Joe

Joe (cage), figura central da trama, é um homem feito de contrariedades: solitário e afável, responsável, mas às vezes libertino, ponderado e também violento. Ele é líder de um grupo de homens que, quando o tempo permite, rumam à floresta para envenenar as árvores fracas e indesejadas. A rotina dele muda quando o adolescente Gary (Sheridan) lhe pede emprego. Gary

é esforçado e educado, mas não escapa às malhas de um lar desfeito e de um pai alcoólatra, que trata o filho como lixo. A amizade com Joe, contudo, dá esperanças ao menino, e a partir do momento em que essa amizade cresce, torna-se inevitável o confronto de Joe com o pai de Gary. Gary Poulter, o ator amador sem teto que interpreta o sinistro progenitor, morreu logo depois das filmagens. Hollywood já contou diversas vezes histórias desse tipo, mas em poucas ocasiões com tanta autenticidade. O filme tem o clima de um poema tosco, encharcado de álcool e desilusão, e o desempenho de Cage abriga uma grandeza crua, aparentemente apoiada nos tombos que ele levou da vida, que emprestam um ar desencantado ao protagonista.