Músico também destacou qual a canção mais subestimada do projeto e refletiu sobre semelhanças da banda digital com o Blur
Poucos artistas conseguem o mesmo nível de sucesso que Damon Albarn, que atingiu notoriedade com dois projetos diferentes: o Blur e o Gorillaz. O primeiro é uma das grandes bandas do chamado britpop, vivenciando seu auge na década de 1990. O segundo é um dos projetos mais inovadores dos últimos tempos, ao aliar música e arte digital, tornando-se ainda maior em vendas do que o primeiro grupo.
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Ao olhar para trás, Albarn, certamente, tem muito orgulho do que fez. Mas se ele tivesse que optar por uma música de destaque dessa trajetória, ao menos do Gorillaz, qual canção ele escolheria?
Esta e outras perguntas sobre a banda virtual foram feitas ao próprio em entrevista à Vulture. Inicialmente, ao ser convidado a citar a melhor composição do Gorillaz, não pensou duas vezes e recorreu a um dos maiores hits: “Clint Eastwood”, presente no álbum de estreia homônimo, de 2001.
“Não dá para ser mais perfeito do que isso, na verdade. É uma coisa completamente híbrida e estranha. E, você sabe, ela surgiu ao ligar o Suzuki Omnichord [um instrumento eletrônico portátil] e a primeira predefinição foi a batida. Isso só pode acontecer uma vez na sua vida: você pega um instrumento eletrônico e a primeira coisa que você toca, você usa, e isso se torna um grande hit. Como resultado disso, nos 20 anos seguintes comprei muitos instrumentos eletrônicos na esperança de que isso eventualmente acontecesse novamente. Talvez tenhamos atingido o auge mais cedo, mas para mim, não foi o auge mais cedo porque eu já tinha 10 anos de carreira [risos].”
E qual seria a música mais injustiçada do grupo que formou ao lado do artista visual Jamie Hewlett? Em sua resposta, Damon mencionou “Hong Kong”, faixa registrada originalmente como parte da compilação beneficente Help: A Day in the Life (2005), but regravada para a coletânea própria D-Sides (2007).
“Eu amo muito essa música. Essa é uma das minhas melhores músicas. Sinto que isso carrega muita angústia agora. Principalmente a parte final sobre o DJ ser o último a sair. É por isso que, ao compor músicas do jeito que eu faço, há momentos em que elas têm uma clareza enorme e depois ficam estranhas novamente.”
Se as respostas foram mais diretas às perguntas anteriores, Damon Albarn acabou se esquivando quando convidado a revelar qual a música "mais Blur" do Gorillaz. O músico não vê diferenciação entre os dois projetos.
“Não sinto que haja uma grande diferença entre Blur e Gorillaz. ‘Girls and Boys’ poderia ter sido uma ótima música do Gorillaz. ‘Song #2’ também; Gorillaz tem bateria eletrônica. No Gorillaz eu toco todos os instrumentos [risos], essa é a diferença. Quando você ouve Gorillaz, sou basicamente eu quando se trata da parte musical. Mas ritmicamente, é diferente, porque trabalho com [o produtor e baterista do Gorillaz] Remi Kabaka Jr. Nunca trabalhei com Remi quando estava com o Blur; é apenas diferente. Mas minha contribuição é a mesma. Eu não me torno uma pessoa diferente de repente. De certa forma, o Gorillaz é o que eu teria sido se não estivesse no Blur.”
