Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Shame

Steve McQueen

ÉRICO FUKS Publicado em 09/03/2012, às 13h56 - Atualizado às 13h59

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Fassbender se despe para discutir a frieza dos tempos modernos - divulgação
Fassbender se despe para discutir a frieza dos tempos modernos - divulgação

Sexualidade é usada para mostrar o distanciamento das relações humanas

Desde o início de Shame, o diretor Steve McQueen deixa o protagonista bem à vontade em cena. O close no nu masculino, entretanto, em vez de chocar, cria contrastes e traz dúvidas no lugar de certezas. Quanto mais a câmera em close percorre as curvas do corpo, mais abre espaço para divagações sobre a solidão. Michael Fassbender, em uma impressionante atuação sem excessos, faz o papel de Brandon, um viciado em sexo e pornografia, mas que não consegue manter um relacionamento estável. Ao abrir mão do erotismo e intensificar o aspecto psicológico depressivo dos personagens, o diretor traz à luz outra questão. Enquanto o discurso das potências vende uma sociedade cada vez mais conectada, o filme destrói esse paradigma e traz um cenário de pessoas isoladas em sua apatia e suas obsessões. A retratação deste universo pós-moderno, em que o toca-discos de vinil convive ao lado de um notebook, reitera que, diante de uma sobrecarga de informações que incentivam o hedonismo, nunca o mundo passou por tanta falta de identidade.

Elenco: Com Michael Fassbender e Carey Mulligan