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Música / ROCK

O grande charme do som do Foo Fighters, segundo Gene Simmons

Vocalista e baixista do Kiss se declarou um grande fã da banda comandada por Dave Grohl e citou seu disco favorito

Gene Simmons (Foto: Getty Images)
Gene Simmons (Foto: Getty Images)

Gene Simmons costuma citar o Foo Fighters em entrevistas como a última grande banda de rock. Para o vocalista e baixista do Kiss, ninguém conseguiu suceder o grupo liderado por Dave Grohl em termos de crescimento, a ponto de, como eles, tocar em grandes arenas.

Mas a análise de Simmons a respeito dos Foos não é apenas quantitativa. O veterano do hard rock enxerga muita qualidade na banda nascida das “cinzas” do Nirvana.

Em entrevista de 2015 ao The Quietus(via site Igor Miranda), Gene foi convidado a listar os melhores álbuns de todos os tempos em sua opinião. The Colour and the Shape, segundo disco do Foo Fighters, entrou para a lista. Lançado em 1997, o trabalho apresenta hits como “Everlong”, “Monkey Wrench” e “My Hero”, além de lados B que os fãs adoram, como “Walking After You” (que chegou a ganhar videoclipe), “Hey, Johnny Park!” e “February Stars”.

Inicialmente, Simmons refletiu sobre como o Foo Fighters foi impactado pela pré-concepção inicial de muitas pessoas a respeito de ser uma banda relacionada ao Nirvana. Vale lembrar que Dave Grohl, então baterista, decidiu montar o grupo — e assumir o microfone principal — após a morte de Kurt Cobain.

“O problema dessa banda é que ela veio de uma formação grunge, obviamente Dave Grohl veio do Nirvana. Mas ele toca guitarra tão bem quanto ou melhor que Kurt, além de cantar muito bem.”

Em seguida, o frontman do Kiss apontou qual acredita ser o grande charme do som dos Foos. Para ele, Grohl faz uso de padrões da música pop e não do blues, gênero que tanto influenciou o rock, ao compor suas canções.

“A coisa mais interessante que acho sobre o Foo Fighters, e músicas como ‘My Hero’, é que elas são baseadas em melodias pop. Não baseado no blues. O que é realmente interessante, ter aquela grande parede de guitarra com melodias pop e letras interessantes.”

Gene Simmons, Foo Fighters e… Blur

Ao continuar seu relato, Gene Simmons destacou que The Colour and the Shape traz “as músicas certas e tem a atitude necessária”. O músico do Kiss relembrou que teve uma grande decepção com outra banda consagrada na década de 1990: o Blur.

“Você até pode ter boas músicas em um álbum, mas… bem, eu me lembro de ter recebido o disco do Blur (homônimo, de 1997) depois de ouvir aquela ‘Song 2’ e fiquei chocado ao descobrir que o resto era apenas sintetizadores e outras coisas. Que p*rra é essa? Você ouve ‘Song 2’ e pensa: ‘Uau, isso é ótimo!’ e então você ouve o resto do álbum e é tipo ‘REEEOOW REEEOW’. É como The Communards ou algo assim. Quase música eletrônica ou algo assim.”

Na visão do (literalmente) linguarudo baixista do Kiss, um álbum precisa ser consistente e trazer uma “declaração música após música”. E elogiou outra banda, essa mais antiga, por fazer discos que trazem uma unidade: o AC/DC.

“Talvez a banda mais consistente seja o AC/DC. Música após música quase poderia ser a mesma faixa. Há uma ótima entrevista com Angus Young onde um crítico diz: ‘Não quero insultá-lo, mas acho que seu novo disco soou igual ao seu último disco’. Angus disse: ‘Não concordo. Acho que nosso novo disco soa como todos os discos que já fizemos’. Às vezes, a maior crítica que você pode fazer pode ser o maior elogio.”

De volta a The Colour of the Shape, Simmons descreve o álbum como “consistente”, especialmente por “fazer uma afirmação”.

“O que isso significa é que eles podem pegar aquela música e tocá-la ao vivo e deve soar semelhante, consistente. Eu incluiria mais se pudesse, mas quando você escolhe um álbum, ele não é apenas um item independente. É sobre o que está acontecendo em sua vida, onde você está e assim por diante.”