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Música / Rock

O elemento que mais falta na música atual, segundo produtor de Ozzy, Megadeth e mais

Max Norman compartilhou suas opiniões a respeito de como os artistas e produtores da atualidade podem prejudicar suas próprias obras

Max Norman (Foto: Via Confere Rock)
Max Norman (Foto: Via Confere Rock)

Produtores de outras décadas são quase unânimes em criticar a forma como se grava música nos dias de hoje. Com Max Norman, não é diferente.

O profissional britânico tem uma série de trabalhos de destaque no hard rock e heavy metal. Capitaneou gravações de álbuns de Ozzy Osbourne (seus três primeiros discos solo de estúdio), Megadeth, Lynch Mob, Ian Hunter (Mott the Hoople), Savatage, entre outros nomes de destaque na música pesada.

Em entrevista ao podcast Talk Louder (via Ultimate Guitar), Norman destaca que o grande problema das músicas de hoje em dia é que “não há espaço algum” no som. A reflexão foi feita após ele contar sobre um de seus projetos atuais, com um artista sueco de nome não revelado.

“Estou gravando um disco pop com um artista sueco. É interessante, porque acho que as músicas pop de hoje precisam de algo que ninguém nunca ouviu antes. Como um som específico. Se você ouve algum disco do Abba, sempre há algo que te faz pensar: ‘que p#rra é esse som?’ É como uma coisa sonora viciante.”

Em seguida, o produtor declarou estar se inspirando em nomes como o já falecido Frank Zappa, ídolo da música experimental, e Trevor Horn, ex-integrante do Yes que produziu o álbum 90125 (1983) — nesta época, o grupo de rock progressivo deu uma guinada para o pop, mas de uma forma única. Ele disse:

“Estou começando a pensar um pouco mais como Trevor Horn, fazendo coisas mais malucas, ao estilo Zappa. Um pouco mais como Yes, ‘Owner of a Lonely Heart’. Essas coisas viciantes. Porque gosto de espaço na música. Acho que, atualmente, muita música não tem espaço nenhum. Sinto falta do espaço. Gosto de ter um pouco de espaço.”

Max Norman e os rótulos

Ainda em sua reflexão, Max Norman fez uma crítica à iniciativa de fãs em rotular os artistas. Para ele, encaixar um disco em apenas um estilo musical, como se o gênero fosse uma “caixinha”, é um grande equívoco.

“Quando você está gravando uma música, você está apenas tentando torná-la a melhor possível. Você não está tentando tanto fazer uma música de sucesso. Se você tentar adivinhar as coisas dizendo: ‘oh, não, tem que soar assim porque isso é atual’, geralmente você fracassa. Você tem que pegar a música e interpretá-la, deixar a música se abrir e permitir que ela dite como soa. E não pensar em ‘caixas’: ‘isso é country’, ‘isso é black metal’.”

Por fim, o produtor afirmou que os melhores artistas são justamente aqueles que não se enquadram em um gênero só.

“As pessoas têm todas essas caixinhas. E as bandas realmente boas não estão em nenhuma delas. Elas têm sua própria caixa.”