Brüno

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É preciso louvar a ousadia de sacha baron cohen. o comediante britânico não tem medo de se expor ao ridículo e possui o zelo profissional de um fanático. Assim como Borat, Brüno é um personagem que foi consagrado no programa Da Ali G Show. Mas as desventuras do repórter fashion austríaco uber gay e sem noção não sustentam um filme. Aqui, não tem muita história. Brüno sai da Áustria e corre o mundo tentando virar uma celebridade instantânea. Fora de seu contexto, o personagem perde o sentido. A questão não é nem bater na tecla de que o filme é recheado de cenas de mau gosto, com sequências que beiram o sexo explícito e piadas que ofendem todos os credos e etnias. Quem vai ao cinema com um mínimo de informação não vai esperar nada de diferente. O ruim é que Brüno é mal costurado e vazio em vários momentos, fica apenas o constrangimento, exemplificado nas cenas em que Brüno tenta seduzir um velho político americano ou quando vai ao Oriente Médio causar com um suposto terrorista. Sim, o filme tem lá seus momentos engraçados, mas eles se perdem no excesso de coisas grotescas. Pelo menos o improvável final, juntando Bono, Chris Martin, Elton John, Snoop Dogg e Sting, salva um pouco a pátria.

POR PAULO CAVALCANTI