Relacionamento com Erwin Bach, 16 anos mais novo que a cantora, era visto com desconfiança - mesmo com atitude totalmente despida de ego por parte do parceiro
Tina Turner passou quase que seus últimos 40 anos de vida com o homem que ela definia como o verdadeiro amor de sua vida: Erwin Bach. Ela, uma das maiores cantoras de todos os tempos, e ele, executivo da gravadora EMI, se conheceram em 1986, quando Bach foi enviado para recebê-la no aeroporto de Düsseldorf, na Alemanha. Começaram amigos, mas no fim daquele ano desenvolveram uma relação.
Em 2013, cerca de 27 anos depois, o namoro virou casamento. Foi a segunda união oficial da artista, que havia passado por traumas pesadíssimos em seu primeiro matrimônio, com Ike Turner, músico que a agredia constantemente e do qual ela precisou literalmente fugir.
No caso de Bach, o casamento durou, de fato, até que a morte os separou, já que Turner faleceu no último dia 24 de maio, aos 83 anos. Mesmo assim, muita gente questionava a relação, a ponto de dizer que o executivo de gravadora, 16 anos mais novo que a rainha do rock and roll, estava com ela apenas por interesse.
Uma atitude revelada pela própria Tina em sua autobiografia A Plenitude do Ser e confirmada pela amiga Oprah Winfrey, famosa apresentadora de TV nos Estados Unidos, mostra que Erwin era realmente apaixonado por Tina. Em 2017, o funcionário da EMI doou um de seus rins para sua esposa, como forma de salvá-la.
Os anos finais da cantora foram marcados por uma série de problemas de saúde, incluindo um câncer no intestino, um AVC (acidente vascular cerebral) e um caso de insuficiência renal. Este último foi resolvido somente depois do ato solidário de Erwin, conforme narrado pela artista em seu livro (via People).
“Eu me perguntei se alguém pensaria que a doação em vida de Erwin era de alguma forma transacional. Incrivelmente, considerando quanto tempo estávamos juntos, ainda havia pessoas que queriam acreditar que Erwin se casou comigo pelo meu dinheiro e fama.”
Na ocasião, Turner ainda destacou que mesmo com os problemas de saúde, estava plenamente feliz por ter Bach ao seu lado.
“Vivi um casamento infernal que quase me destruiu, mas continuei. Sei que minha aventura médica está longe de terminar. Mas ainda estou aqui - ainda estamos aqui, mais perto do que imaginávamos. Posso olhar para trás e entender por que meu carma era do jeito que era. O bem saiu do mal. A alegria surgiu da dor. E nunca estive tão completamente feliz como estou hoje.”
Ainda na obra, Tina Turner definiu o casamento com Erwin Bach como seu “único casamento verdadeiro”. Ela também relembrou como o conheceu, no aeroporto de Düsseldorf.
“Apaixonar-me pelo meu marido, Erwin, foi outro exercício para sair da minha zona de conforto, de estar aberta aos presentes inesperados que a vida tem a oferecer. No dia em que conheci Erwin, em um aeroporto na Alemanha, eu deveria estar muito cansada do meu voo, muito preocupada com meus pensamentos sobre minha turnê e com muita pressa para chegar ao meu hotel para prestar muita atenção em o jovem executivo da música que veio da minha gravadora para me receber.”
Assim que ela notou o então jovem executivo, instantaneamente sentiu uma “conexão emocional”, conforme a própria destacou.
“Mesmo assim, eu poderia ter ignorado o que sentia - poderia ter ouvido as vozes na minha cabeça me dizendo que eu não estava bem naquele dia ou que não deveria estar pensando em romance porque nunca termina bem. Em vez disso, ouvi meu coração. Saí da minha zona de conforto e priorizei conhecer Erwin. Aquele primeiro encontro simples levou a um relacionamento longo e bonito - e meu único casamento verdadeiro.”
Em recente declaração ao programa This Morning (via site Igor Miranda), pouco tempo após a morte de Tina Turner, Oprah Winfrey refletiu sobre os últimos anos de sua amiga. A apresentadora de TV reforçou que a cantora enfrentou diversos problemas de saúde, mas que Erwin Bach sempre esteve ao seu lado.
“Eu a vi em 2019, fui visitá-la no hospital e ela me disse que estava pronta para ir, pronta para deixar o planeta. E eu já esperava que aquela fosse a última vez que eu a via. Tenho que dizer que seu marido, Erwin Bach, é a pessoa mais extraordinária que já conheci, porque ele a amou até ela voltar a ter saúde e seguir sua vida. Quero dizer, ele literalmente permitiu que ela vivesse (com o rim doado).”
