mães deles.” Ele para por um momento. “Fui um pai perfeito? Não. Meus pais estavam longe de ser perfeitos também, então eu não fazia a menor ideia.”

Concordamos em retomar a conversa dali a algumas semanas. Saindo de uma sala de estar repleta de livros, aponto para uma pintura da qual gostei, um quadro abstrato com uma lâmpada no meio. “Ah, é um Basquiat”, Sting explica casualmente enquanto toma uma xícara de chá. “Andy [Warhol] fez a lâmpada.” Então, sussurra: “Meus netos gostam de vir aqui e botar as mãos na tela inteira. Não sabem o que é”. Ele sorri. “É ótimo.”

Sting deu ao seu mais recente álbum o nome de 57th & 9th por causa de uma esquina de Manhattan que atravessava toda manhã a caminho do estúdio. Parava e meditava por um momento sobre o dia que viria e os dias que se passaram antes de cruzar a rua movimentada. Ele fica boa parte do tempo em Nova York com a esposa, a produtora de filmes Trudie Styler. Os filhos estão crescidos e o casal agora mora sozinho. Sting gosta do relativo anonimato que Manhattan proporciona. “Todas as pessoas aqui estão em seu próprio programa de TV. Podem parar e dizer ‘ei, Sting, gosto da sua música’ ou ‘ei, Sting, você é péssimo’, mas você simplesmente segue em frente.”

Na última década, ele fez de tudo, menos gravar um disco de rock. Além daquele álbum de alaúde, houve uma versão orquestral de seus maiores sucessos, uma reunião do Police e o projeto afetivo The Last Ship, um musical ambientado no bairro com estaleiro na Newcastle de sua infância. Não foi um sucesso financeiro – Sting teve de assumir o papel principal para aumentar as vendas na bilheteria –, mas ele diz que adorou cada momento que passou trabalhando nele.

O cantor tem uma relação complicada com Newcastle; 57th & 9th tem uma faixa chamada “Heading South on the Old North Road”, sobre fugir da cidade natal, e ele comenta que existe um motivo para a melhor música do The Animals, também de Newcastle, ser “We Gotta Get Out of This Place” (“precisamos cair fora deste lugar”). Foi uma das canções-tema de Sting na época em que era um garoto entregando leite com o pai antes do amanhecer. Seus pais estavam presos a um casamento infeliz e cheio de infidelidades e ele mal podia esperar para sair de casa. “Sempre me considerei exilado”, afirma. “Não exatamente da minha cidade, mas do meu país. Moro em Nova York, mas não sou norte-americano. O exílio é um ponto de vista útil para um artista. Veja alguém como James Joyce.” Rapidamente, acrescenta: “Não que eu seja a porra do James Joyce”.

Diferentemente de seus álbuns solo anteriores, em que faixas e arranjos foram dolorosamente feitos de antemão, Sting entrou no estúdio para 57th & 9th sem nada nas mãos – sem letras, sem melodias e sem conceito. “Jogávamos versos um para o outro”, conta. “Uma linha de baixo ou algo assim até termos um riff ou um som do qual gostássemos.”

Sting é um caminhante contumaz – você frequentemente pode vê-lo andando pelo Central Park – e pensava nas melodias enquanto estava em movimento, mas ainda tinha de escrever as letras. Então, chegava em casa de uma caminhada, fazia uma xícara de café, colocava um casaco, pegava o violão e sentava no terraço gelado com uma vista belíssima para o horizonte de Manhattan. Não se permitia entrar em casa antes de escrever as letras. “Compus quatro músicas em dois dias. Estava frio pra caralho.”

Então, ia da sacada para dentro com as letras prontas e normalmente as tocava para Trudie, que ele alega ser sua crítica mais dura. “Ela não diz que algo é horrível”, conta com um sorriso de quem é casado há muito tempo, “mas está na cara”. Exceto por “Heading South on the Great North Road”, ele diz que imaginou um personagem em cada faixa no álbum. O single “I Can’t Stop Thinking about You” à primeira audição parece uma canção de amor direta, mas na verdade, explica, é sobre um artista procurando sua musa. É uma abordagem padrão de Sting – remetendo a “Every Breath You Take”, uma canção sobre um perseguidor disfarçada de balada romântica. “As pessoas não estão muito acostumadas a músicas articuladas”, diz, entrando no modo professor de antigamente. “As canções meio que não têm mais significado. Parecem ter, mas não há nada conectado. Não gosto disso. Gosto de músicas que realmente queiram dizer algo.”

Sting compõe faixas que são secretamente de protesto desde “Driven to Tears”, do The Police, então não é de surpreender que existam várias canções políticas levemente disfarçadas no álbum. “One Fine Day” lida com humor com a esperança quixotesca de que a mudança climática realmente seja um mito enquanto o mundo derrete ao nosso redor. “Ishallah” aborda a crise dos refugiados de um ponto de vista humanitário e “Empty Chair” é uma ode ao correspondente James Foley, executado pelo Estado Islâmico em 2014. Um entrevistador recentemente fez uma ligação entre Sting e o cantor folk Woody Guthrie, uma comparação que o espantou. “Woody Guthrie, nunca ouvi essa”, brinca o cantor, sorrindo de lado. “Woody Woodpecker [Pica-Pau], aí sim.”

