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O Golpista do Ano

Redação Publicado em 10/06/2010, às 08h26 - Atualizado em 10/03/2014, às 13h52

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<b>DUPLA DINÂMICA<b> Santoro e Carrey desfrutam o lado bom da vida - Divulgação
<b>DUPLA DINÂMICA<b> Santoro e Carrey desfrutam o lado bom da vida - Divulgação

Glenn Ficara e John Requa

Jim Carrey, Ewan McGregor, Rodrigo Santoro

Comédia polêmica faz graça com o homossexualismo, mas sem apelações

Apesar do elenco encabeçado por nomes conhecidos, como Jim Carrey e Ewan McGregor, O Golpista do Ano é daqueles filmes que parecem destinados ao fracasso. Os dois astros, em grandes atuações, vivem gays pouco caricatos e protagonizam cenas de beijo e sexo que, mesmo em 2010, o público ainda não está acostumado a ver em multiplex. Essa abordagem inusitada de uma história que, essencialmente, é cria do subgênero de filmes de golpe, complicou a distribuição do longa no mercado americano, no qual deve estrear só em julho, mais de um ano e meio depois de ser exibido em Sundance. No Brasil, a mudança de título (no original, Eu Te Amo, Phillip Morris) e o cartaz que salienta a sexualidade dos personagens soam como esforços para salvar a carreira comercial da produção. A presença de Rodrigo Santoro em um de seus melhores papeis talvez explique o lançamento caprichado nos cinemas brasileiros (e não em home video, em que jóias como essas costumam parar). Bem escrito e estranho a olhos acostumados a programas de TV em que gays são o motivo da piada, não apenas um detalhe dela, O Golpista do Ano ainda se permite brincar com um tema tabu como aids com naturalidade e inteligência. É o anti-Filadélfia.

DIEGO MAIA