Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

SOL

Música brasileira para uruguaio ver

Marcelo Viegas Publicado em 13/09/2007, às 16h08 - Atualizado em 13/11/2007, às 14h55

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A banda do Rio Grande do Sul é (da esq. para a dir.): Roger Canal, Tetsuo Kakuta, Marcelo Armani e Gue Martini - Eduardo Sield
A banda do Rio Grande do Sul é (da esq. para a dir.): Roger Canal, Tetsuo Kakuta, Marcelo Armani e Gue Martini - Eduardo Sield

Surgido no rio grande do Sul, o quarteto SOL faz mais sucesso no Uruguai do que no Brasil. Até agora, foram três passagens por terras uruguaias e pela chamada Região do Prata, sempre no esquema do "faça você mesmo", tão típico das bandas independentes. "Lá, temos nosso maior público", revela o multiinstrumentista Roger Canal. "É alucinante tocar no Uruguai, sinto que a terra ferve assim que plugamos os nossos instrumentos."

Este é um dos diversos fatos não-convencionais na história do quarteto que nasceu em 1998, em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre), mas só teve seu primeiro registro oficial em 2004 - o experimental No Descompasso do Transe: Retalhos do Meu Silêncio, que reúne gravações feitas entre 1999 e 2003. O novo álbum, A Força, lançado este ano pelo selo paulistano Amplitude, traz uma sonoridade mais orgânica e linear que o verdadeiro laboratório que foi o primeiro disco. Mas não se trata de música de fácil assimilação: a estrutura das canções paga tributo a influências estrangeiras, com invenções derivadas do jazz ("a fase experimental do John Coltrane", define Canal), barulhos à la Sonic Youth, levadas que remetem ao pós-hardcore do Mission of Burma e improvisos psicodélicos inspirados na fase Syd Barret, do Pink Floyd. Tudo isso somado a um tempero brasileiro proveniente do folclore gaúcho e do mineiríssimo Clube da Esquina. "Essa foi uma influência que vazou na nossa música de maneira despretensiosa e que está principalmente no conteúdo poético e nas letras", explica Canal (guitarra, baixo, teclados, violão e voz), líder da banda que também conta com Gue Martini (baixo, guitarra, violão e voz), Marcelo Armani (bateria) e Tetsuo Kakuta (percussão), todos autodidatas. Participações especiais acontecem com freqüência em seus shows, desde a cantora Daniela Gué - que empresta sua voz para duas músicas no álbum, "Desejos" e "Marcas do Tempo" - até o antológico guitarrista Lanny Gordin.

Ansiosos para caírem na estrada novamente ("Não visualizamos nossa música fora deste princípio 'on the road'", define Canal) e com mais um disco em fase de finalização (Solenarist Mutanos), o SOL parece incansável na tarefa de irradiar pelo Brasil. E pelo Uruguai, naturalmente.