Como um estrangeiro legal nos Estados Unidos, tentou morder a língua quanto ao assunto Donald Trump, mas ficou abatido com o voto pelo Brexit no Reino Unido. Sting é ativista há mais de 30 anos, mas tem sido discreto quanto a isso ultimamente, contentando-se em comandar sua Rainforest Foundation Fund com Trudie Styler e um conselho de especialistas, trabalhando em projetos menores que ajudam pessoas em 21 países nas regiões subequatoriais do mundo. “Às vezes, quando se é um astro, a mídia tende a seguir para onde quer que você aponte o dedo. Cansei dessa abordagem.”

A política em suas músicas também evoluiu. Conversamos sobre “We Work the Black Seam”, um lamento de 1985 sobre o Thatcherismo, o perigo da energia nuclear e a perda de empregos nas minas de carvão em Newcastle e outras áreas da infância de Sting. Agora, ele está muito mais informado sobre o lado negativo do carvão e sobre a necessidade do uso da energia nuclear. “Com o que sabemos sobre energia, eu diria que minha postura mudou”, afirma. “Acho que quando o assunto é o aquecimento global, a energia nuclear é a única maneira de poder criar quantidades imensas de energia.” Dentro do estúdio, a banda está esperando. E ele quer deixar uma coisa absolutamente clara. “Veja bem, não sou cientista.”

Entre a visita à casa dele e a ida ao estúdio, completo 50 anos e Sting 65. Ele quer falar sobre esses marcos, mesmo que, quando nos encontramos da primeira vez, tenha alegado não saber exatamente sua idade. Agora um cidadão idoso, Sting ainda parece, irritantemente, ter 38 anos. Não é por acaso. Toda manhã, nada por uma hora enquanto escuta os concertos de violoncelo de Bach executados por Yo-Yo Ma. Depois, faz uma aula de pilates. Ele se descreve como sendo “vaidoso e disciplinado”. Pergunto se houve algum momento em que relaxou e engordou 10 ou 15 quilos depois da turnê. Ele me olha como se eu estivesse louco: “Porra, não! Eu me mataria. Morreria de vergonha. Sou gordófobo comigo mesmo”.

A única coisa em que Sting fracassou foi o plano de voltar ao vegetarianismo. Jurou que, em nosso encontro seguinte, teria parado de comer carne, mas isso não aconteceu. “Tínhamos uma fazenda na Inglaterra onde criávamos gado, então pensei: ‘Bom, é melhor comê-los’”, diz, dando de ombros. “Sei que preciso parar de comer carne, porque isso está matando o meio ambiente.”

Com toda a conversa sobre autopreservação, dava para ter a impressão de que Sting era uma daquelas celebridades que se convenceram de que seu alto status na cadeia alimentar de pessoas seria um caminho para a vida eterna. Não é assim. Na véspera de completar 65 anos, em outubro de 2016, ele tocou para 100 mil pessoas no intervalo do Australian Rules, a versão do futebol australiano para o Super Bowl, em Melbourne. Então, passou a maior parte de seu aniversário sozinho no hotel, pensando no fato de que tem mais dias atrás de si do que adiante.

Ele gasta um tempo descomunal pensando e escrevendo sobre a morte. Seus pais morreram jovens e Sting não foi ao funeral de nenhum dos dois, culpando as responsabilidades de turnês por isso, mas agora sabe que foi um erro. Ainda assim, não está exatamente tranquilo com o fim. “Penso na morte desde menino”, revela o cantor, criado na religião católica. “Meio que tenho uma vertigem espiritual. Cresci em um contexto religioso com ideias sobre eternidade, tormento eterno ou paraíso eterno, que soava igualmente atormentado para mim. Fiquei obcecado, talvez mórbido em relação a isso.”

Uma das tentativas que fez em analisar a mortalidade foram as múltiplas experiências tomando chá de ayahuasca, conhecido no Brasil como Santo Daime. “Acho que é uma forma de ensaiar a sensação de estar morto”, relata, ressaltando que não é uma droga recreativa. “Toda vez preciso criar coragem para tomar. Você basicamente enfrenta sua mortalidade, e é como se estivesse morto, sem tempo. Toda a sua vida passa diante de seus olhos nesta outra dimensão. Só posso parecer vago falando sobre isso. A maioria das pessoas morre em pânico total. Terror. Acho que há outra maneira. Temos de morrer. Deve haver um jeito de fazer isso em paz e com acolhimento.”

