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Sammy Hagar fala sobre seu estilo como pai e define como seria sua reunião ideal com o Van Halen

"Adoraria dar aos fãs o melhor show do Van Halen que eles poderiam ter hoje. Depois, diria para a banda: 'Ok, continuo não gostando de vocês'"

Andy Greene Publicado em 02/09/2017, às 12h37 - Atualizado às 12h39

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<b>Um Herói</b><br>
Para Hagar, ninguém bate Elvis Presley
 - Juan Rico/ Invision/ AP
<b>Um Herói</b><br> Para Hagar, ninguém bate Elvis Presley - Juan Rico/ Invision/ AP

Sammy Hagar já era conhecido pelo sucesso na banda Montrose quando entrou para o Van Halen, em 1985, mas foi com o quarteto que atingiu o ápice da carreira até aquele momento. Depois de sair do grupo, no entanto, ele não ficou parado: seguiu em trabalho solo e com diversos outros projetos, incluindo os recentes Chickenfoot (com Michael Anthony, Chad Smith e Joe Satriani) e The Circle (Anthony, Jason Bonham e Vic Johnson). Ele aproveitou uma pausa na atual turnê do The Circle e das gravações de seu programa de TV nos Estados Unidos – Rock & Roll Road Trip with Sammy Hagar, no qual viaja de carro e se encontra com amigos da música – para fazer um balanço do passado e imaginar o que seria a turnê perfeita de sua banda mais famosa.

Quais são as melhores e piores partes do sucesso?

A melhor parte é poder viver seu sonho. A única coisa ruim – talvez – é que um dia você não será tão relevante quanto era antes. Há momentos em que penso: “Uau, dá para ver a curva descendente. Não vou ter um disco de sucesso, nunca mais vou ser o astro de rock mais quente do mundo”. Não estou achando difícil, mas algumas pessoas não conseguem lidar com isso.

Quem é seu herói?

O Elvis, cara. Ele foi um ótimo cantor e se vestia de um jeito único para sua época – as pessoas queriam bater nele. Os Beatles foram fantásticos, mas eram quatro caras que se deram bem com o que estavam fazendo. O [empresário] Brian Epstein meio que criou aquilo tudo. Elvis se criou sozinho. Mesmo quando estava velho e gordo e fazendo coisas malucas, eu ainda gostava dele.

Sua filha acabou de fazer 16 anos [idade na qual é permitido dirigir nos Estados Unidos]. Sua opinião sobre limites de velocidade mudou?

Essa é difícil. Eu me importo muito com meus filhos, mas se estou dirigindo minha LaFerrari, por exemplo, as coisas que ela pode fazer a 160 km por hora um trator grande não consegue fazer a 8 por hora. É mais seguro.

Descreva como você é como pai.

Ah, sou muito divertido. Luto com meus filhos, provoco e brinco com eles o tempo todo, mas sou bem rígido e minha mulher é ainda mais. Se você mentir para mim e eu descobrir, seu castigo será ainda pior do que se me dissesse a verdade e fosse algo que realmente me irritasse. Eles não mentem para mim, então têm medo de fazer coisas sobre as quais terão de me contar depois.

Em outubro você fará 70 anos. Qual a sensação?

Incrível pra caralho, cara. Se soubesse aos 30 que as coisas seriam deste jeito aos 70, não teria ficado preocupado. Não que eu fosse assim tão preocupado, mas ficava inseguro e dizia: “Ah, o que será que vou fazer aos 60? E se tiver de voltar a trabalhar ou algo assim?” Mamão com açúcar, cara. Consigo cantar e tocar guitarra tão bem quanto antes. Transo tanto quanto antes.

Que nota daria para Trump como presidente até o momento?

Acho que ainda não dá para dar uma nota, porque o coitado não consegue fazer nada. A oposição ficou tão maluca que não vai dar nenhuma chance. Queria vê-lo ter uma chance. É o presidente dos Estados Unidos e, sem fazer nenhuma mudança, ele não vai nos ajudar. Então, talvez faça algumas mudanças que não darão certo e daí o próximo cara chegará e dirá: “Isso não funcionou, vou fazer desse outro jeito”. Não acredito que alguém saiba o que está fazendo ali agora.

Periodicamente há boatos de que você está voltando para o Van Halen.

Não conversei com ninguém e não vou tomar a iniciativa. Mas vou te contar qual seria meu sonho: seria eu, Dave Lee Roth, Michael Anthony, Alex e Eddie Van Hallen [a formação da banda em 1984 mais Hagar]. Se a banda do Wolfie [filho de Eddie] abrir, tudo bem. Eu diria: “Dave, você sobe e canta duas músicas, depois sai do palco. Eu entro, canto duas, saio e você canta duas”. Da para imaginar a competição disso? Dave vai e canta “Jump” e “Ain’t Talkin ’Bout Love”. Eu subo lá e mando algo como “Good Enough”. Você tem que pegar pesado e é melhor que seja bom. Eu doaria meu cachê à caridade se eles fizessem o mesmo. Adoraria dar aos fãs o melhor show do Van Halen que eles poderiam ter hoje. Depois, diria para a banda: “Ok, continuo não gostando de vocês”.