Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Só Mais um Fenômeno das Paradas

Mesmo depois do sucesso na Inglaterra, Jake Bugg ainda se considera um cara comum

Jenny Eliscu Publicado em 16/07/2013, às 18h07 - Atualizado às 18h08

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
“Não preciso colocar uma máscara e fingir que sou outra pessoa. Sou só um cara normal de 19 anos que toca umas músicas” - Leann mueller
“Não preciso colocar uma máscara e fingir que sou outra pessoa. Sou só um cara normal de 19 anos que toca umas músicas” - Leann mueller

Em sua terra natal, o Reino Unido, o cantor e compositor Jake Bugg já tem um álbum de platina, uma namorada modelo e paparazzi atrás dele. Mas em Austin, nos Estados Unidos, o jovem de 19 anos é desconhecido o suficiente para atrair suspeita quando entra em uma loja de guitarras e pede para testar uma das antiguidades mais caras. “Eu estava testando uma Fender Stratocaster 1966 e o cara que trabalha lá me perguntou: ‘Dinheiro ou cartão?’”, Bugg conta alguns dias depois em uma churrascaria, no Texas. “Basicamente, o que ele queria dizer era: ‘Vai comprar logo ou vai parar de fuçar nessa porra?’” Nascido Jacob Kennedy em 1994, Bugg foi criado na melancólica Nottingham, norte da Inglaterra, em um conjunto de casas populares. “Tem seu lado bom e seu lado ruim. Todas as crianças se conheciam. Eu não tinha dinheiro para sair e socializar – era difícil conseguir grana para um maço de cigarros que fosse. Por isso passei muito tempo no meu quarto, compondo. Isso me manteve são.”

Bugg carrega certo ar de indiferença – pessoalmente, ele parece meio perdido. “Minha mãe me criou sozinha, e eu era bem independente”, ele diz. “Ela sempre me deixou fazer as minhas coisas – eu que lavava as minhas roupas.” Bem cedo ele se sentiu atraído pela música folk e rockabilly, ouvindo Donovan, The Weavers, Buddy Holly e Everly Brothers – influências perceptíveis no álbum de estreia dele, Jake Bugg (2012). “Eu ficava sentado na cama com os fones no ouvido, tentando cantar Johnny Cash para aprender a chegar às notas mais graves, e cantava Beatles para chegar às mais agudas”, ele conta. Aos 14, passou a compor. “Quando comecei a cantar, me diziam: ‘Você tem de encontrar sua própria voz’. E eu fiquei tipo: ‘Como faço isso?’ Não tinha muita confiança. Mas pensei: ‘Todas essas músicas de que gosto de tocar e ouvir vêm de artistas que compunham. Se eu puder deixar alguém feliz compondo minhas próprias músicas, vou me sentir feliz também.”

Para Bugg, fazer o que ele faz é simples. “Acho que é clichê dizer isso, mas simplesmente gosto de compor”, diz. “Eu acordo, tomo banho, coloco uma camiseta, e saio sendo eu mesmo. Não preciso colocar uma máscara e fingir que sou outra pessoa. Sou só um cara normal de 19 anos que toca umas músicas.”

Com um álbum no primeiro lugar das paradas britânicas no currículo, ele agora está em uma posição em que pode aproveitar o sucesso. Quando Bugg viu a Stratocaster ’66 na loja de instrumentos, sabia que tinha de comprá-la. “Eu sonhava com essa guitarra. É o mesmo tipo de guitarra que o Jimi Hendrix tocava. Nunca achei que teria uma assim. É mais velha que o meu pai. E eu acredito que as guitarras têm alma.” E ele a comprou, claro.