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O Senhor do Lado Esquerdo

Alberto Mussa

ANTÔNIO DO AMARAL ROCHA Publicado em 09/09/2011, às 10h34 - Atualizado às 10h39

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O Senhor do Lado Esquerdo
O Senhor do Lado Esquerdo

Conto policial recheado de erotismo mistura história, realidade e ficção

O narrador da trama, que tudo vê, defende a tese de que a história das cidades pode ser contada por meio de seus crimes mais espetaculosos. A geografia e as paisagens são simplesmente um pano de fundo. Com essa tese, Mussa, o narrador disfarçado, traça uma trama policial surpreendente, embaralhando os fatos históricos, dando outra finalidade a um palacete da belle époque carioca, no caso, a antiga residência da Marquesa de Santos, no bairro de São Cristóvão, que se transforma em um rendez-vous de luxo com uma fachada de clínica. A finalidade é relatar um crime que abalou o governo do Marechal Hermes nos idos de 1913, acontecido nessa mansão. Realidade e invenção se misturam de maneira que não se sabe bem onde está a verdade. Personagens típicos da polícia e da criminalidade, como o perito Baeta e o capoeira Aniceto se digladiam em toda a narrativa, este último suspeito pelo desaparecimento da prostituta Fortunata, possível assassina do crime que está sendo relatado. O narrador a todo momento faz questão de mostrar a sua presença, relacionando fatos, lembrando-se de outros crimes e dando uma verdadeira aula de história, indo e voltando nos séculos, quase como um professor, notadamente quando fala das origens da capoeira e dos ritos dos primeiros colonizadores da cidade, portugueses, negros e índios. Mas não é um narrador confiável, e aí reside a graça do romance.

Fonte: Record