Ouvindo Sting e sua banda tocarem músicas de 57th & 9th, uma das primeiras coisas que percebo é que há um espaço claro entre os instrumentos. Ame-o ou odeie-o, Sting raramente permite que suas músicas acumulem uma cacofonia de sons para disfarçar a falta de uma ideia. Há certo distanciamento nelas, como se Sting tivesse um segredo que não está exatamente revelando. Essa indiferença também está presente em sua personalidade. Você tem a impressão de que ele é irritante para evitar que o resto do mundo o prenda em um abraço. “Estou com ele há 27 anos, mas não diria que somos muito próximos”, diz o guitarrista Dominic Miller. “Lembro que o conheci e meu instinto disse: ‘Não se aproxime muito desse cara no nível pessoal’ – havia uma distância emocional.” Miller apaga um cigarro. “O que posso fazer é chegar muito perto dele no nível musical.”

O lado solitário de Sting é basicamente responsável pela separação do Police depois de apenas nove anos de carreira. “Uma banda é uma democracia. Ou algo que aparenta ser uma. Você tem de fingir mais em uma banda”, define. Embora alegue ter gostado da reunião do Police em 2007, ele pode estar mentindo. “Foi uma volta àquela democracia forçada que me lembrou exatamente por que não estou na banda”, completa. “Era a banda do Stewart [Copeland]. Ele a começou, deu o nome e era o conceito dele.” Pergunto se o Police ainda era uma democracia em 1983, na época de Synchronicity e da policemania. Ele sorri maliciosamente e dá de ombros. “Não.”

Sting ainda é amigo dos ex-companheiros de Police, Andy Summers e Copeland, que viu antes de um show no Hollywood Bowl em 2015. Ele diz que a turnê de reunião provavelmente não se repetirá. “Para mim, fechou o ciclo. Nunca terminamos oficialmente. Foi o momento perfeito.”

Escutando seu ensaio com a banda atual, Sting parece mais relaxado e compassivo “Um de nós pode cometer um erro e ele simplesmente segue em frente ou pega um novo caminho”, conta Miller. Esse é um crescimento real para Sting em comparação ao passado. Quando questionado sobre sua reputação de ser um ditador não tão benevolente assim, ele imediatamente balança a cabeça. “Eu era um merda arrogante e briguento. Hoje, sou melhor como líder de uma banda. Sou uma pessoa mais calma.” Ele dá um enorme sorriso. “Acho.”

A ambição nos jovens e belos pode deixar um gosto amargo. A ambição nos velhos e belos pode ser encantadora. Na noite anterior ao ensaio no estúdio, Sting participou de um evento no Museu do Grammy, em Los Angeles, com um show acústico e um bate-papo. Estava ocupado sendo Sting, questionando por que tinha de segurar um microfone, quase não conseguindo não revirar os olhos diante de perguntas que achava banais e pedindo para o apresentador adivinhar quantos anos levaria para ouvir a quantidade de vezes que suas músicas tinham sido acessadas no Spotify – apenas seu trabalho solo, é bom frisar, nada de Police. Quando o apresentador deu de ombros, Sting respondeu: “Vinte e sete anos. Imagine isso”.

Ele também comentou que “I Can’t Stop Thinking about You” tinha entrado nas paradas no número 4 de uma lista de mais tocadas chamada “Alternativa Adulta”. Sting não entrava nas paradas havia uma década e dava para ver que significava muito para ele, mas existia algo nisso que ele não contou ao público. Sua filha cantora, Eliot Sumner, estava na mesma lista, bem na frente do pai.

Sting tinha me contado isso antes: “Foi fantástico. Ela estava empolgada e disse ‘ah, pai, estamos na mesma lista de mais tocadas”. Ele parou por um segundo e a máscara que às vezes usa caiu de seu rosto de traços fortes. “Ela na verdade tinha uma execução a mais do que eu.”

Não dava para saber se ele estava falando sério ou não. Então, deu um sorriso cheio de dentes. Por um momento, Sting não era Sting, era só um pai orgulhoso. É uma aparência que lhe cai bem.

Homem mudado

O ex-vocalista do The Police mostrou sua face mais serena em dois shows recentes

Sting está notoriamente mais calmo do que décadas atrás. Foi esse novo homem que se mostrou na noite após a eleição presidencial nos Estados Unidos. Enquanto os moradores de Manhattan descontavam a raiva e bebiam uma cerveja atrás da outra antes de um show dele no Irving Plaza, Sting apareceu e reconheceu que muitos na plateia estavam “traumatizados”.

Em vez de uma palestra, comandou o público na cantoria de um slogan muito britânico: “Keep Calm and Carry On” (“Mantenha a calma e siga em frente”). Talvez não coincidentemente, emendou “Message in a Bottle”, e a plateia animada cantou um pouco mais alto o refrão: “Sending out an S.O.S. / Sending out an S.O.S.” (“Mandando uma mensagem de S.O.S.”).

Dias depois, em Paris, Sting reabriu o Bataclan, onde, em novembro de 2015, 89 espectadores morreram em um ataque de terroristas islâmicos. Ele falou com a plateia em francês. “Não os esqueceremos”, disse. “Hoje, temos duas tarefas a cumprir. A primeira, lembrar e homenagear quem perdeu a vida nos ataques. A segunda, celebrar a vida e a música.”